MARCUS
Chegara o dia da reunião e eu estava mais ansioso do que em qualquer outra ocasião. Eu nem conseguira engolir o café da manhã que minha esposa tinha preparado para nós. Eu só bebera café. Eu fitava a porta sem descanso, perguntando onde Luke estava e rezando para que ele não tivesse mudado de ideia.
— Não fique nervoso, ele vai aparecer. Mas, por favor, meu amor. Pense no que eu disse, você não precisava colocar a própria vida em risco assim.
Minha esposa estava preocupada, e eu também. Se a gente estragasse tudo, isso significaria que acabaríamos mortos, o que não seria bom para nenhum de nós.
— Não se preocupe, nós vamos ter cuidado. Não vamos ser pegos e não vamos morrer. Eu prometi a você uma vida inteira. Ainda não foi uma vida inteira juntos, então como eu ousaria morrer?
Ela nem sorriu. Ficara realmente preocupada. Luke apareceu, elegante no terno azul-marinho. Eu vestira um bege.
— Bom dia.
Ele cumprimentou e então se serviu de uma xícara de café. Deu um gole e depois nos observou.
— Acalme-se, Marcus. Até um idiota percebe que você está nervoso.
Como eu deveria fingir que não estava, quando nós planejávamos passar a perna na maior e mais poderosa organização do mundo?
— Sabe, tudo bem. Fique nervoso aqui, mas, quando chegarmos lá, você se recompõe e mostra quem você é.
Quem diabos ele achava que eu era? Eu era apenas Marcus Walker, do Grupo Walker, nada mais. Ele não precisava fazer parecer que eu significava algo para aquelas pessoas.
— Pai, o senhor podia pensar um pouco mais nesse seu plano?
Luke ignorou a filha e continuou sorvendo o café.
— Quer saber, eu desisto! Vão lá e se matem e vejam se eu me importo! — Ela bufou, nos deixando ali, e subiu as escadas.
— Você não podia simplesmente responder a ela? Ela está preocupada.
— Qualquer coisa que eu diga não vai impedir que ela se preocupe, a não ser que você tenha mudado de ideia e nós não vamos mais seguir com o plano. — Ele perguntou com a sobrancelha erguida.
Ele só podia estar maluco. Eu não queria liderar um sindicato do crime e, com certeza, eu não queria que meus filhos herdassem um. Meu pai fora egoísta, mas eu não seria.
— Não, o plano continua. O que nós vamos levar para o lugar? — Ele sorriu de lado. — Vai chegar já já. É só esperar.
Eu me perguntava que diabos ele estava aprontando. Logo eu ouvi o som de um helicóptero. Eu olhei para Luke. Ele pousou a xícara na pia e então vestiu o paletó.
— É hora de ir.
Eu o segui para fora e, no meu gramado, o helicóptero estava à nossa espera. Lancei um olhar para Luke. Ele apontou com os olhos para o portão, e eu me virei para ver. Os homens dele estavam em pé ao lado dos carros, vestidos de terno e carregando armas. Deus.
— Luke, nós vamos a uma reunião ou para a guerra?
Ele riu.

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