Vingança Após o Divorcio romance Capítulo 157

NICK

Quando Luke afirmou que iríamos nos divertir em Londres, eu me preocupei. Convenhamos, ele era um chefão da máfia e o conceito de diversão, para ele, distanciava-se muito da ideia de um homem comum. Quando perguntei que tipo de entretenimento pretendia, ele enumerou armas, incêndios, o pacote completo. Um arrepio me percorreu até os ossos. Nós procurávamos uma criança e nada daquilo parecia apropriado a menores.

Por outro lado, raptar uma criança tampouco era correto. O homem levara meu menino sem sequer considerar como ele se sentiria longe da família. Agira por puro egoísmo, e isso não poderia permanecer impune. Algumas pessoas só aprendiam mediante punições severas.

Assim, aceitei o plano de Luke, embora ele me deixasse enjoado. Contudo, a tal “diversão” começou logo que pousamos em Londres e encontramos os homens dele no aeroporto. Eu me senti o indivíduo mais poderoso do mundo. Dinheiro e influência eu já possuía, mas aquele era outro tipo de poder. E, de fato, era. A reverência com que aqueles homens veneravam o chão onde pisávamos…

O respeito que nos tributavam, o modo como nos escoltavam até os carros blindados, compunham um comboio que deixou o aeroporto em direção às propriedades dos Walker. Preciso admitir: aquela sensação era viciante. Não me surpreendia que Luke estivesse embriagado por ela, e eu provavelmente também ficaria. Quando chegamos a uma das residências, perguntamos aos empregados onde se encontrava o chefe. Segundo eles, tratava-se de um duque.

Eles alegaram desconhecer o paradeiro do patrão, ou, ao menos, nos fizeram crer nisso. Luke desejava executar todos eles, mas eu sugeri que os deixássemos partir e incendiássemos as construções. Na verdade, aquilo não se tratava de simples casas, e sim de mansões. Marcus era tão absurdamente rico que despertou em mim certa inveja, mesmo com todo o capital de que eu já dispunha.

Talvez eu simplesmente não soubesse gastar direito, mas ele certamente sabia. No último endereço visitado, os empregados indicaram a residência da família, onde a esposa e a filha se encontravam. Estávamos seguindo para lá naquele instante e torci para chegarmos antes de Marcus.

Havíamos acabado de saber que ele pousara no aeroporto e, quando contei isso a Luke, eu o ouvi praguejar antes de ordenar que alguns de seus homens permanecessem com a menina.

— Se Olivia chegar primeiro, ela não vai permitir que toquemos na família dele, não importa o que ele tenha feito. Ela não acredita nessa ideia de olho por olho. — Luke me lançou um olhar e um sorriso se formou em seu rosto.

Merda! Eu sabia no que ele estava pensando.

— Então é melhor chegarmos lá antes e garantir que ninguém nos surpreenda na saída. Se esse homem deseja brincar de esconde-esconde com a máfia, que os jogos comecem. — Eu temia ouvir algo desse gênero.

— Pise fundo! — Ele ordenou ao motorista, e o homem obedeceu.

O Audi era veloz, e aquele sujeito dirigia com perícia. Os demais veículos acompanharam, e nós rasgamos aquelas estradas do interior como se participássemos de uma perseguição policial.

Olivia, meu amor, consegue perceber até onde iríamos por você?

Você é a mulher mais amada do mundo, e espero que saiba disso. Assim que chegamos à casa, avistamos seguranças armados do lado de fora, e eu soube que estávamos no lugar certo.

— O idiota deve ter ouvido o que estamos fazendo e reforçou a segurança da família. Mas ele não sabe com quem está lidando. Vai descobrir em breve. — Disse Luke, com orgulho.

Nosso motorista reduziu a velocidade quando nos aproximamos do portão, e os carros que transportavam os homens armados avançaram diretamente à entrada. Quando os guardas perceberam que eles não pretendiam parar, abriram fogo.

Certo! O mundo de Luke já não soava tão divertido. Eu me encolhi, temendo que aqueles homens morressem. Porém, caramba, eles eram leais e estavam dispostos a perecer pelo chefe. Eles arrebentaram o portão, e uma chuva de balas ricocheteou nos veículos. Ninguém desembarcou, e eu tinha certeza de que estavam mortos.