Um bebê para o CEO italiano romance Capítulo 62

Rolei de um lado a outro na cama. Eu não consegui dormir, e minha cabeça fervilhava ao dar voltas e voltas em tudo o que aconteceu mais cedo. Na hora eu tinha certeza que estava fazendo tudo certo, agora eu já não tinha mais, mas eu também não iria voltar atrás. Não depois de ter as minhas dúvidas colocadas em alta com Laura e com Rodolfo. Eu tinha quase certeza de que Serena era quem estava incentivando os dois. Ela não aceitava a humilhação que Lorenzo a fez passar e era ruim o suficiente para armar algo grande.

Já na percepção de Lorenzo, se tinha alguma coisa, como eu desconfiava, quem estava por trás era Rodolfo. A verdade era que tanto Serena quanto o deputado, nenhum dos dois valia porcaria nenhuma. Levantei da cama. Já que eu não estava dormindo, tomar um pouco de ar poderia me fazer bem. Eu consegui melhor que Lorenzo não dormisse em minha casa, pelo menos por enquanto. A contragosto ele aceitou, só não havia entendido. Mas aquilo era o que menos importava para mim.

Depois de um tempo na varanda, fui até o quarto do meu filho, que dormia tranquila e confortavelmente. Deixei um beijo em sua preocupação gorducha e fui para o meu quarto. Era fácil admitir que a minha falta de sono era por estar longe de Lorenzo. Dormir nos braços dele havia se tornado um hábito e não seria nada fácil me desapegar dele.

— Você está com uma cara péssima. Isso tem a ver com o jantar com a família de Lorenzo? — Julia perguntou enquanto tomava uma xícara de café. Ela seria a minha carona até o escritório. Só por aquele motivo eu estava aturando as perguntas dela, sem estar com paciência nenhuma para aquilo.

— Não. — Falei simplesmente e vi ela levantar a sobrancelha em minha direção — Quer dizer, também. Eu não estou em um bom dia, e olha que ele nem começou direito. — Disse, e ela apertou os olhos em minha direção.

— Eu contei tudo! — Ela implorou, e eu deixeii uma longa caminhada. Enquanto arrumava Gio para deixá-lo com Helen, aproveitei para contar tudo a ela. Podia ver o olhar analítico de Julia a cada palavra que saiu da minha boca. Depois que eu deixei Gio com Helen nós seguimos até a garagem, e eu ainda contava os detalhes a Julia. — Isso é... coisa demais para assimilar. Que a considerar desse Rodolfo Prates é ruim, disso ninguém tem dúvidas. Mas você acha que ele é um olho furado ou coisa pior? — Questionou enquanto dava partida.

— Eu tenho todos os motivos para acreditar. Algo me diz que ele quer algo mais de Lorenzo. Eu ouvi uma conversa sobre ele querer o Veneza. — Julia me olhou com atenção — O lugar é influenciado de lavar dinheiro. — Expliquei, e ela me olhou em choque. Eu já tinha olho todo o financeiro do Veneza. Entre as propriedades do Lorenzo, era a mais rentável e mais discreta, e ouvir o interesse de Rodolfo pelo lugar só me colocou em alerta. Eu não tinha ligado todos os pontos até aquela noite. A noite que eu quase não dormi.

— Esse cara é um crápula, mas eu acho arriscado você se aproximar. Você mesmo já deixou claro que tem aversão a ele. — Julia me lembrou, e eu engoli a seco. Eu realmente tinha, mas também queria tudo resolvido e faria o que fosse preciso.

Nós oferecemos o caminho até o escritório debatendo aquilo. Julia tinha os pontos dela, e eu tinha os meus. Eu não podia fazer nada contra aquele sentimento que crescia dentro de mim, o sentimento de querer ver tudo resolvido. Julia entendeu que nada me tiraria aquilo da cabeça e ela só poderia aceitar.

- Gabriela! — Ouvi o meu nome ser chamado antes que eu pudesse entrar. Me virei, dando de cara com o tio de Lorenzo — Será que nós podemos conversar? — Perguntou, e eu soltei um suspiro e balancei a minha cabeça levemente em concordância. — Eu juro que vai ser rápido. Nós podemos tomar alguma coisa?

— Dominique, eu tenho que trabalhar. Acho melhor pular as formalidades e ir diretamente ao assunto. — Falei. Eu tinha esquecido do tio e da prima de Lorenzo. Já tinha tanta coisa passageira e que ainda iria acontecer, e aqueles dois só me mantiveram de cabeça mais quente do que já estava.

— Tudo bem. Você tem razão! — Ele disse com um sorriso nos lábios, e eu quase revirei os meus olhos. — Eu quero que convença o meu sobrinho a deixar a chácara comigo. — Levantei a sobrancelha em direção a ele. Eu acho que estava com algum problema de audição.

— O quê? — Questionei atordoada. Eu não esperava por aquilo tão abertamente. — Por que eu faria isso? Aliás, qual o seu real interesse na chácara que foi deixada para ele?

— Você já se perguntou qual o interesse dele também? — Ele rebateu a minha pergunta. Aquilo estava ficando cansativo.

— A chácara foi deixada pelo avô dele. — Falei e, claro, vi um sorrisinho em seu rosto. Eu não gostei daquilo. Pior ainda: Eu não gostava do modo como ele parecia certo sobre o que iria falar. — O que você está tentando insinuar com isso? — Perguntei, e ele manipula as mãos.

— Eu só posso te dizer que, com a chácara, ele teria que ficar muito tempo na Itália. — Engoli a seco. Eu não havia me dado conta daquilo até o presente momento e até Dominique falar. — Será um bom negócio para todos que o lugar fique comigo. Pense bem. — Afirmou e passou por mim sem me dar tempo de falar mais nada. Fiquei estático no lugar, pensando em tudo e no que eu faria. Estava claro pra mim que era muita pressão de todos os lados. Agora só me faltava a ex de Lorenzo vir me pedir para eu me afastar dele.

Senti na minha mesa após subir para o escritório no modo totalmente automático. Depois das palavras de Dominique, só de pensar em Lorenzo tão distante de mim por mais dois anos… Acho que eu não estava preparada para aquilo. De modo algum que eu estava. A cada momento do dia as palavras de Dominique ecoaram em meu subconsciente, até o momento em que eu não aguentei mais. Precisava tirar aquilo a limpo, e o único jeito era falar diretamente com Lorenzo. Bati na porta da sala dele e ouvi um “Entre”.

— Por que não me disse que teria que ficar mais tempo na Itália? — Questionei assim que entrei na sala, e ele me olhou totalmente confuso enquanto eu aguardava a resposta.

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