Este capítulo é narrado sob o ponto de vista de Amélia.
Amélia
Ódio.
Fúria.
Revolta.
Eu queria gritar, meu corpo implorava para que corresse para o mais longe possível, e minha mente gritava em revolta pensando em formas de acabar com a vida desse demônio desgraçado.
O contato asqueroso com o meu corpo e sua boca na minha era tão repulsivo que senti o vômito subir até a minha garganta. Eu o empurrei com toda a minha força.
Corri para o banheiro social, e deixei que aquela náusea se esvaísse na privada de louça. Vários minutos passaram com o meu corpo protestando por aquela invasão.
Ainda não podia acreditar que minha própria mãe estava me entregando de bandeja para o homem que me torturava, e que quase me matou. Quando eu ouvi a voz dele, entendi o que ela pretendia.
E mesmo que o desespero me afogasse em meu interior, precisei sufocar toda a dor e o medo para pensar em uma forma de não enlouquecer e me livrar dos planos daqueles dois.
Escovei os dentes e limpei meu rosto, ajeitei os meus cabelos. Eu preciso me manter firme pelo meu filho. Não posso deixar que esse monstro me arraste de volta para a mansão, porque se ele o fizer, será o meu fim.
- Querida... se sente melhor? – a voz melódica de Fernando era intragável. Como se ele fosse um dedicado e preocupado marido. Que nojo.
- Saia daqui! – eu respondi entre dentes. – Eu nunca vou voltar para aquela casa!
- Melissa, querida... você está muito alterada. Nosso reencontro mexeu com você, mas se acalme. Está bem?
Segurei a bancada de quartzo branca com força, até meus dedos doerem. Meu corpo tremia de raiva, e eu não conseguia me acalmar. Se esse maldit0 me tocasse mais uma vez, eu não iria aguentar.
- Me solte, Fernando. Não me toque!
- Essa reação não combina com você, querida. – Fernando me puxou pela mão, me conduzindo à sala de estar.
Peônias cor de rosa ornamentavam um enorme jarro de cristal no centro da mesa. Eu senti minhas pernas estremecerem. Aquelas flores eram a recompensa que eu recebia depois de acordar de uma cirurgia ou procedimento em razão das torturas.
O primeiro buquê que eu ganhei, foi no dia do noivado. E eu me sentia a tola mais sortuda do mundo. Só depois entendi o que aquelas flores significariam na minha vida.
- Gostou? São suas preferidas. – ele disse num tom charmoso que me fez se retorcer de ódio.
- Eu te odeio! ODEIO ESSAS FLORES DE MERDA! – respondi me soltando de uma vez, e me afastando para longe desse monstro. - Eu não vou fazer o que você quer, muito menor vou agir como um animal na sua coleira.
- Você vai se surpreender com o que eu quero, querida esposinha.

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