(Ponto de Vista de Olivia)
Eu estava em pé em frente ao imponente arranha-céu do Grupo Ryan, com as mãos suadas e os pés grudados no chão. Eu deveria ter entrado há dez minutos, mas meus pés estavam pesados como cimento. Na minha mente, eu não conseguia parar de pensar naquela mensagem que Brandon me enviou e me perguntando o que aquilo significava.
O que seu pai teria aprovado? Seria o acordo de negócios que discutimos ou algo mais? Ter ficado na prisão me fez uma pessoa desconfiada, eu já não podia mais aceitar tudo o que alguém dizia sem questionar. Eu mostrei a mensagem a Ethan, tentando entender a opinião dele sobre aquilo, e tudo o que ele me disse foi:
— Tenha cuidado, Olivia. Brandon é rival de Nick no mundo dos negócios. Eles podem não correr nos mesmos círculos, mas continuam sendo rivais, não posso explicar, mas tenha cuidado.
Ele parecia irritado ao me dizer aquilo, e isso me fez questionar se Brandon também era seu rival.
Mas eu não perguntei nada. Ali estava eu, parada, sem saber se entrar era uma boa ideia. Eu precisava do negócio, e minha empresa era pequena. Não podia me dar ao luxo de recusar uma oportunidade por causa de Nick. O homem era bilionário, ele podia se cuidar. Eu, por outro lado, não podia.
Com esse pensamento, respirei fundo e entrei no prédio. A recepcionista me recebeu com um grande sorriso.
— Bem-vinda ao Grupo Ryan, como posso ajudá-la?
— Tenho um compromisso com Brandon Ryan, meu nome é Olivia Williams.
— Sra. Williams, o Sr. Ryan está te aguardando. Pegue o elevador até o vigésimo andar, ele está sozinho nesse andar. Vou chamar a Silvia, assistente dele, e avisá-la de que você está indo.
Agradeci e fui em direção ao elevador. Subi até o vigésimo andar, e ao sair, encontrei a assistente de Brandon me esperando. Ela me deu um sorriso educado e me conduziu até o escritório dele. Quando entrei, o pai de Brandon também estava lá. Ele sorriu ao me ver.
— Sra. Jones, bom vê-la novamente. — Ele estendeu a mão para me cumprimentar. Brandon estava sentado atrás de sua mesa, com um sorriso travesso no rosto.
Seu pai me ofereceu um assento, e a assistente entrou com café, saindo em seguida e fechando a porta atrás de si.
— Olivia. — Disse Brandon, e eu apenas acenei, dando um gole no meu café.
— Bem, Olivia, vou direto ao ponto. Quero que você trabalhe conosco para derrubar o Nick.
Minha mão congelou no ar, com a xícara ainda na mão.
— Eu não entendi.
— Eu não faria de outra maneira. Jogar sujo é coisa deles, não nossa. Se fossem cidadãos cumpridores da lei, James teria se pronunciado sobre o acidente que tirou a vida da minha esposa.
Eu pude ver a dor nos olhos dele ao falar sobre o acidente de sua esposa.
Aquilo me fez pensar na minha avó, e como Nick sequer se importou em cuidar dela. Ela morreu sozinha e foi enterrada em um túmulo sem nome, como se não tivesse ninguém. Se ele tivesse cuidado dela, ela não teria morrido desnecessariamente assim. Ela teria ficado no hospital e teria melhorado.
Mas ela achava que não tinha dinheiro para continuar o tratamento, então foi para casa e morreu. Sozinha.
Se ele tivesse permitido que ela me visitasse, eu teria dito que Ethan iria cuidar dela, e ela teria se segurado por mim até eu sair. Mas ele era Nick Jones, o bilionário, e ninguém podia desafiá-lo. Nem mesmo a polícia. Ele fazia as regras e todos seguiam sem questionar.
— E quanto aos negócios? Você sabe que tenho uma pequena empresa, e Nick pode me esmagar como um inseto. Preciso ser capaz de me manter firme e me proteger, caso ele decida vir atrás de mim.
— Não se preocupe com isso. Você será minha empresa exclusiva de logística, e vou enviar todo mundo que eu conheço para o seu caminho. Seu negócio vai bombar, e você será uma empresa listada até o final deste ano. E então, nossa vingança poderá começar.
Nick pensou que eu não faria nada sobre o que ele fez comigo, principalmente porque eu não era ninguém comparada a ele. Mas ele logo aprenderia a nunca subestimar as pessoas, e que vingança é um prato que se serve frio. E eu estava prestes a servi-lo do meu jeito.

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