Alexander colocou as malas no carro e preferiu esperar em frente ao automóvel estacionado em frente ao portão. Descruzou os braços ao ver o filho se aproximar. A criança usava uma das blusas do seu herói favorito e uma bermuda combinando. Alex entregou a mochila ao pai e correu direto para o carro.
Antes de sair de casa, Nicole pegou a bolsa e trancou a porta. A barriga avolumava o tecido do vestido floral amarelo com trespasse.
— Você está linda! — Abriu a porta do carro sem desviar o olhar.
— Obrigada! ― Nicole fechou a expressão, formando um pequeno v na testa.
Alexander encaminhou-se até o outro lado do veículo e entrou. Selecionou a música "Back to one" de Bryan Mcknight, no ipod e apertou o play. Pareceu satisfeito ao vê-la esboçar um meio sorriso enquanto a música tocava.
Alex usava um fone de ouvido acolchoado, estava no banco de trás distraído em seu jogo favorito no tablet. Por vezes, ele encarava o pai pelo retrovisor e sorria.
Nicole permaneceu em silêncio durante toda a viagem, ela entendia a necessidade que Alexander sentia de estar perto da família, no entanto, lembrar daquela noite fatídica do jantar a fez repensar sobre essa aproximação. Não que ela não o quisesse por perto, mas pelo receio de que tudo mudasse e ele a magoasse mais uma vez.
— Nicky, eu vim da Zona Norte do Rio até a Zona Sul fazendo um monólogo. — Tirou a mão direita do volante e mexeu nos óculos. — Parece que você quer complicar as coisas.
— E se algo der errado como da última vez?
Nicole virou a cabeça e olhou o filho distraído no tablet.
— Alguém pode se machucar.
— Confie em mim! — O olhar apertado perscrutou Nicole.
Ele fez o retorno e parou diante de um enorme portão automático branco que se abriu.
— Eu prometo que vou fazer de tudo para que isso dê certo.
— Vou tentar! — Ela ciciou como se contasse um segredo.
Nicole enrubesceu ao notar que ele se deliciava com a visão das coxas torneadas sob o vestido trespassado. Ela puxou a barra até a altura do joelho e virou a cabeça para o lado.
O carro se aproximava do imóvel pintado com cores claras e com uma garagem ao nível do térreo, que dava o suporte para o andar superior. A fachada seguia a tendência da arquitetura provençal e o telhado estendido era uma das características dessa linha.
— Chegamos, filho! — Alexander tirou o cinto de segurança e saiu do carro. — Quer brincar um pouco?
— Quero! — Alex tirou os fones de ouvido.
A criança se animou ao ver a casa na árvore, os olhinhos cintilavam enquanto o pai estacionava o carro.
— Alex, precisamos arrumar as nossas coisas ― falou Nicole ao abrir a porta do automóvel.
— Depois eu arrumo, mãe. — Fez um muxoxo ao descer do carro.
— Alex, sua mãe está certa! ― A voz grossa interveio. — Daqui a pouco vamos conhecer a nova Alex's cave.
— Oba! — Levantou os braços ao pular. — Mãe, posso ir ao jardim?
— Vai lá! — Concordou com a cabeça.
Alexander retirou uma das malas e um dos empregados acompanhado pela governanta o ajudou com as outras bagagens. Ele deu algumas ordens acerca das instalações a Rosa.
Um enorme jardim dava charme e beleza ao quintal com gramas bem aparadas. Alex correu em direção às flores, pegou a margarida e voltou.
— Peguei uma flor bem-me-quer para você!
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