NICK
Houve um silêncio do outro lado da linha, e eu prendi a respiração, torcendo para que o homem fosse inteligente o bastante para tomar a decisão correta. Enquanto ainda aguardávamos resposta, a chamada caiu. Luke soltou uma risada abafada e exibiu um sorriso perverso. Perguntei-me no que ele pensava, porque jamais lhe permitiria machucar uma criança.
— Bem, parece que você não significa muito para o seu marido. Tudo o que ele valoriza é a fortuna dele. Enfim…. — Ele se levantou, e eu fiz o mesmo. — Levem a família para o carro, vamos levá-la conosco já que o homem não a quer. Ficaremos com ela.
Aquilo nem soava tão ruim. Ele não mencionara feri-los, apenas que os conduziria consigo. Era o suficiente para o assustar e forçá-lo a agir, ao menos eu esperava. Saímos.
— Digam ao seu chefe que eu levei a família dele. Digam que, se quiser tê-la de volta, já sabe o que deve fazer. — Ele ordenou aos seguranças. Entramos no carro. — Vamos sair daqui antes que Olivia e Marcus cheguem.
Concordei plenamente.
Olivia me consideraria um monstro se me visse em algo assim. Ela já me julgava mal, eu não desejava que pensasse ainda pior.
— Você ainda se importava com ela, não era? — A pergunta de Luke me pegou de surpresa. Claro que me importava com Olivia, mas ele fora o primeiro a dizer-me para deixá-la em paz.
Por que agora demonstrava interesse nisso?
— Por que a pergunta?
Ele riu.
— Se não ligasse, não estaria aqui. Mandaria que eu resolvesse tudo sozinho, e eu poderia fazê-lo. Tenho mão de obra suficiente, não preciso de você, para ser honesto. Só queria companhia.
Uau. Ele tinha razão; eu não podia negar, mas ouvi-lo em voz alta doía.
Estávamos na metade do caminho de volta quando o celular de Luke tocou.
— Sim. — Atendeu, e um sorriso se formou em seu rosto. — Ponha ele na linha. — Disse, afastando o aparelho do ouvido e acionando o viva-voz.
— Eu sei que você levou minha família. — Falou o homem. Luke permaneceu em silêncio. — Se quiser esse pirralho de volta sem um arranhão, instruirá Marcus a redigir um contrato devolvendo-me tudo o que era meu e acrescentará uma cláusula que garanta que ele não poderá tomar isso de mim novamente. Assim que meu advogado confirmar tudo, entregarei o garoto.
Ele começava a negociar, o que já era um avanço.
— Estou ouvindo, mas diga-me: o que faço com sua família enquanto isso? Você sequestrou uma criança e a levou para o outro lado do mundo. Isso não pode ficar impune, mesmo que a devolva ilesa.
Detestei o rumo daquela conversa.
— Se você ousar tocar na minha família, eu vou…
Luke o interrompeu.
— Vai o quê? Continue, por favor, e diga-me o que imagina fazer, porque estou muito interessado em ouvir.
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