Darius olhava para frente, mantinha o rosto em riste e ouvia as ordens direta vindo do Lorde Stariano. O Lorde ditava palavras de sucesso, lhe desejava boas novas e junto a sua guarda de patrulheiro espaciais, Darius fora convocado para buscar o que seria o futuro de Starian.
Aos olhos dos companheiros ele era o próximo benfeitor, mas aos próprios olhos, ele era o próximo condenado. Ainda que Elaine e Volkon estejam no processo de adaptação e a mesma tenha corrido para seus braços no exato momento em que o azulado se tornou o campeão territorial, ele não desejava o sofrimento que o amigo Paladimus sofreu para si. No entanto, ele tinha o que qualquer capitão tinha, vontade de servir e ser o seu melhor. Ele só esperava que quando tivesse retornado, Elaine tenha conseguido sucesso no antídoto capaz de romper o vínculo, para assim diminuir a dor de uma possível recusa. Pois mesmo que o Paladimus azul tenha um enxame de orgulho e preconceito com a espécie, não havia nada mais vergonhoso para um macho Stariano do que a recusa de uma fêmea. Ao menos era assim que o Goldarx pensava.
— Quando se conectar na nave de busca, não estará apenas no comando de uma nave, Darius. — Eram as palavras do Lorde, olhando para o Goldarx com firmeza. — O futuro de Starian está nas mãos de cada humana que estiver lá.
— Eu servirei Starian e a missão com o fervor de minha vida, meu Lorde! — O Goldarx colocou a mão no peito em sinal de respeito, manteve o olhar firme e para frente, e obteve uma confirmação satisfatória de Galak.
— Ao que bem sabe — o general Galak deu seguimento a conversa —, pensamos em adiar o projeto, ao menos até o nascimento do primeiro bebê. No entanto, segundo as palavras da própria Elaine e a ciência sobre o assunto, a reprodução é algo que precisa ser estudada. Um único humano pode não dar respostas o suficiente, e tem mais. A reprodução humana é limitada.
— Limitada? — questionou Darius, sem entender.
— Somos grandes criaturas, usando de um pequeno ovário humano para gerar vidas. Elaine suspeita de que seja possível somente de um a dois nascimentos, por humano. E dois, pode ser um número arriscado. — contou Galak — E no pior dos casos, talvez nenhum.
— Nenhum? Isso seria reverter toda a esperança. — concluiu o Goldarx.
— São hipóteses baseadas em teorias, sem fatos para o estudo. — emendou O Lorde — E para obter mais respostas, seja no sucesso ou no fracasso, uma única reprodução não nos dá soluções e meios o suficiente. E por isso daremos sequência ao Projeto Renascimento, ainda movidos pela esperança.
Darius se viu pensativo, uma vez que Elaine já estava grávida e o futuro de Starian estava tão perto de acontecer. E apesar de todos os seus medos, a notícia de que o experimento ainda podia se tornar falho, o pegou de surpresa. Seria terrível para Starian lhe dar com a esperança perdida, tão perto de fazer o amanhã acontecer.
— Eu darei o meu melhor, General. — concluiu o Goldarx.
(...)
— Oi querido, recuperou suas energias? — Elaine fez uma pose, se colocou na frente do espelho sob o embaçado do banheiro à vapor e abriu a toalha, como quem mostrava sua pouca beleza, mas arrasava na autoestima. — Não, ele está acordando e está um pouco fraco. Talvez eu deva ir devagar…— Ela repensou seu ato, fechou a toalha e alisou os cabelinhos curtos, deu dois passos para trás, jogou seu charme e beijou o ombro. — Oi querido, tem saudades do seu cogumelo? — Elaine suspirou, se sentiu como se fosse a primeira vez, como quando estava se preparando para conhecer seu parceiro reprodutor; mas dessa vez se sentia muito mais nervosa.
— Uma solicitação do general foi enviada. — A voz robótica de Pryor tomou o vapor do banheiro, a terráquea viu sua atenção tomar outra direção e autorizou a solicitação. — Galak, General Mór da primeira guarda de Starian.
— Tudo bem, pode liberar. — Elaine limpou o embaçado do espelho e suspirou.
— Elaine da Terra, como se encontra o vitorioso Paladimus? — era a voz de Galak a fazendo mudar o rumo de seus pensamentos.
— Bem, ainda dormindo.
— Ótimo. Demos seguimento ao plano, conforme seus conselhos. Nós entendemos que para o bem do experimento precisam de tempo, no entanto, eu acredito que Darius precisa ouvir algumas palavras.
— Ele vai escoltar as novas humanas? — ela arqueou as sobrancelhas e sentiu-se, de certa forma, empolgada. Teria amigas. As raras humanas que haviam espalhadas pelo centro de concentração, não estavam dispostas com a cúpula. Era apenas trabalho, e algumas tinham até um certo preconceito com o experimento.
— Sim, o quanto antes. — Elaine concordou, encerrou a ligação e abriu a porta metálica deixando o vapor interno fugir para um pouco do dormitório.
Pé ante pé, ela tentou não fazer barulho, vestiu o uniforme de trabalho, se colocou ao lado do azulado e beijou seus lábios. Devagar, olhou debaixo dos panos e notou que o ferimento do peito já havia desaparecido. Um bom sinal, pois a pele azulada estava se recuperando de forma natural. E Elaine apenas sorriu, pois agora ele só precisava acordar e viver. Ela teria tempo para pensar em suas táticas de sedução enquanto trabalhava, mas tudo o que queria era Volkon inteiramente bem.
A humana alisou o peito devagar, sorriu brando e perdida em seus pensamentos românticos, assustou-se quando uma mão grossa fechou em seus punhos. Ela olhou para cima e Volkon estava de olhos abertos, respirando ainda em tons calmos e um olhar felino em sua direção. Ela achou que ia embora sem vê-lo acordar, mas ele estava ali, mirando seu olhar.
— Desculpa te acordar, é que eu…
— Fêmea…— sussurrou entre os dentes, parecendo mais um Paladimus preguiçoso, do que doente.
— Níveis de hormônios predispostos identificados. Devo abrir um relatório? — a voz robótica de Pryor fez Elaine levantar o rosto e depois voltar a mirar Volkon, onde o azulado não perdeu tempo.
Segurando seu pulso, o gigante azul levantou a mão e apoiou o tronco da humana, a fazendo virar de uma única vez e sem lhe dar opção de escolha, a mantendo deitada sobre a cama. Elaine arregalou os olhos, uma vez que ela estava treinando táticas de sedução para levá-lo pra cama, mas o Paladimus já estava lhe adiantando cinquenta por cento dos seus serviços.
— Own, querido… — Elaine fez sua melhor feição de safada — Tem que ser rapidinho, só pra matar a saudade do cogumelo, tá bom? Infelizmente eu fui solicitada à trabalho e você não pode fazer esforços.
— Não ligo. — Volkon respondeu entre os dentes, cerrou a mandíbula e enfiou os dedos na gola do uniforme, partindo-o em dois e expondo a carne dos mamilos bicudos de Elaine.
Ao invés de se assustar, ou se conter com o rosnado de Volkon e a mordida brusca que sentiu nas carnes, Elaine sentiu-se inebriada de prazer. A humana mordeu os lábios, segurou nos cabelos de Volkon e se contorceu quando sentiu o ardido das presas roçar sua pele, enquanto tinha uma mama sugada pelo gigante azul.
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