Ícaro
Ícaro achou que não tinha ouvido direito. Como era possível que ela estivesse falando em aborto. Ele foi o seu único homem, desde que a encontrou tem observado de perto o corpo dela. Ela não engravidou.
Então...
Da primeira vez...
Se lembrava de procurar por ela na manhã seguinte. Depois que percebeu que foi abandonado, Ícaro guardou a máscara e reuniu a bagunça no quarto. Duas das seis camisinhas que usou, estavam rasgadas.
- O preservativo.. ele.. – Amélia começou excitante.
- Se rompeu. – Ícaro segurou o rosto dela com mais força. – Me diz o que aconteceu, esse suspense está me matando, porra!
- Eu.. eu... – Amélia chorou ainda mais quando notou a frustração dele. Mas Ícaro não conseguia se controlar.
Algo dentro dele dizia que uma coisa terrível aconteceu com Amélia por causa dessa gravidez. Um instinto assassino borbulhava a superfície.
- Amélia, diga o que aconteceu!
- Eu não sabia que estava grávida... e juro que não sabia... – ela explicou em uma voz dolorosa. – Não pude proteger o meu bebê... eu o perdi...
- Como você perdeu nosso bebê? – ele perguntou, sentindo seus nervos estremecerem de fúria. Já imaginava o que aconteceu, mas precisava ouvir da boca dela.
- Só sofri um acidente... e acabei abortando.
- Não minta para mim, porra! – Ícaro segurou os braços dela com mais força do que gostaria.
Mas neste momento, só pensava em maneiras de esmagar Fernando Vidal. Ele foi o responsável por isso!
- Você está me machucando... – a voz frágil dela quebrou seu orgulho.
Ícaro soltou seu aperto, e abraçou Amélia com ímpeto. Beijou seus cabelos úmidos pela neve.
- Me desculpe. Por um momento, perdi o controle.
- Não consegui proteger ... eu ..
- Você não sabia sobre o bebê?
- Eu me senti muito mal algumas semanas depois do nosso encontro. Sam me levou até o hospital, e quando chegamos lá eu desmaiei. Eu só soube que estava grávida quando acordei no hospital depois de uma cirurgia de emergência.
Seu lindo rosto estava desfeito, seus olhos brilhantes que ardiam em chamas quando ela estava com raiva, agora só restava dor e fragilidade.
- Isso não te torna infértil. – levantou o queixo dela, beijando levemente seus lábios.
- Não.... mas as possibilidades de acontecer... são quase inexistentes. – As grossas lágrimas desciam por seu rosto. – Eu não quero te enganar... eu não quero que você perca nada, principalmente algo tão importante como a paternidade.
- Me desculpe, pequena. – Ícaro a abraçou forte, angustiado pelo sofrimento dessa mulher tão forte e tão incrível. – Eu não devia ter explodido assim, eu só...
Ele olhou firmemente dentro daqueles olhos brilhantes.
- Eu me sinto responsável pelo que te aconteceu. – abraçou forte seu corpo trêmulo. – Não me importo se vamos ou não ter um filho. Mas se acontecer, você terá todo o meu apoio e a certeza de que vou me dedicar demais a essa criança.
- Você...você não existe, sabia... – ela fungou, abraçada a ele.
Não queria sujar suas mãos com aquele maldito desgraçado. Mas isso não ia ficar assim. Mandar Fernando Vidal para a cadeia não seria o suficiente.
Ícaro beijou os lábios de Amélia, consolando sua mulher de toda aquela dor que ela carregou sozinha até aqui.
Entretanto, sua mente estava na queda desesperadora do Procurador Geral. “Você vai pagar caro. Vai desejar morrer e eu não vou permitir, maldito filho da puta.”

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Estagiária Gordinha do CEO