Um bebê para o CEO italiano romance Capítulo 17

Senti a maciez abaixo de mim ao abrir os meus olhos. Eu estava na minha cama, e tudo não havia passado de um sonho. Um sonho bem real, eu poderia dizer. Aqueles olhos nunca estiveram mais vívidos, como se realmente estivessem ali, na minha frente, e não apenas nos meus sonhos. Daquela vez eu quase pude me ver correndo em direção a ele, mas eu ouvi a sua voz… Eu… Meu Deus, o teto estava muito branco e aquele cheiro, aquele barulho. Eu não estava em minha casa, aquele não era meu quarto.

Sentei de uma vez na cama. Eu estava em um pequeno reservado de posto médico. Deus, foi tudo real, exatamente tudo real. O meu chefe era o mesmo homem a quem eu me entreguei loucamente há dois anos atrás, o pai do meu filho. Naquela noite nem os nossos nomes foram ditos. Bem, nós não tivemos tempo para aquilo. Eu não achei que a boate fosse dele, achei que fosse apenas um cliente normal, assim como eu. Aquilo foi como uma bomba, e me fez fraquejar no momento em que eu me dei conta.

— Que bom que acordou. — Levantei a minha cabeça para a mulher baixinha e rechonchuda, que entrou com uma prancheta em mãos. — Você se alimentou hoje? — Ela perguntou ao se aproximar. Vi o seu nome no jaleco, Marta Ferreira. Balancei a minha cabeça em confirmação à sua pergunta. — Você está grávida? — Voltou a questionar depois de anotar algo na prancheta. Neguei aquilo prontamente. O que ela estava pensando, afinal?

— Eu apenas… Tive uma surpresa muito grande e não consegui… Não sei, o choque acabou me levando a desmaiar, eu acho. — Falei, e ela riu pra mim. O que eu poderia fazer com aquilo? Era realmente o que tinha acontecido. Eu não estava querendo ensinar a ela o que deveria fazer nem nada do tipo. Talvez eu tivesse prolongado tudo aquilo porque eu estava com medo de vê-lo novamente. Eu tinha pensado tanto nele, só que eu não tinha pensado no que dizer, no que fazer quando o visse. Eu desmaiei, mas não queria voltar a repetir o ato.

— Claro, eu entendo perfeitamente, minha querida. — Ela falou simpática. — A propósito, qual das beldades na sala de espera que é o motivo do seu choque, da sua surpresa? — Perguntou, me fazendo abrir a boca. As palavras ficaram presas ali, e vi ela rir abertamente. Não adiantaria negar, mas eu também não precisava responder aquilo. — Deve ser o bonitão de olhos azuis. Ele estava todo preocupado. Quer dizer, ele ainda está, na verdade. — Levantei a sobrancelha em direção a ela. Ela disse que tem dois?

— Você disse que tem dois aí fora? — Questionei, e ela me olhou como se eu não soubesse. Só que eu realmente não sabia, pois cheguei aqui completamente desacordada. Marta me falou e, pela descrição, só poderia ser Átila. Claro, ele que estava na sala naquele momento. — Eu já posso sair então? — Perguntei, e ela confirmou, para o meu alívio.

Contei os meus passos até chegar à sala de espera. Era como se, bem, eu não sabia como era. Eu sentia falta do meu telefone, ligar para Julia e pedir uma estratégia de fuga. Eu queria ser covarde naquele momento, mas já não tinha mais tempo. Parei quando Átila me viu, e seus olhos de alívio seriam engraçados, se eu não estivesse me tremendo por dentro. Ele veio em minha direção, me envolvendo em seus braços.

— Que bom que está bem, Gabriela, que susto você nos deu. — Átila falou, enquanto eu me mantinha acuada, sem sequer olhar para os lados. — O que foi que aconteceu? Ninguém nos falou nada até agora. — Ele falou, e eu limpei a garganta.

— Não foi nada demais. Eu acho que… me senti sem ar, apenas. — Expliquei. Eu podia sentir os olhos dele em mim, só que eu não conseguia virar a minha cabeça naquela direção, então eu foquei toda a minha atenção em Átila, enquanto pedia desculpas por causar todo aquele alvoroço. Em pouco tempo nós já estávamos de volta ao escritório. E cada vez mais o meu coração retumbava, como uma bateria de escola de samba em pleno vapor.

No momento em que Átila me deixou a sós com o senhor Mancini eu olhava para todos os lados, menos para ele. Senti-me completamente envergonhada, pelo passado e por tudo o que aconteceu agora, no presente. Ele se manteve calado, sem me deixar saber o que se passava em sua cabeça. Talvez eu estivesse delirando, e ele não me reconheceu. Talvez o seu olhar de reconhecimento tenha sido por alguma descrição de Átila ou algum outro funcionário. Era pedir demais que ele se lembrasse de algo. Eu me lembrava porque eu fiquei com o maior lembrete que alguém poderia ter — não que eu reclamasse daquilo.

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