Um bebê para o CEO italiano romance Capítulo 41

Assim que eu saí da sala, com Lorenzo logo atrás de mim, eu podia sentir os olhares à minha volta. Eu nem conseguia acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Em questão de segundos, minha vida havia virado pauta para o assunto de todos os funcionários do lugar. Eu não achava uma boa ideia que nós almoçássemos no restaurante e falei aquilo para Lorenzo. Acontece que as minhas palavras não tiveram um mínimo efeito. Ele queria que todos nos vissem juntos. Eu sabia que era bobeira minha, pois todos já estavam sabendo, só que, lá no fundo, eu ainda me sentia despreparada.

O Tortelline estava com as reservas todas completas, e eu dei graças a Deus por aquilo. Mas eu deveria saber que para Lorenzo não existia aquilo, pois ele era o dono do lugar, e tudo o que ele queria era feito. Naquele momento ele queria almoçar comigo. Me sentei na cadeira que ele havia puxado pra mim. Lorenzo estava quieto. Eu poderia dizer que ele estava pensativo. Quando passamos por algumas mesas com conhecidos dele, ele os comprimentou com pouquíssimas palavras e logo nos colocou em movimento, para longe de todos.

— Eu não sei se você fez o certo em demitir Serena. — Falei, e ele tirou os olhos do cardápio de bebidas e me olhou prontamente. Vi-o soltar um suspiro longo e pesado. Não fazia ideia se ele concordava ou não comigo, mas eu sabia que ele parecia já estar pensando naquilo. Era visível aquela confusão em seu semblante. — Eu sou a favor de manter os meus inimigos por perto. Poderíamos ter descoberto qual a real ligação dela com Rodolfo. — Afirmei, e ele apertou os olhos em minha direção, sabendo que eu tinha toda razão.

— Você pode estar certa, Bella. Acontece que eu não consigo ser totalmente passional. Também, se eu voltar atrás agora, ela poderá desconfiar. — Falou, e eu tive que concordar. Serena não era burra e ela poderia estar dando informações simplesmente por dar. Ou poderia estar vendendo elas, o que eu achava bem mais provável. — Mas isso não quer dizer que eu não vá ficar de olho nela. — Se calou em seguida, quando os nossos pedidos chegaram.

Nós tivemos um almoço agradável, apesar de eu sentir uns olhares em nossa direção. Enquanto tivesse Lorenzo ao meu lado eu tinha me prometido ignorar aquilo. O problema seria depois, quando eu tivesse que encarar tudo sozinha. Olha que eu havia achado difícil com o meu irmão, até eu me deparar com os olhares à minha volta. O modo como o meu irmão reagiu a tudo tinha sido fichinha diante do que eu sabia que iria passar.

No meio de tudo aquilo, eu só queria manter Gio a salvo, longe de todo o alvoroço e olhares maldosos. Eu não aceitaria qualquer ofensa ao meu filho e por ele eu seria capaz de tudo. Logo depois do almoço, voltei ao meu trabalho, e Lorenzo me deixou na minha mesa. Ninguém ousou dirigir nenhum olhar a mais em nossa direção. Ele me deixou ali com um beijo demorado e apaixonado e foi para a sua sala.

— Como eu devo lhe chamar agora? — Ouvi a pergunta incerta e levantei a minha cabeça para ver Lorena ali. Ela me avaliava de modo desconfiado e cheio de curiosidade. Segurei um sorriso e balancei a minha cabeça de um lado a outro. Sabia que perguntas como aquela serias frequentes e eu já deveria estar muito bem preparada.

— Como você sempre me chamou, Lorena. Nada mudou. — Ela abriu um sorriso tímido, sentando-se à minha frente. Bem, na verdade o seu sorriso tímido também era um sorriso de alívio ao ver que nada iria mudar. Ao menos não entre nós. — Agora preste atenção. Eu acho que a sua mente imaginativa e sonhadora vai gostar da minha história. — Falei e vi os olhos dela brilharem. Eu não podia julgá-la por aquilo, pois, só de pensar em tudo, eu me sentia do mesmo jeito.

— Uau. Isso é tão surreal — Sorriu depois que eu terminei de contar a ela a minha história com Lorenzo — E você veio trabalhar justamente para ele. Se não é o destino, eu não sei mais o que pode ser. — Ela falou, totalmente lívida e soltando suspiros, como uma adolescente apaixonada. Eu não iria tirá-la do seu mundo de faz de conta — É impressionante como esse tipo de coisa só acontece com quem não deseja isso. — Mudou o seu olhar para indignação, me fazendo rir, enquanto ela parecia realmente pronta para chorar ou brigar com uma parte invisível do mundo, por razões só dela.

