A última virgem e o CEO cafajeste romance Capítulo 65

Usei o mesmo tom, aos gritos expus seu verdadeiro eu. Já não suportava mais suprimir aquilo, estava engasgado, atravessado, como uma pedra pontiaguda em minha garganta.

— Olha no que você se tornou. Uma mulherzinha insuportável!

Desdenhou cada sílaba, seus dentes rangendo raivosamente, ele parecia a própria besta.

O tumulto se formava em frente a porta entreaberta, ouvia apenas as fofocas dos convidados entre si.

— Me dar lucros, era o mínimo que você deveria fazer por mim, depois de eu ter criado uma filha bastarda, fruto de uma traição!

Aquelas palavras foram como uma bomba para os ouvidos dos presentes. Ouvi um grito de espanto em uníssono às minhas costas.

— Estou feliz que minha mãe tenha escolhido Andrew Henderson, para ser meu pai!

Sem qualquer traço de piedade, ergui o queixo vendo-o ficar atormentado com o que eu lhe disse. Ele deu a volta na mesa e sacou uma arma da gaveta, instintivamente, dei dois passos para trás quando ele a apontou em minha direção, completamente repulsivo.

— Está superestimando demais o seu valor, vou provar que você não é nada!

Pressionou o gatilho e eu apenas fechei os olhos. A única imagem que vinha na mente, era o rostinho de Dylan.

— Sr. Duarte, não faça isso!

Ouvi a voz de Adriel, mas não tive tempo para processar nada, fui lançada para o lado enquanto o forte zumbido causado pelo disparo me ensurdecia. Caí no chão e Adriel ao meu lado, com a mão no estômago, ele se contorcia, os dentes cerrados e seu rosto distorcido devido à dor.

— O que você fez? Papai, o que você fez?

Carmélia entrou chorando na sala, desesperada, enquanto eu tentava puxar o ar, pois respirar havia se tornado uma luta constante. Estava em choque!

— Desculpa, minha filha! Mil vezes desculpas!

Ele falava com um olhar profundo para Carmélia, enquanto levava a arma lentamente em direção a sua cabeça, as mãos tremiam bastante.

— Papai!

No momento em que ela correu em sua direção foi dado mais um disparo, desta vez, Filippo atirou na própria cabeça.

— Oh, meu Deus! Papai!

Cassandra entrou no escritório se deparando com a cena de terror que acontecia ao vivo. Senti minha cabeça girando, quando olhei para Adriel ao lado. Só conseguia ver um borrão passar diante de meus olhos, após isso, tudo ficou escuro.

***

Carmélia, Cassandra e mamãe estavam ao meu lado, ambas com um ar triste, os olhos inchados e sem brilho. À medida que eu recobrava a memória, sentia uma pontada lancinante no peito, como uma lâmina afiada me rasgando por dentro.

Era minha cama, estava no meu antigo quarto. A casa estava num silêncio denso, certamente todos já haviam ido embora depois da loucura que aconteceu.

— Ele está morto, não é? Filippo fez isso mesmo?

Contudo, queria acreditar que fosse um pesadelo, somente. Meus olhos ardiam. As lágrimas não saiam, era como se tivessem sido sugadas.

Nunca desejei a morte de Filippo, um dia eu já o amei muito e por mais que o sentimento não fosse recíproco, estava sentido a dor do luto, principalmente por minha mãe que compartilhou uma vida ao seu lado, minhas irmãs também estão amargando muito.

— O funeral será amanhã cedo...

Mamãe diz num tom rouco e cheio de desgosto.

— Tia Margareth está cuidando de tudo para o funeral.

Carmélia explicou, com o olhar distante, ela estava péssima como nunca a vi antes. Era a filha mais próxima a Filippo, ele fazia tudo para la vê feliz, estava sempre passando por cima das falcatruas de Carmélia.

Além disso, Carmélia era a única das irmãs que tinha o desejo de trabalhar na indústria vinícola, assim como Filippo. Após se formar nos cursos, ela acabou indo administrar as fábricas com o pai. Suponho que ela assumirá o lugar de Filippo Duarte, em breve!

Instantes depois, lembrei-me de Adriel caído ao meu lado, mas ele não estava ali comigo. Fiquei confusa e me sentei um pouco tonta.

— Adriel foi levado ao hospital, não sabemos como ele está.