SUBMETIDA - CONTINUAÇÃO DE LASCIVA romance Capítulo 6

Capítulo 05

Isis Melo.

Acordei completamente sozinha na manhã seguinte. Jaime já havia ido embora sem nem olhar na minha cara, e eu não fazia a menor ideia do que seria de nós dois de agora em diante, mas faria o que ele ordenasse só para que ele não se afastasse de mim de uma vez por todas.

Eu olhava pela janela do carro as pessoas se movimentando do lado de fora, algumas correndo para não se atrasar para o trabalho, outros tomando café com amigos, casais indo trabalhar juntos e tudo isso só me fez ficar mais triste.

Jody estacionou em frente ao hotel que Jaime me trouxe uma vez. É o lugar onde Jaime trazia suas acompanhantes, sentir um aperto no peito por estar ali, mas nada poderia fazer no momento, pois Jody me disse que foram ordens de Jaime. Ele me acompanhou até a cobertura, e me disse que eu teria que ficar naquela cobertura até que Jaime pegasse Fernando e que só depois disso estaria livre para ir embora.

- Jaime não vai conversar comigo. – Afirmei tristemente.

- A senhorita precisa lhe dá tempo. Foi um golpe muito forte para ele. – Jody falou e imaginei que ele já soubesse de tudo.

- Mas foi antes de conhecê-lo. - Falei e as lágrimas já desciam pelo meu rosto.

- Se precisar de algo é só pedir por telefone. – Falou se retirando. Ele fechou a porta e trancou a mesma, e só agora entendi como seria a minha vida daqui para frente. Trancafiada dentro deste quarto. É melhor do que ser afastada de vez dele.

Passou-se uma semana e nem sinal de Jaime. Eu já estava ficando louca com tanta solidão! Quatro vezes ao dia uma senhora vinha trazer minhas refeições, mesmo sem eu solicitar o serviço de quarto. Nos três primeiros dias eu não toquei na comida, e para minha surpresa Jaime me ligou.

Porém, ele foi curto e grosso ao dizer que se eu queria me matar ele facilitaria as coisas para mim. Mesmo depois da sua grosseria eu continuei sem comer. Não tinha vontade de nada, acho que eu realmente estava me matando aos poucos, me matando de fome e tristeza. Não suportava o pensamento que não teria mais seu toque, seus beijos e sorrisos. Comecei a beber os copos de sucos, pois realmente estava ficando muito difícil até ficar de pé. No oitavo dia da minha prisão, ele apareceu no meu quarto. Eu estava deitada em posição fetal e sentido muitos calafrios.

- Jaime... – Sussurrei trêmula. Ele estava mais lindo que antes, a saudade que sentir dele me atingiu em cheio. Pensei que nunca mais fosse vê-lo novamente. Mesmo distante seu ódio por mim não diminuiu em nada. Sentia-me dilacerada por dentro e por fora.

- Se você está querendo se matar posso mandar você lá para fora e deixar que Fernando te pegue. – Falou friamente.

- Sinto tanto sua falta, ficar aqui sozinha está me matando aos poucos, Jaime. Você não vê?

- Quando olho para você só vejo uma mentirosa. – Disse.

Quando Isis acordou estava no hospital, e tomando soro na veia. O médico a examinou e disse que ela está com falta de nutrientes, ela tem que ficar em repouso e se alimentar corretamente.

Quando ela desmaiou nos meus braços, me sentir fraquejar por um momento. Ela havia emagrecido e sentir-me mal pelo seu estado, mas a sua traição ainda está muito recente na minha memória, e logo fui tomado pela raiva que sinto ultimamente. Esse tempo que fiquei afastado, eu cheguei à conclusão que sabia da vida que Isis tinha antes de nos envolvermos, e percebi que a minha raiva não é apenas por ela ter se deitado com Conrad, a minha raiva é pela mentira e falta de confiança que tudo isso gerou. Fico me perguntando o motivo dela não ter me contado antes. Porra! Ele era meu cunhado, e os dois ficaram vivendo no mesmo teto. Sinto-me enganado pelos dois, que devem ter rido nas minhas costas. Sabe o que mais dói em tudo isso, é que eu a amo com toda a força do meu coração, mas no momento estou decidido a renunciar tudo.

Eu a coloquei no carro e seguimos de volta para o hotel sem dizermos uma palavra. Vê-la tão frágil e fraca dessa forma me fez fraquejar e querer jogar tudo para o alto, mas não consigo esquecer sua traição. Pego-a no colo e seus olhos grandes de gatinha me fitam como se implorasse por algo, meu coração se comprime por completo, mas escondo tudo e contínuo com a minha armadura de indiferença.

Entramos no quarto, e coloco Isis na cama, ela olhou-me sem dizer uma palavra, acho que ela estava realmente cansada, pois não tentou nem conversar comigo. Suspirei cansado e passei a mão pelo rosto. Iria providenciar algumas coisas para ficar no quarto ao lado, e mais tarde voltaria para verificar se ela está melhor.

Um tempo mais tarde voltei ao quarto de Isis, e ela ainda dormia tranquilamente. Fiquei parado em frente a sua cama, observando a sua bela feição.

– Ah... Jaime. Preciso tanto de você. – Ouvir quando Isis gemeu em seu sono e foi um golpe duro para meu coração ferido.

- Eu também gatinha. - Sussurrei me sentando ao seu lado na cama. Fitei seus lábios, e quando estava prestes a beijá-la, meu celular vibrou dentro da calça. Olhei o visor e vi o nome de Nanda. Se eu a beijasse com toda a certeza iria ser meu fim, pois cairia novamente no seu feitiço...