— Como pode saber que eu não quis isso? — Questionei fingindo choque, e ela apertou os olhos em minha direção. Era fácil ver que eu realmente não queria aquilo; eu era pé no chão. Bem, na verdade eu tentava manter os meus pés no chão, mas às vezes eu dava umas escorregadas. Só que a vida me resgatava no mesmo instante, às vezes não tão rápido ao ponto de não me deixar feridas. — Tá legal. Eu realmente não quis, mas deve ser esse o fardo, não é? — Falei, e ela revirou os olhos.

— Claro... Um fardo maravilhoso e italiano. — Eu não segurei uma gargalhada. Ela tentou resistir e bancar a chateada com o destino, mas não conseguiu por muito tempo. Balancei a minha cabeça em negativa, enquanto a via se lamentar.

— Quem sabe se você fingir que não quer nada com ninguém. — Falei e a mesma levantou a sobrancelha.

— Mas o problema é que eu sempre estou querendo alguém. É inevitável. — Bufou as palavras e se deixou cair na cadeira de forma relaxada — Tudo bem. Quem sabe esse tipo de romance de livros não é para mim. — Eu ri novamente. Não sabia o que falar no momento porque, apesar de estar vivendo um conto de fadas, segundo ela, eu não planejei aquilo, mas o que tinha que acontecer iria acontecer.

— Você acha que todos podem me odiar? — Perguntei, e ela pareceu surpresa com a minha pergunta. — Depois das palavras de Serena, todos podem achar que eu realmente estou tentando dar um golpe. — Expliquei, e ela balançou a cabeça em negativa.

— Todos conhecem Serena. E ninguém sequer ousaria pensar uma coisa dessas, não depois das palavras e da declaração velada do senhor Mancini. — Lorena falou, me fazendo soltar um suspiro. Aquilo tirava um pouco do peso de tudo que estava acontecendo em mim, mas não todo ele. — Acho que a preocupação de todos é como devem tratar você a partir de agora. — Resfoleguei, surpresa com aquilo.

— Você… Acha isso? — Perguntei, e ela abriu um sorriso amistoso e balançou a sua cabeça em concordância. Bem, aquilo seria bem mais fácil de enfrentar e de se resolver do que se eles ficassem me julgando e apontando. Pior se eles acreditassem em Serena, e alguma coisa acabasse respingando no meu pequeno Gio.

— Em todo o caso, Laura era muito mais chegada a Serena e ela pode não aceitar o fato da caranguejeira ter sido demitida. — Eu havia me esquecido completamente de Laura e da bendita proximidade dela com Serena, mas esperava realmente que ela não trouxesse mais problemas do que o normal. — Mas, quer saber? Ela não tem autonomia em nada aqui. Agora você é a primeira dama desse lugar e pode mandá-la embora também. — Falou, e eu revirei os olhos. Não gostava de comparação com primeiras damas. Aquilo me fazia lembrar do deputado e de toda essa confusão que ele havia ajudado a causar ao falar do meu filho a Serena. Os dois se mereciam e, por mim, se eles ficassem juntos era coisa boa. Achava que os dois se mereceriam mais do que tudo.

— Sem essa. — Afirmei, e Lorena levantou as mãos em rendição — Acho melhor trabalharmos. — Falei, e ela fez uma continência, e eu voltei a revirar os olhos em sua direção.

— Sim. A senhora que manda, chefe. Senhora Mancini é melhor. — Fingiu pensar naquilo no exato momento. Joguei uma caneta em sua direção, e ela desviou prontamente e saiu rindo como se tivesse ouvido a melhor piada do mundo. No fim, era bom saber que continuávamos do mesmo jeito. Era bom ter Lorena por perto, pois ela foi uma das únicas a se enturmar comigo, e eu não queria perder aquilo. Até porque ela era uma garota bem legal.

Depois de um tempo que Lorena havia saído, eu consegui me concentrar em meu trabalho. Tirei da minha cabeça qualquer coisa que tivesse a ver com o que tinha acontecido mais cedo. Foquei a minha atenção nos relatórios de caixa da Passione, que o Quim havia trazido no fim da semana passada. O meu pensamento no momento foi nele. Eu sabia que tínhamos que conversar. Não que eu devesse alguma coisa a ele, mas era o certo a se fazer — e eu sabia daquilo. A minha consciência também tinha uma noção, pois só se aquietaria depois que tivéssemos um conversa franca.  

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