Um bebê para o CEO italiano romance Capítulo 32

— Como é que... Vocês o que? — Julia questionou, parcialmente chocada. Eu quase ri ao ver o olho direito dela tremer, pois estava feliz demais para me importar com o choque dela. Estava satisfeita demais para sequer debater com o que quer fosse vindo dela. Mesmo que fosse o seu choque ao saber que eu e Lorenzo havíamos transando novamente, e que eu estava no céu com tudo aquilo — Meu Deus! Tudo bem, eu não vou dizer que não entendo. — Ela falou, e eu levantei a sobrancelha em sua direção. — Já disse que entendo esse seu descontrole por causa desse homem. — Fez uma carinha de safada.

— Você jura? — Questionei, com o riso preso em minha boca. — Se Diogo lhe ouve falar isso… — Ameacei, e ela revirou os olhos e olhou por cima do ombro, para a sala que era onde Diogo estava com Gio, brincando no tapete numérico dele. Mas eu não podia negar que Julia tinha razão quanto àquilo. Qualquer pessoa que visse Lorenzo poderia compreender o meu descontrole físico. Porque o meu descontrole emocional, acho que apenas nós dois sabíamos o que era e como funcionava. À ponto de nos fazer perder a sanidade.

— Nem fale uma coisa dessa! Mas agora me conte o resto e um pouco mais de detalhes sobre aquele homem divino. — Não segurei a minha gargalhada diante de tão pedido, atraindo a atenção de Diogo e Gio. O meu filho riu, já Diogo nos olhou de cenho franzido e, logo depois, voltou a sua atenção novamente para a brincadeira com o sobrinho. Quando Diogo me viu já foi logo questionado sobre Lorenzo, mas eu desconversei. Estava bem demais para lavar roupa suja sobre a minha vida querendo com o meu irmão. — Comece de uma vez, Gabriela. Sabe que atiçar a minha curiosidade e me deixar assim é pecado. — Falou, me trazendo de volta à realidade.

Contei a ela tudo. Bem, quase tudo. Eu não iria dar detalhes de toda a minha intimidade e do meu homem. Sim, cada vez mais eu tinha certeza que ele era meu! Eu estava em todo o ápice devido à nuvem de prazer que havia nos tomado. Mas entendi muito bem as palavras dele. Eu não era tão fluente em italiano. Mas o “Meu amor” e “Seja minha” eu entendi muito bem e confesso que aquilo fez o meu prazer se prolongar ainda mais. Aquela foi a única parte que eu contei a Julia, dos detalhes que ela tanto queria. Fora aquilo, contei a ideia de Lorenzo em colocar algumas propriedades no nome de Gio.

Vi os olhos de Julia brilham. Mas depois que eu falei a história que Lorenzo havia me contado, sobre a sua família lhe exigiria um herdeiro… Eu deveria contar aquilo a Diogo também, mas acho que ele não seria mais compreensivo. Precisava de bastante tempo e paciência para que Diogo não quisesse matar Lorenzo assim que o visse. Imagine só se ele descobriusse tudo isso. Diogo era cabeça dura, e quando eu achava que estava alegre, ele vinha e mostrava exatamente o contrário. Eu tirava aquilo com o caso do apartamento. Ele foi compreensivo com a minha necessidade de mudança, mas logo depois me surpreendeu ao dar-me o antigo apartamento. Ele não me tirou debaixo de sua asa.

Eu resolvi não fazer isso um caso de guerra, porque eu sabia que iria acabar. Então era melhor manter tudo como estava. Voltei os meus olhos para a sala, onde ele estava com Gio. Julia parou ao meu lado, e eu soltei um suspiro que coincidiu com o dela. Nós dois estávamos tendo pensamentos diferentes com aquela imagem. Eu sei que Julia desejava uma família com o meu irmão, e ele queria o mesmo. Só que ambos levaram o trabalho a sério demais e não queriam abrir mão daquilo tão cedo.

— Um dia eu penso em ter um filho com ele, uma família. Mas não agora. — Explicou, parecendo saber exatamente o que estava passando em minha cabeça. — Eu o amo. Amo tanto, Gabi, e pensei que você não aceitaria nós dois juntos. Mas também não queria continuar a esconder tudo de você. — Coloquei a minha mão no ombro dela.

— Bem. Não mudou muita coisa, não é? Vocês continuam sendo a minha família. Só mais entrelaçados do que nunca. — Ela riu e me abraçou pelos ombros. Depois que nós terminamos de fazer o jantar, que naquela noite foi no meu apartamento, colocamos a mesa com a ajuda de Diogo. Naquela altura ele já havia saído Gio cercado com os seus brinquedos. Quando nos sentamos à mesa, meu filho estava em sua cadeirinha e ansioso pela sua comida. Eu fiquei imaginando aquilo tudo daqui um tempo, com Lorenzo. Sabia que era um sonho de família feliz, mas fazer o quê? Eu o tinha, afinal.

Depois que os dois saíram, eu coloquei Gio na cama. Ele estava brincando bastante e capotou. Quase que eu nem consegui dar banho nele, mas, felizmente, Gio me permitiu aquele ato. Assim que eu sentei no sofá, com uma bela taça de vinho em mãos, o interfone tocou, me fazendo revirar os olhos para quem quer que fosse. Eu tinha minhas suspeitas de quem poderia ser. Levantei e me arrastei até o aparelho, confirmadas as minhas suspeitas. Eu olhei no espelho que ficava acima do aparador, junto à porta de entrada.

