Um bebê para o CEO italiano romance Capítulo 52

— Eu… — Nós dois falamos ao mesmo tempo. Como dois adolescentes, começou a dar risada do nosso erro, que não era bem um erro. Acho que era mais o medo de errar. Acho que eu reconhecia aquilo nele, pois era o mesmo medo que havia em mim. Aquele medo irracional, que nos fazia voltar a agir como adolescentes, que cometiam uma leve transgressão atrás da outra. Talvez tudo fosse novo para ambos, e aquilo implicava muita coisa. — Nós… — Voltamos a repetir, até que ele fez um gesto de zíper na boca, me dando chance de falar.

— Lorenzo, eu agi errado com você. — Falei e senti o amargo depois dessas palavras em minha boca. — Na verdade, agi errado só em partes. — Corrigi e vi um pequeno sorriso brincar no canto dos seus lábios. Aquilo me deu tranquilidade o suficiente para poder aceitar. — Não deveria ter colocado você pra fora sem termos resolvido tudo. Mas você agiu errado primeiro. — Levantei o meu nariz, não querendo dar o meu braço a torcer de vez. Sei que tinha pensado há pouco sobre não querer errar novamente, mas, poxa, eu sou humana. Vou errar sempre e tentar consertar na mesma medida.

— Eu agi. Sei que agi errado! Mas eu fiquei com medo. Você envelheceu no calor da emoção, Bella. Isso me assusta e eu não sei lidar com isso, por isso eu acabo enfiando os pés pelas mãos. Sei que foi errado contar a você dessa forma. Foi uma armadilha covarde. — Ele se justificou, e as palavras de Julia vieram à minha cabeça. Nenhum de nós tinha culpa, e não esperava nos dar por vencidos e nem nos deixar pensar naquela forma.

— Sabe… Que venha a sua mãe, sua ex, seu tio interesseiro, o deputado e Serena. — Lorenzo trabalhando a sobrancelha em minha direção — Acho que nós podemos dar conta deles. — Vi um sorriso brilhar nos lábios dele. — Eu também tenho ex, então não esperava que eu fosse a sua primeira mulher. — Vi o sorriso dele murchar com as minhas palavras, e aquilo quase me fez rir.

— Isso não tem a menor graça, Gabriela. O que Paola e eu não tínhamos passado de algo banal — Demonstrou a sua esposa ao me ouvir falar de ex, e olha que eu nem fiz de propósito. Me aproximei dele e o deixeii para mim, beijando os seus lábios, e ele correspondeu com fome igual. Ou melhor, um pouco mais esfomeado do que sempre fazia. Sua língua pedia passagem, e as suas mãos vieram para o meu bumbum. Lorenzo apertou a carne macia, trazendo-me para ele e me fazendo sentir a sua dureza.

— Aaah… — Soltei um gemido assim que ele me deu um espaço para que eu pudesse respirar — Lorenzo, Julia pode voltar a qualquer momento. — Ele soltou um suspiro em meu pescoço, onde havia deixado um beijo que me fez arrepiar completamente.

— Cazzo. Logo na primeira vez que você me beija?! — Disse com a voz arrastada de desejo. Eu o afastei de cenho franzido. Eu já havia beijado várias e várias vezes. Ele parece que leu o que se passou em minha cabeça. — Você nunca começa um beijo, Bella. Você apenas corresponde. — Falou, me fazendo abrir a boca totalmente sem resposta, porque aquilo era extremamente verdade, até eu nem tinha palavras pra rebater.

Ele iniciou outro beijo provando o seu ponto. Mas eu já estava bem ciente disso. Apenas aproveitei o beijo dele, que daquela vez foi bem mais cálido e cheio de ternura. Não gostei muito de que Julia voltasse com Gio, que estava quase dormindo. Ele adorava passear, pois aquilo servia como um calmante para ele. Julia preparou algo para o nosso almoço com a minha ajuda, enquanto Lorenzo ficou com a missão de não deixar que Gio dormisse sem almoçar. Precisava dizer que era impossível não ficar com o coração cheio vendo-os juntos.

Depois do almoço, Gio se entregou ao sono, e Lorenzo foi o responsável por fazer nosso filho dormir. Era tão bom falar “nosso filho”. Era libertador saber que eu esperei tanto por aquilo, mesmo no mais íntimo de mim. Agora tudo estava se desenvolvendo em nossa vida e à nossa volta, mesmo com as dificuldades que às vezes nos eram impostas e tudo o mais.

