Um bebê para o CEO italiano romance Capítulo 46

— O… O que? — Perguntei enquanto tentava me recompor, o que era bem difícil depois de tudo aquilo que fizemos. Minha respiração ainda estava ofegante, e era difícil manter a concentração com Lorenzo pelado e seu pênis semiereto roçando na minha perna. As palavras dele faziam uma profusão de pensamentos em minha cabeça, desde medir os prós e contras, a achar que ele estivesse ficando completamente louco, o que era bem mais provável. Eu não iria pular mais fase nenhuma com ele. Há dois anos atrás tinha sido a exceção, e olha só onde ela nos colocou. — Eu acho que não entendi.

— Bella… — Ele falou, simplesmente prolongando as suas palavras. Só que aquele não era o momento para “Bella”. Aquele era o momento em que ele me explicaria aquilo com todas as letras. Eu tinha todo o direito, já que aquilo me envolvia. Lorenzo sentou-se e puxou uma manta nem sei de onde. Cobriu a nós dois, pois entrava uma corrente de ar por alguma janela aberta. — Eu quero você e o nosso filho aqui comigo. Isso é pedir demais? — Perguntou, invertendo o jogo. Em segundos eu estava na posição de questionamento e no momento seguinte… “puff”! Ele conseguia virar a pergunta pra mim.

— Não. Não é pedir demais. — Falei, e ele deu-me um sorriso — Mas também não quer dizer que vá acontecer de uma hora pra outra. — Ele abriu a boca em choque. — Lorenzo, essa é a primeira vez que a gente sai normalmente, e você nem está considerando o fato de que podemos nem ser tão compatíveis assim. — Apertou os olhos em minha direção. Acho que ele não estava esperando por aquilo. Sei que parecia errado e maldade da minha parte, mas eu pensava no meu filho. Eu lidava com as minhas frustrações amorosas, mas seria demais para a cabeça do meu filho. Ou será que eu estava jogando o meu medo como desculpa e usando o Gio? Balancei a minha cabeça, calando a voz do meu subconsciente.

— Bella, eu não estou dizendo para vocês se mudarem amanhã. Se você reparar bem, a casa não está bem habitável. — Ele falou, e eu olhei em volta. Naquele frisson todo que entramos aqui, eu não havia reparado em nada. O lugar realmente estava em processo de construção, e tinha lugares que estavam com um plástico para a tinta não espalhar no chão. Os únicos móveis eram o sofá, aparador e uma mesa de centro. — Eu vou conquistar o direito de vocês estarem aqui. Hoje foi apenas o primeiro passo. — Ele falou, me deixando chocada e feliz ao mesmo tempo. Era bom ver como ele conseguia furar as minhas barreiras.

— Posso dizer que você já começou bem. — Me referi a tudo. As conversas no restaurante, os momentos picantes e mais extravagantes da noite. Eu me senti realmente feliz e leve com ele, e, depois, muito bem amada. Mesmo que de um jeito bem devasso, mas podia dizer que foi o pico alto e deliciosamente tentador da noite.

— Não tinha a intenção de terminar aqui e nem assim. Minha ideia era levá-la pra um passeio no mar. Depois te amaria ouvindo as ondas chacoalharem e se misturarem aos seus gemidos. Só que com você não dá pra seguir o roteiro. — Abri a minha boca em choque. Bem, eu nem havia saído do estado de choque anterior, e ele vinha e me falava uma coisa daquelas. Sem que eu nem estivesse preparada para o momento. — Vem, Bella. Vamos tomar um banho, e eu te mostrarei a casa. — Falou e deu-me um sorriso, não sendo o suficiente pra me liberar do transe que ele havia me colocado.

Nós tomamos banho em um banheiro no térreo mesmo. Segundo ele era o único que já estava pronto, pois o pessoal que estava trabalhando usava aquele. Deu para perceber aquilo ao ver que tinha sabonete e toalhas limpas, o que foi ótimo para nós. Tomamos um banho gostoso e sem deixar de nos tocar. Entre um toque, uma massagem sensual e outra acabamos transando mais uma vez. Apesar de ter sido mais rápido, teve a mesma intensidade e a mesma sintonia de sempre. Chegamos ao clímax juntos mais uma vez, para o nosso total deleite.

Depois do nosso momento no banho, Lorenzo me mostrou a casa. Era um lugar imenso, e eu preferi chamar de monstruosidade ao invés de casa. O lugar era muito maior do que víamos por fora. Todos os quatro quartos e a suíte ficavam no andar de cima, assim como o escritório e uma sala de TV. No térreo ficava a sala de visitas, sala de estar e uma cozinha — que seria o sonho de consumo de Julia. Uma adega e uma lavanderia que cabia a minha sala inteira ali. Definitivamente era uma monstruosidade de casa. Aquilo me assustava. Não a casa em si, mas como eu já me via ali.

