Um bebê para o CEO italiano romance Capítulo 9

Eu tive um dia cheio. Alguns exames, médicos e psicológicos, foram necessários para dar entrada no contrato de trabalho. Quando vi o meu salário eu quase tive uma síncope. Eu nunca tive salário. Eu recebia dinheiro de alguns dos bicos que eu fazia e, às vezes, eu recebia o pagamento com alguns produtos das lojas em que eu prestava o serviço. Aquilo pra mim era o paraíso. Ver toda aquela quantia no meu contracheque só me provava que havia sido uma boa decisão a de trabalhar. Eu só precisava agora convencer o meu coração a não sentir tanta saudade do meu pequeno durante o dia.

Eu sabia que aquilo iria ser praticamente impossível, mas teria que acontecer de alguma forma. Pelo que eu vi durante esses dias em que me afastei, eu iria sofrer bem mais do que ele. Gio é um garoto bem fácil de lidar e ele já gostava de Helen, então foi uma fácil adaptação. Eu só não sabia como me adaptar com aquilo também. Fui puxada dos meus pensamentos com a entrada de Lorena na sala. Ela que cuidou da minha contratação e parecia ser uma pessoa bem legal. Só senti que ela ficou um pouco estranha quando eu falei que tinha sido recomendada por Quim, mas esperava que aquilo não interferisse em nossa relação profissional.

— Só falta a assinatura do senhor Mancini. — Ela falou, me entregando uma cópia do contrato com a minha assinatura. — Você já pode começar o mais breve possível. O Quim estava segurando as pontas da administração. Mas quando você começar aqui, verá que ele atrapalhou mais do que tudo. — Ela falou

— Eu… É o que aconteceu com o último administrador? — Questionei e recebi um olhar da loura à minha frente. Lorena tinha os cabelos platinados e ondulados, que iam até metade das suas costas. Eram alguns centímetros menores do que o meu. Nós praticamente tínhamos o mesmo tamanho e peso, ela tinha algumas tatuagens no braço e na panturrilha. Era possível ver, pois ela usava uma saia tubinho e uma blusa de seda sem mangas, com um babado esfuziante no busto. Claro que aquilo a deixava ainda mais bonita, pois ela não tinha os seios grandes como os meus. Não que os meus fossem grandes, mas depois que eu passei a amamentar, estava parecendo que eu havia colocado silicone.

— Ele teve um desentendimento com o Quim. — Ela falou, e eu apertei os meus olhos ao ver que os dela brilhavam ao falar o nome do gerente/faz tudo. — Pra falar a verdade, é que o Quim nunca foi com a cara dele. Ele simplesmente olhou pro cara e não gostou dele, mas estávamos precisando de um administrador urgente. — Explicou, e eu apenas balancei a minha cabeça. — Mas o Quim… ele gostou de você. — Me deu um sorriso triste.

— Eu acho que ele se solidarizou com a minha história. — Falei, e ela fez um cara de desentendimento. — Eu tenho um filho de um ano, moro com o meu irmão… Dois anos depois de ter me formado com honras e com a promessa de ser a mais bem sucedida. — Expliquei, e ela me deu um olhar de pesar. Aquilo me fez rir. — Não faça isso. Eu não me arrependo de ter tido o meu filho, eu só gostaria de que não contasse isso para ninguém. — Pedi, e Lorena balançou a cabeça em concordância.

— A gente tem um auxílio creche. — Ela falou, e balancei a minha cabeça. O pensamento de deixar o meu filho em uma creche o dia todo não era nada bom. Não quando ele era novo demais para aquilo. Ele estava muito melhor aos cuidados de Helen. — Tudo bem. Mas saiba que ninguém a discrimina por ser uma mãe solteira. — A outra mulher falou, e eu voltei a rir.

— Sinceramente, não é por isso que eu não quero que saibam. É só que eu não quero ninguém achando que eu consegui as coisas por terem ficado com pena de mim. — Afirmei. — Eu sou bem mais do que isso e quero provar, inclusive para mim. — Concluí a última frase um pouco mais baixo. Lorena me deu um sorriso de compreensão.

Depois da nossa conversa, pude sentir que ela relaxou mais comigo. Também me contou algumas coisas a mais da rede Passione e do senhor Mancini. Pelo sobrenome eu já podia deduzir que era um italiano. Eu não estava tentando me focar muito naquele fato e nem queria parecer muito interessada pelo meu empregador. A verdade é que eu me senti bem curiosa, e algumas coisas começaram a passar pela minha cabeça, mas eu logo tratei de afastá-las. Aquele não era o momento.

Lorena me falou das filiações que a rede Passione tinha. Além da boate e do restaurante havia um bar, também no Leblon. Mas não era qualquer bar. Pelo que eu entendi, era uma coisa bem privada e exclusiva. Me disse que eu iria ver o quão exclusivo era quando eu começasse o meu trabalho. Deixei aquilo passar, pois não queria parecer intrometida. Quando ela me falou que a maioria dos vinhos que eram disponibilizados no restaurante, boate e no bar exclusivos eram da família do Senhor Mancini, eu quase tive um treco. O homem tinha a sua própria vinícola? Aquilo era... Uau!

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