Em casa, Nicole fez um coque no alto da cabeça e, em seguida, ligou a cafeteira para fazer o café. Embora o dia estivesse nublado, o dia parecia mais abafado.
Alexander esperava o filho chegar do passeio com o avô para se despedir. Ele enviou uma mensagem e encaminhou-se até o pequeno muro revestido de cerâmica verde-água que separava a sala da cozinha.
Ela despejou o líquido preto sobre as xícaras e sentiu os braços torneados por músculos envolvê-la.
― Eu não vou te deixar sozinha, eu prometo! — Segurou-a pela mão, girou para si e a segurou nos braços. — Eu quero você!
Levantou-lhe o queixo com o dedo indicador e sentiu a textura enquanto acariciava os lábios curvos. Encostou os lábios contra a testa de Nicole.
― Eu sinto falta do seu corpo ― sussurrou ao beijá-la no rosto.
Por mais que resistisse, Nicole estava rendida ao encanto na voz rouca e aveludada. Era como se estivesse sob o efeito de um encanto poderoso.
A boca passeou pela base do pescoço até segurar o lóbulo da orelha por entre os dentes. O corpo dele a desejava, necessitava daquela conexão para sentir que Nicole ainda pertencia a ele.
― Por favor, Alexander! ― Saiu do transe e escapou dos braços dele. ― Não insista! ― Deu-lhe as costas
Afastando o corpo, ele deu um passo atrás e virou para o lado, precisava disfarçar a ereção causada pelos beijos.
Entre suspiros e tentando recuperar o fôlego, Nicole foi até a geladeira, pegou um cubo de gelo e passou pelo pescoço.
Embora Alexander fosse conservador à moda antiga, com Nicole, não havia reservas ou pudores. Amava provocá-la. Tinha o prazer de seduzir e conquistar.
Após tomar um gole do café, ele observou a silhueta do corpo da bela mulher à sua frente. O gelo deslizava da parte da frente do pescoço até a nuca, deixando a pele molhada.
Aquela cena mexia com a libido. Ele colocou a xícara sob o balcão da pia e passou a língua na parte molhada pelo gelo ao se aproximar de Nicole. Roçou o desejo duro e viril contra as costas dela.
— Eu preciso de você!
Sussurrou a voz rouca com convicção e pousou as mãos firmes na cintura dela.
— Eu quero amar você! — O tom de voz aveludado a hipnotizava, existia alguma magia que fazia todo o corpo arrepiar. — Eu quero você.
— Não! — Nicole esgueirou. — O Alex vai chegar daqui a pouco.
Deu alguns passos até a sala e pegou o celular que estava em cima da estante de madeira em mogno.
― Nicky, você quer jantar comigo hoje à noite?
― Não posso! ― murmurou, pouco convincente. ― Eu vou fazer uma faxina nesta casa.
― Você não vai morar nesta casa com os meus filhos. ― O olhar sombrio a encarou. ― Vamos para a casa que eu comprei.
Nicole estava cansada daquela discussão, foi até a varanda e não retrucou. Apreciou o tom alaranjado que cortava o céu enquanto o sol mergulhava no Oeste. Os pensamentos ainda estavam inquietos.
― Alexander, eu sei que você quer nos proteger. Mas desse jeito não vai funcionar.
Ela tomou coragem e o fitou quando ele atravessou a porta.
― Eu quero o melhor para os nossos filhos. Olha este lugar? ― Levantou as mãos para a casa com a fachada branca com a pintura lascada. ― Não posso deixar vocês aqui.
Nicole respirou fundo e fechou os olhos, mentalmente contou de um a dez e abriu os olhos quando ele silenciou.
― Uma das coisas que eu aprendi, depois que o Alex nasceu, é que a nossa presença não pode ser compensada por bens materiais. Eu também quero o melhor para os meus filhos, mas eu fiz o que pude para cuidar dele e educá-lo.
― Eu me orgulho disso, você é uma ótima mãe! ― Colocou a mão na pele entre o ombro e o pescoço. ― Não me prive de assumir o meu lugar nesta família.
O peso daquela decisão era imensurável, um arrepio atravessou-lhe a espinha só de pensar em voltar a morar naquela mansão.
― Você sempre será o pai dos nossos filhos, mas de hoje em diante, nós somos apenas amigos.
O barulho da buzina de um carro preto que estacionava em frente a calçada quebrou a tensão. Ricardo saiu do carro e abriu a porta para Alex.
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