Nós voltamos pra casa por volta de duas da manhã. Não tinha como dormir ali, já que os planos iniciais dele tinham ido pelo ares — por culpa dele mesmo, que não conseguiu se conter. Não tinha mais sentido ir até o barco naquela hora, então decidimos deixar aquilo para outro dia. Logo estávamos em casa. Gio estava com Diogo e não tinha como ir buscá-lo, então nós tínhamos a casa toda para nós e zero sono.

Lorenzo mostrou-me uma habilidade dele que eu apreciei muito. Como tínhamos jantado cedo — e depois de toda a atividade sexual —, a fome estava em alta. Ele preparou uma massa a carbonara para nós, e abrimos um vinho que eu tinha guardado em casa. Depois de comer, nos sentamos na sala com nossas taças e ficamos ali, desfrutando do momento até pegarmos no sono.

— Gabriela, nós podemos conversar? — Apertei os olhos ao ouvir a voz de Quim. Eu estava de costas para ele, fazendo uma lista no Tortelline, e nem o vi entrar no restaurante. Me virei para ele com um sorriso sem graça. Sabia que aquele momento iria chegar. Só estava tentando tomar coragem o suficiente para aquela bendita conversa.

— Claro. Eu… Nós podemos sim. — Me atrapalhei um pouco nas palavras e relaxei quando vi ele sorrir e eu fiz o mesmo. Acho que foi o sorriso mais amarelo de minha vida. — É sobre o Lorenzo ser o pai do meu filho, certo? Eu não queria que as coisas fossem assim. Não desse jeito, mas eu pretendia conversar com vo… — Ele me cortou antes que eu tagarelasse mais do que o que eu já estava.

— Gabriela, você não me deve satisfação. — Falou, e eu o encarei. Claro que eu não devia, mas tinha a necessidade de não ser uma cadela com ele. Justamente com ele, que me ajudou muito e que parecia nutrir algo por mim. — Nós nem chegamos a ter nada. Para ser sincero, nem sei se iríamos ter. — Afirmou, me deixando chocada, mas ao mesmo tempo eu concordava com ele. Estávamos fadados ao fracasso antes de começar.

— Você não sabe como tirou um peso das minhas costas. — Ele riu — Eu espero que esteja com tempo para ouvir uma história. — Falei, e ele balançou a cabeça em concordância. Nos minutos seguintes, eu passei contando a ele como havia conhecido Lorenzo e que não fazia ideia de que ele fosse o dono de tudo. Para mim ele era apenas um turista que nunca mais eu veria, mas logo depois eu me via trabalhando para ele.

— Uau. Isso é uma história e tanto! Isso me faz acreditar cada vez mais em destino! — Eu ri com as suas palavras. Não achava que homens do tipo de Quim acreditassem em destinos. Aquele era só mais um lado que me fazia gostar cada vez mais dele. Como amigo, era lógico. — Por… Por falar nisso, você viu Lorena por aí? — Perguntou, ficando corado e me fazendo apertar os olhos em sua direção. — Eu tenho que devolver o Di… O caderno dela

— Você não o tinha devolvido? — Perguntei, e ele balançou a cabeça em negativa e levou a mão à nuca. Eu sabia que tinha coisa ali, só não podia imaginar o que era, mas tinha certeza que era algo bom para os dois. — Lorena está lá em cima, acho que ela está com Átila. — Ele balançou a cabeça e deu-me um sorriso.

— Eu vou entregar a ela. Depois nós podemos conversar sobre algumas ideias para a Passione? Eu vou precisar muito da sua ajuda. — Eu ri, por ver que realmente não tinha ficado um clima estranho entre nós.

— Tudo bem. Até depois. — Falei enquanto ele começava a se afastar. Voltei minha atenção ao que estava fazendo. Tinha que ser rápido, antes que o horário de almoço começasse, e vi que estavam organizando tudo para que aquilo acontecesse. Comecei a me afastar também, enquanto terminava de anotar o nome de alguns fornecedores que poderiam ser mudados, pois nenhum dos produtos deles trazia benefícios. Eram apenas elefantes brancos no meio da sala. No caso, era no meio do restaurante.

Enquanto o pessoal estava de um lado a outro se movimentando, eu tentava ser o mais rápida possível, além de tentar não prestar muita atenção ao que acontecia e aos olhares que eram dirigidos a mim. Eu sabia que não seria uma boa ideia deixar a minha mente ser tumultuada por aquilo. Estava prestes a voltar para o escritório quando voltei a ouvir o meu nome ser chamado, só que, diferente da vez anterior, o arrepio e o asco me tomaram por completo.

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