Ponto de Vista de Nick
Fiquei cego de raiva no instante em que ela ameaçou minha família daquele jeito. Em um segundo, minhas mãos já estavam em volta do seu pescoço e apertando. Eu estava pronto para matá-la ali mesmo para impedi-la de encostar sequer um dedo na minha família.
— Por que você não está impedindo ele de estrangulá-la? — perguntou Ethan ao lado.
Marcus deu de ombros. — São irmãos e irmãos brigam.
Que idiotas!
— Se você me matar, nunca vai saber quem fez todas aquelas coisas com a Olivia.
Soltei o pescoço dela como se tivesse me queimado, recuando enquanto Ethan se aproximava dela em segundos. Ela tossiu descontroladamente, e então aquela mulher perversa sorriu com malícia.
— Você é tão fácil de enganar, Nick. Achou mesmo que eu ia te contar? — Ela balançou a cabeça como se sentisse pena de mim, de mim, Nick Jones. — Mas vou te dizer uma coisa: todo esse acidente aproximou você e Olivia. Ou melhor, aproximou você dela, porque ela está desacordada e pode não sentir o mesmo quando acordar. Pelo menos você teve duas semanas com ela, então acho que já é alguma coisa.
Ela permaneceu com um sorriso malicioso, enquanto eu a fitava com ódio puro. Mais do que nojenta, ela era a própria maldade. De alguma forma, ela estava ciente do ocorrido com Olivia, e eu tinha a premonição de que seu conhecimento ia além do acidente em si.
— Você deveria me agradecer, irmãozinho.
— Qual é o seu problema? Agradecer pelo quê? Por ser má e doente? — Ela riu.
— Não seja emotivo, Ethan, você ainda pode ter a Olivia. O Nick aqui só está próximo dela porque ela está inconsciente, mas quando ela acordar, não vai querer ele por perto e você pode voltar a amá-la sem contar pra ela.
Olhei para Ethan, ele parecia culpado, mas não era hora de questioná-lo sobre isso.
— Você sabe quem causou o acidente, não sabe? — Ethan perguntou, diminuindo a distância entre eles enquanto ela continuava recuando.
— Quer parar com isso? Chegar perto de mim não vai ajudar em nada. — Ethan parou.
Eu queria que meu pai nunca a tivesse encontrado, ela era maligna, e eu estava certo. Ela fez algo com meu filho naquele dia. Pelo jeito que falava, eu sabia que ela era mais perigosa do que parecia.
— Tá bem! Eu causei o acidente.
— Também sei por que seria fácil para você agir nessa situação, porque você não tem uma família própria. Sem esposa e sem filho. Você nunca entenderia o que significa se sacrificar pela sua família.
Marcus riu. — Você chama isso de sacrifício? Você é hilário. — Ele riu e isso só me deixou mais irritado. Dei um soco no rosto dele. Ele cambaleou um pouco para trás, e eu assumi minha posição de luta esperando sua retaliação. Mas ele não revidou, apenas cuspiu sangue. — Interessante, de fato.
— Você só sacrificou a Olivia, Nick. Agora, age como um covarde e quer usar isso. Está com medo de ir atrás da sua irmã e de quem ela trabalha, com medo de perder. Nem sabe quem é seu agressor e já está com medo de enfrentá-lo. É mimado, sempre foi, e acostumado a ter tudo de mão beijada. Gosta do que é fácil.
Ele diminuiu a distância entre nós. — Deixa eu te dizer uma coisa, Nicky querido. Essa luta não vai ser como todas aquelas vezes em que você conseguiu resolver as coisas facilmente através de outras pessoas. Desta vez você vai ter que criar coragem e fazer sacrifícios de verdade e não vai ser fácil.
Ele estava me irritando muito, mas havia alguma verdade em suas palavras. Não seria fácil me livrar de quem quer que estivesse atrás da minha família. Não até eu saber quem ele é e por que as pessoas tinham tanto medo dele. O que o tornava mais aterrorizante do que eu e minha família, a ponto de elas estarem dispostas a fazer qualquer coisa para agradá-lo?
Porque as pessoas por aqui temiam a família Jones, mas ele não parece ter medo. Por quê?
— Sai da minha frente, Marcus, antes que eu te soque de novo. — Ameacei. Ele estava me afetando e eu não gostava nem um pouco disso.
— Não vou deixar você fazer isso de novo. Não tenho medo de você, mas este não é o momento nem o lugar. Use essas bolas que você parece ter comigo contra seu verdadeiro inimigo.

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