MARCUS
Eu não percebi o trajeto de volta para casa, a cabeça tinha ficado tão tomada que eu quase causei um acidente. No momento em que entrei, encontrei Ethan sentado na sala.
— Ethan, eu preciso que você investigue alguém. Eu preciso de tudo sobre ele. — Ele me lançou um olhar. — O nome dele é George Mason, o dono do escritório de advocacia a que eu fui.
Ele não fez perguntas e começou a digitar no computador. Eu segui para o escritório. Eu não conseguia afastar da cabeça o que aquele velho fizera, porque algo naquela ligação tinha me deixado assustado de um jeito difícil de explicar. Não era a ligação em si, e sim o modo como ele falou. A mudança de postura havia provocado um arrepio que percorreu meu corpo inteiro.
Alguns minutos depois, Ethan entrou parecendo muito preocupado. Eu me levantei da cadeira. A curiosidade tinha me deixado inquieto, eu nem conseguia ficar parado.
— Não há nada fora do comum na busca, mas isso só significa uma coisa. Ele tem algo a esconder. Não há como ele ser tão limpo, e eu notei meu sistema de segurança piscar no momento em que eu procurei por ele nas partes mais escuras da internet.
Eu não soube o que aquilo significava, se era bom ou ruim. Precisaria de mais tempo para pesquisar?
— Em bom português, Ethan, eu não estou entendendo uma palavra do que você está dizendo. — Ele suspirou e levantou os olhos do computador. — O velho está metido em algo profundo e talvez sombrio. As informações dele são tão protegidas que só poucos conhecem esse tipo de sistema.
Aquilo tinha sido a primeira vez em que ele pareceu assustado com as próprias buscas.
— Você os conhece?
Ele pousou o computador.
— Conhecê-los é pouco. Eles são gênios da indústria, ninguém sabe como eles são nem onde podem ser encontrados. Nós só conhecemos a pegada digital e as assinaturas deles. Eles são os deuses da indústria.
Eu ouvi tudo aquilo, mas o que se estampou nele não foi respeito, foi medo. Por que ele estava com medo?
— Ethan, o que você não está me contando?
Ele passou a mão pelos cabelos. Ele também estava frustrado.
— Eles não trabalham exatamente dentro dos limites da lei. Eles protegem criminosos, gângsteres, traficantes, quero dizer, o pior do pior.
Aquilo não me caiu bem. Em qual categoria George, o velho, se encaixava? Meu pai estava envolvido no que quer que estivesse acontecendo? Eu não preguei o olho naquela noite. Eu fiquei rolando na cama, pensando sem parar no que Ethan tinha dito. A manhã chegou mais cedo do que eu esperava.
Eu me levantei para ir ao banheiro quando, de repente, ouvi alguém falar atrás de mim e eu levei um susto.
— Vamos.
Eu ainda estava de roupa de dormir.
— Quem é você e como entrou?
Ele não pareceu nem um pouco incomodado para alguém que estava invadindo. E onde diabos estavam os seguranças? Como ele tinha passado por eles?
— George me enviou.
Ah, tinha chegado a hora.
— Deixe eu me trocar.
— Sem tempo, nós temos que ir agora.
Ele seguiu para a porta, eu o segui. O relógio na parede marcava cinco da manhã. Ainda estava escuro lá fora, era Londres, o sol só saía por volta das nove ou dez. Cinco ainda era noite. Ele me conduziu até um carro que já estava ligado do lado de fora.
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