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Te Amo com Minha Alma romance Capítulo 12

Ando de um lado para o outro em meu quarto pela centésima vez e suspiro de frustração, tentando processar a guerra que está acontecendo dentro de mim, e acabo grunhindo de desgosto em voz alta. Já cansei dessa porcaria e de me sentir tão tensa. Sinto que os eventos dos últimos dias me mudaram de maneiras sutis e gostaria de poder voltar ao que era antes.

As coisas não estão indo bem desde aquele dia na casa da alcateia. Depois disso, tudo mudou na minha vida, e estou presa no orfanato até decidirem me tirar daqui. Metaforicamente, estou apenas trancada aqui, mas vou receber pena de morte caso desobedeça.

O pai de Colton explodiu quando percebeu que ter-nos deixado sozinhos por alguns minutos já foi o suficiente para que o filho dele cedesse à luxúria hormonal pela nova companheira e abandonasse todo o bom senso, quase me marcando no processo. Então, agora, estamos proibidos de ficar perto um do outro por tempo indefinido. O pai dele acha que pode controlar o destino se simplesmente se recusar a deixar as coisas seguirem o curso delas, ignorando todos os conselhos do xamã.

Juan não tem a menor dúvida de que eu, de algum jeito, vou causar a ruína do Loberno se Colton honrar nosso vínculo, e eu o odeio por interferir e pensar que pode me controlar desta forma. Nem faço parte de seu bando, e ele não tem nenhum direito sobre mim ou minha linhagem. Desde que me transformei, eu deveria estar livre para ir embora desta montanha estúpida, mas o Alfa não quer me permitir!

É a primeira vez na história que uma marca acontece desta maneira, e o Xamã alertou sobre as consequências terríveis caso contrariássemos o destino e negássemos algo tão forte assim. Contudo, Juan não se importa. Ele só se preocupa com o que quer e com o que os Santo precisam, e eu sou uma mosquinha irritante na sopa dele. Não sou digna da atenção de seu filho ou de continuar a linhagem de sua família.

Meu plano de fugir é inútil, porque minha alma agora está ligada a Colton em todos os sentidos, o que significa que não tenho permissão para ir embora de Radstone. Isso porque, se eu saísse por conta própria, poderia colocar em risco a vida do futuro Alfa dos Santo, já que sou incapaz e indigna. Se algo terrível acontecesse comigo nesse mundão perigoso e eu morresse, ele também morreria.

Quero dizer, o destino torna o lobo e a companheira inseparáveis por uma razão, além da luxúria e da procriação... O desejo de nunca se separar também tem a ver com a sobrevivência. O Alfa deve proteger a fêmea a todo custo, e ela deve segui-lo por toda a vida. Sempre ao lado dele, para protegê-lo e, juntos, tornarem-se invencíveis. Se um cair, ambos caem.

Então, basicamente, o que aconteceu? Carmen gritou comigo até meus ouvidos sangrarem, literalmente – e eles ainda doem; Juan me maltratou e ameaçou acabar comigo, o que fez Colton quase arrancar a cabeça dele; por fim, fui forçada a ficar em prisão domiciliar pelos Santo, um bando de lobos agressivos e que não se importam comigo. Ou seja, estou condenada a uma vida de enclausuramento por trás dessas paredes, sem contato com a pessoa que o destino decidiu que seria a metade de minha laranja por toda a eternidade. Está tudo uma porcaria. Que droga, estou cansada desta m*rda!

Estou desesperada para me conectar a Colton, por um segundo que seja, e acalmar esse meu desejo eterno. Mas, como não ouvi nada dele, assumo que ele concorda com o pai e acha melhor não termos contato pelo futuro do bando, considerando que ele não aceita mais a nossa conexão telepática. Sonho com ele, sinto o cheiro dele quando o vento sopra do sul, e isso está me deixando louca e sem saber como consertar a situação, quando sequer sei o que somos. Estou sendo mantida em cativeiro, apesar de ainda ser a companheira dele, mas não tenho direito a nada que vem com o vínculo.

A única vantagem de me transformar e enfim me tornar a verdadeira Alora é a diferença física, que me chocou quando pude voltar para o quarto para me limpar da sujeira e do sangue por todo o meu corpo. Quando me olhei no espelho do banheiro, fiquei incrédula enquanto digeria que aquela pessoa era eu.

A mulher no reflexo, onde antes estava uma garota, era quase como uma estranha para mim, porém ao mesmo tempo não era. De certa forma, ainda sou Alora, ainda me reconheço como eu, mas minhas feições estão angulares, os lábios estão mais cheios, e a pele mais clara. Meu rosto está de alguma forma mais bonito sem ter mudado muito, então não consigo identificar o porquê. Meu cabelo está mais grosso, mais cheio, mais claro; então, em vez de ser castanho-claro, ficou da cor de caramelo, com um toque de mel, e lindas ondas. Meus olhos estão mais verdes, quase cintilantes, e meu corpo está com curvas em lugares que eu achei que nunca teria. Ele ficou melhor e mais bonito, o que me deixou comparável às outras fêmeas do reino. Não sou mais uma pessoa esquecível; Sou desejável, o que traz seus próprios problemas.

Machos no cio me cercam sempre que resolvo descer à cozinha ou ao pátio para tomar um ar. O orfanato ainda tem muitos que moram nele, mesmo depois de transformados, que não têm vontade de sair. Posso ter marcado meu companheiro, mas não carrego nenhuma marca física para consolidar uma união. Portanto, aos olhos deles, estou solteira e sem companheiro, e preciso ficar esperta. Nem todos seguem as regras da alcateia nesta nova era.

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