Ícaro
O clima de Nova York era severo nessa época do ano. Havia providenciado roupas adequadas para Amélia. Ao lado dele, ela caminhava feliz como uma criança.
Suas mãos enluvadas pegavam os flocos de neve que caiam do céu escuro. Com as botas, casaco e boina, ela estava perfeita. Uma mulher linda e elegante, digna de todos os luxos que ele poderia proporcionar.
Assim que desembarcaram, Ícaro a levou para a Fifth Avenue, e dispensou o motorista. Por enquanto, eram pessoas comuns ali, livres de qualquer perseguição massiva da imprensa.
Andar pelas calçadas úmidas segurando a mão dela, sentindo a vibração intensa dela a cada coisa que via que chamava sua atenção. Amélia não se encantava com roupas e artigos femininos glamourosos, ela achava divertido olhar as decorações de natal, os chapéus e gorros coloridos das pessoas.
Seu sorriso era ofuscante quando falava com as pessoas, seu inglês era impecável. Amélia brincava com as crianças que deixavam seus pais loucos querendo tocar as renas do trenó de papai noel no monumento que ficava próximo a Macy 's.
O brilho nos olhos dela quando se voltava para ele, era algo incomparável. Era como se ela estivesse desabrochando bem diante dos seus olhos.
A abraçou seguindo em direção a EMMÈ, a grife plus size que fez o vestido dela.
- Você quer me deixar mal acostumada.
- Do que está falando? –Ícaro a apertou mais perto dele.
- De me apertar assim, passear juntos...
- Fala como se nunca tivesse passeado com alguém. – Ícaro olhou para ela.
A contração dos músculos de seu rosto, deixou evidente o quanto o assunto era incômodo. O pilantra do Fernando Vidal nunca a levou para um mísero passeio?
“Quantas coisas mais você foi privada de viver, pequena?”
- Esqueça o que eu disse.
- Vamos pegar o seu vestido, depois podemos jantar. – ele beliscou a cintura dela por dentro do casaco. – E então decidirei se vou te comer aqui, ou no Brasil.
- Espero que você não diga essas coisas safadas na frente das pessoas. – ela respondeu, com uma careta.
Ícaro segurou sua nuca, mordiscando sua boca.
- Menina travessa. – ele apertou Amélia contra seu corpo. – Se eu quiser te foder dentro daquela loja, eu vou fazer isso. E ninguém vai perceber.
- Ícaro! – ela levantou o rosto, completamente tingido de vermelho.
- Eu sei que você não foi para o Texas. O que está acontecendo?
- Viajei com a minha mulher.
- Está falando da estagiária? – Alberto perguntou num tom neutro.
- Que eu saiba, só tenho uma mulher. – Ícaro olhou para Amélia, vestida com um tailleur azul royal, ela tinha uma expressão de insegurança. A autoconfiança dessa belíssima garota, foi minada por gente mesquinha e egoísta.
- Você precisa voltar. Amanhã temos uma reunião com Cipro Fast, e não podemos substituir o presidente da holding.
- Vou estar aí na hora da reunião. Agora pare de me importunar, o Vitório e você precisam cuidar da própria vida.
- Não me compare com esse insolente.
- A única diferença entre vocês é a idade.
- Você é cego para certas coisas. Eu nunca faria o que aquele verme fez.
- Do que está falando, Alberto?

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