— Bela! — Lorenzo falou assim que eu abri a porta. Ele estava com roupas casuais, e o cabelo de cachos domados agora estava rebelde, deixando-o ainda mais bonito — se é que aquilo era possível. Ele deu-me uma sensação que me tirou todo o ar que estava guardado em meus pulmões. Eu tinha uma única pergunta a fazer, mas a visão dele e sua sensação indecente me tiraram não apenas o ar, como a concentração e memória. — Será que eu posso entrar? — Questionou e deu-me um sorriso, e eu percebi que estava paralisada.

— Eu… É… Claro. — Dei passagem a ele e ao cheiro maravilhoso que Lorenzo exalava. Não parecia ser o perfume que ele sempre usava. Era um cheiro mais natural e fresco. Como menta e limão? Talvez aquilo fosse. Aquele cheiro indicava que ele havia tomado banho há pouco tempo. — O que faz aqui? — Perguntei quando a minha razão voltou a mim. Ela voltou em altas nuances, me lembrando que eu usava apenas uma camiseta velha como pijama e ela não escondia quase nada. Era aquele o motivo do seu olhar indecente.

— Precisava ver vocês. — Falou simplesmente como se não fosse nada demais. — Vi que o porteiro do seu prédio mudou. — Abri um sorriso maroto em sua direção. Sim, realmente havia mudado. Eu tinha uma bela conversa com o síndico, pois o que aconteceu com Lorenzo não poderia se repetir. Se ele fosse algum bandido ou psicopata, a essa hora eu não estaria mais aqui. Lorenzo cuidando da sobrancelha para mim e vi seu olhar alcançar o lugar.

— Ele não trabalha mais aqui. — Expliquei, e ele balançou a cabeça em concordância. Ele sabia que aquilo era o certo, e eu não podia dizer que sentia muito. Todo mundo tinha problemas financeiros e precisos de um extra, mas se aquilo fosse fora da lei deveria ser cobrado o seu preço. Tudo bem que Lorenzo teve a sua parcela de culpa. Aliás, nem tanto assim. Acho que, no fundo, ele acabou sendo útil — ao menos naquele aspecto de prevenção.

— Bem, eu não posso dizer que sinto muito. — Ele falou, e eu levantei a sobrancelha e fechei a porta atrás de mim. — Aquele homem era realmente um risco, não só a você e nosso filho. — Balancei a minha cabeça em concordância. Passei por ele, indo em direção a minha taça de vinho. — Eu queria ter vindo cedo, assim que você saiu. Mas tive uns assuntos a resolvedor. — Vim falar sobre os documentos do Gio. — Balancei novamente a cabeça ao dar um gole na minha bebida, e ele acompanhou o movimento como se tivesse um sol atrás de mim. Lorenzo me olhou com os olhos apertados e, ao mesmo tempo, cheios de encanto.

— Você aceita? — Chamei-o de volta a si ao perguntar aquilo; seus olhos sobem lentamente da minha boca até se chocar com os meus. Vi ele lamber os lábios e segurari o riso. Sabia bem o que estava se passando naquela cabeça. — Não é como os vinhos do Veneza, o que é feito por vocês, mas é um bom vinho. — Deu-me um sorriso.

— Então você já provou os vinhos do Veneza? — Questionou, e eu concordei. Contei a ele que eu havia experimentado por insistência de Átila, mas que não havia me arrependido de fazê-lo. Lorenzo abriu um sorriso espontâneo, me fazendo franzir o cenho para aquilo, que quase me fez revirar os olhos. Mas quando ele me explicou, eu pude entender melhor o motivo do sorriso e do convencimento.

Lorenzo me falou da empresa de bebidas da sua família enquanto tomamos o vinho. Ele me conto dos negócios, mas disse que o vinho do Veneza era produzido exclusivamente na vinícola da chácara do avô dele, na Toscana. Então eram esse os negócios que a família queria que ele tomasse a frente? Não me parecia algo diferente do que ele já fazia. Ele percebeu aquele meu pensamento e tratou de me explicar que seus próprios negócios ele havia conseguido com um dinheiro que o avô lhe deixou e, pelo menos aquilo, os seus pais lhe entregaram. Sabia que a chácara era o que ele mais tinha um apego, mas conto que o seu tio tinha um interesse quase obsessivo em conseguir o lugar também.

Pelo que ele contava, parece que o lugar era bem rentável, e talvez o tio dele o quisesse por aquele motivo. Mas Lorenzo tratou de tirar aquilo da minha cabeça, ao me dizer que o tio também tinha muito dinheiro de negócios próprios. Eu queria perceber que a vida dele tinha muitas complicações, assim como a da maioria dos brasileiros, inclusive eu. E olha que cheguei a cogitar o sonho de família feliz. Mas eu deveria levar em consideração toda a consideração que era implicada naquele meu sonho.

— Esse… Você acha que esse seu tio pode estar envolvido em algo ilegal? — Perguntei depois de quase termos seco toda a garrafa. Lorenzo estava sentado no meu sofá. Eu estava com as pernas em seu colo, e ele massageava gostosamente os meus pés, que apreciavam aquilo como um todo. Lorenzo deu de ombros para a minha pergunta, mas eu podia sentir que ele suspeitava exatamente disso, porém só engoliu a seco. — Lorenzo, eu não sei se quero que a sua família conheça o meu Gio. — Falei, e ele se virou abruptamente para mim.

— Os meus pais não são um problema, Bella! — Afirmou, mas acontece que o medo já havia se instaurado em mim. — Não precisa se preocupar. Eu não deixo nada de ruim acontecer a vocês! — Disse com veemência, e eu balancei a minha cabeça em concordância. Vi ele olhar no relógio em seu pulso. — Acho melhor eu ir embora. Já está bem mais tarde do que eu pretendia ficar.

— Você… Não precisa ir. — Vi os olhos dele brilharem, e é claro que aceitou aquilo. Acho que era o que ele pretendia desde o começo — e eu também!

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