— Gabi, eu preciso te contar algo estranho. — Julia falou enquanto tomávamos o resto do vinho na sala. Acho que Lorenzo tinha dormido com Gio, pois ambos estavam muito quietos. Me virei para Julia, sentindo-me alarmada com aquilo. Ela parecia muito tranquila até aquele momento, e isso me assustava mais ainda. — Enquanto eu estava lá embaixo com Gio, pode ter sido só impressão minha…

— Como… O que aconteceu? — Perguntei, me sentindo totalmente ansiosa no momento. Aquelas voltas que ela dava não estavam me ajudando nem um pouco.

— Eu reparei que tinha um carro nos seguindo. Eu fui até a esquina, mas achei melhor não ir para o parquinho. Por isso não demoramos nada. — Senti as batidas frenéticas do meu coração. Aquilo não era nada bom, eu podia sentir dentro de mim.

— Vo… Você tem certeza disso? — Perguntei, com a minha garganta quase travando. Eu tinha medo do sobrenome que o meu filho carregava. Agora ele é um Mancini, e aquilo era um alerta de perigo constante. Eu não tinha medido isso até o momento, e a compreensão desse fator estava me fazendo temer pelo meu bebê.

— Estava parada do outro lado da rua. Nos seguimos devagar. Quando voltamos da esquina ele ficou para trás apenas para fazer a volta. Depois que eu entrei, pude ver ele passar. Fiquei na portaria tempo suficiente para vê-lo passar e estacionar no mesmo lugar. Em frente ao prédio. — Aquilo era muito sério e assustador.

— Eu… preciso falar com Lorenzo e a polícia. Alguém. — Eu disse, quase entrando em desespero.

— Fique calma, Gabriela. Você já pensou que pode ter sido Lorenzo que contratou alguma segurança? — Ela perguntou, e eu a olhei, balançando minha cabeça de um lado a outro. Se ele tivesse feito aquilo, por qual motivo não avisaria? Ele não iria nos deixar no escuro para que ficássemos assustadas, como eu estava exatamente agora.

— Não. Ele teria falado! — Eu afirmei, e ela me deu um olhar calmo. Só que eu não estava com a menor vontade de ficar calma — Quero chamar a polícia, o exército ou papa se for possível! — Falei, e Julia me olhou com um certo nível alto de espanto. Naquele momento eu percebi que Lorenzo tinha toda razão. Eu agia muito no calor do momento e nunca apurava nada. Mas eu também entrava em desigualdades ao pensar que, se tratando do meu filho, eu não tinha que apurar nada. Eu poderia fazer tudo e depois eu culparia os meus instintos. Ou os agradeceria, se fosse o caso.

— Gabi, quer parar com isso?! Primeiro vamos perguntar a Lorenzo. — Ela falou, mas eu sabia que não precisava perguntar. O meu instinto de mãe dizia que tinha algo errado com tudo aquilo. Parece que naquele momento Lorenzo sabia exatamente que precisávamos dele ali, pois ele surgiu e parou de andar ao ver como eu estava alarmada e Julia era a única que mantinha a calma, o que era incomum.

— O que está conectado? — Ele perguntou ao caminhar em minha direção e me puxar para o seu lado.

— Nem sei por onde começar. — Julia falou e ganhou um olhar apertado de Lorenzo — Tinha um carro nos seguindo quando eu saí. Você tem alguma coisa a ver com isso?

— Um carro... Não, eu não tenho nada a ver com isso. — Senti que as minhas pernas viraram gelatina com as palavras dele. Não que eu estivesse esperando algo muito diferente, mas talvez fosse tudo o que eu precisava ouvir. — Conta essa história direito — Pediu, e eu me aconcheguei mais a ele, me sentindo trêmula.

Julia contornou o que já havia me contado. Agora ela também estava um pouco mais alarmada, e não era para menos: Um carro desconhecido a seguindo por ela estar com o meu filho. Se eles soubessem quem era o meu filho, deveria ser alguém que já o tinha visto e, talvez, isso não fosse de agora. Talvez só tenha se deixado ser vistos agora. Poderiam já ter bem mais tempo aqui de campana. A possibilidade só me assustava e me deixava mais amedrontada a cada segundo.

— Eu preciso fazer uma ligação. — Lorenzo falou, olhando da janela da sacada. infelizmente o meu apartamento não dava para ver a vista da frente. A janela dele dava para o outro lado.

— Para quem vai ligar? — Perguntei, e ele segurou o meu queixo, levando a minha boca à sua.

— Não se preocupe. Eu vou resolver tudo, Bella! — Falou, com uma certeza que me fez ter a mesma certeza, mesmo eu morrendo de medo.

Enquanto ele estava em sua ligação, eu fui até o quarto de Gio. O que era que estava em nossa vida? Eu já nem sabia mais o que era paz, mas eu faria de tudo para tê-la de volta. 

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