Além do horizonte romance Capítulo 22

Esmeralda foi sepultada, Gabriel então decide se casar com Jamile e os dois em uma cerimônia apenas cristã se unem em matrimônio.

– Acho que deveríamos ter esperado um pouco mais para nos casarmos, minha avó mal se foi e já nos unimos. – Jamile temia o que as pessoas iriam falar sobre essa união repentina.

– Você disse que me amava!

– E amo Gabriel, mais do que a mim mesma e mais do que qualquer coisa que exista nesse mundo.

– Então agora que estamos casados, podemos ir atrás do seu pai.

Ele tocou no queixo dela, juntaram as poucas coisas que tinham e ele havia guardado o dinheiro que ganhou trabalhando por lá. Comprou um cavalo, pois tinha vendido o seu ao chegar na cidade e os dois começaram seu caminho para encontrar o pai dela...

– Você disse que o conhece, como ele é?

– É melhor que o veja com os próprios olhos.

– Pelo que fala, ele parece ser um homem duro e cruel.

– Já disse para não me perguntar mais Jamile!

Eles escolheram um lugar para passar a noite, ele forrou um cantinho para ela. Jamile o olhava como o mundo estivesse dentro do olhar dele....

– Por que está me olhando assim?

– Acho os seus olhos lindos. – Jamile respondeu olhando para Gabriel.

Ele sorriu envaidecido, colocou um pouco de feno para o cavalo e se encostou em uma árvore. Jamile se deitou e ficou olhando para as estrelas...

– Espero que meu pai seja um homem bom e que esteja disposto a me amar.

Ela retirou aquela joia e ficou a olhar para ela, apertando contra seu peito.

Gabriel ficou em silêncio perdido em seus pensamentos a vingança pairava forte dentro dele e não havia lugar para mais nada em seu coração sombrio.

– Você não vem se deitar?

– Vou ficar vigiando Jamile, assim é mais seguro.

– Está bem, boa noite!

Ela adormeceu triste, pois ele jamais queria se achegar e nunca haviam trocado qualquer tipo de carícia.

Na mansão de Atílio e Guadalupe...

Leandro se levantou bem cedo e foi dar uma volta à cavalo com a irmã, foram ver algumas propriedades para comprar já que o pai deles viria em alguns dias.

– Gosto dessa fazenda! – Leandro diz para a irmã.

Estavam olhando uma bela e grande casa a apenas três quilômetros da fazenda de Atílio, Celina sorriu.

– Chega a ser irônico, não sei o que enxerga naquela cega estúpida pra querer viver tão perto da fazenda?

– Ela é especial Celina e você não entende por que não é homem, falando nisso acho que vou te deixar próximo de casa e irei fazer uma visita.

– Você não toma jeito Leandro.

– Luíza é uma moça romântica, só estou dando a ela um pouco dos sonhos que deseja ter.

– Está bem galanteador, daqui eu volto sozinha. – Celina cavalgou de volta para casa, passou pelo rio e viu Sebastião sozinho se refrescando por lá. Ficou observando seus músculos bem definidos sob a luz do sol escaldante que fazia naquela manhã, resolveu amarrar o cavalo a uma distância segura dali para que pudesse lhe fazer uma surpresa. Tirou toda a roupa e entrou na água surpreendendo-o...

– O o que a senhorita faz aqui? – Sebastião perguntou gaguejando para Celina.

– Fique calmo peão, vim fazer o mesmo que você. Relaxar um pouco!

Sebastião olhava para todos os lados, nervoso preocupado em serem vistos, não queria se meter em problema se perder seu emprego. Ela se levantou quase revelando os seios que eram cobertos apenas pelos cabelos longos e molhados que os ocultavam apenas os mamilos.

– Mas a senhorita está desnuda!

– Que mal há nisso Sebastião?

Ela tentou abraçá-lo, ele jamais havia visto uma mulher tão oferecida e vulgar como ela.

– Tem medo de mulher? por acaso não é macho? – Ela perguntou furiosa.

– Sim eu sou um homem, mas mulher assim desfrutável feito a senhorita na taberna tem muitas.

Sebastião deu passos para fora da água.

– E por que buscar na taberna, se eu estou aqui e sou muito melhor do que elas?

Ele parou.

– Por que as mulheres da taberna ao menos estão lá, por que precisam ganhar a vida.

– Estúpido! Mentecapto! – Celina gritou jogando água para todos os lados.

Sebastião saiu resmungando e pegou seu cavalo.

– Diacho de dona mais devassa e oferecida, pior do que as éguas da fazenda no cio.

Leandro chegou na fazenda de Luíza.

Leandro

Cheguei finalmente ao rancho de Luíza, ela estava com um cesto de roupas para lavar no rio e logo me ofereci para ajudar.

– Precisa de ajuda? – Perguntei para Luíza.

– Achei que você tivesse deixado de querer me ver, mesmo depois de todas as coisas lindas que me disse.

– Jamais! e o que eu disse aquele dia é a mais pura verdade.

– Se é verdade mesmo que você está apaixonado por mim, por que não conversa com meus pais e me pede em casamento Leandro?

– Sim é claro que farei isso.

Desci do cavalo para chegar mais perto dela, sabia que minha presença e aproximação a deixava nervosa.

– Eu te amo e você sabe disso bela, mas preciso que me prove o seu amor.

– Mas achei que você soubesse o quanto quero ser sua esposa.

– Claro que sei, mas preciso de uma prova de amor verdadeiro e só assim poderei saber que estamos no caminho certo para nos unirmos.

– E que tipo de prova seria? – Ela perguntou justamente o que eu queria responder.

– Me encontre no rio, na parte detrás da fazenda de Atílio e te explicarei melhor.

– Isso parece errado Leandro.

– Não posso crer que entreguei meu coração a uma mulher covarde.

– Não diga isso, eu irei! Prometo que irei, mas agora preciso ir antes que meu pai saia e nos veja de prosa.

Tomei a mão dela e a beijei, aquela estúpida estava quase nas minhas mãos.

Longe dali Guadalupe estava na cozinha.

Atílio me abraçou por trás e cheirou minha nuca, eu estava na cozinha ajudando Amélia a despalhar o milho.

– Onde estão Leandro e Celina? – Atílio perguntou para Amélia.

– Saíram bem cedo a cavalo.

Guadalupe

Sempre que Atílio tocava no nome daquela moça, meu corpo se arrepiava mais uma vez e não sei dizer o motivo, apenas sinto.

– Vou levar as sobras para os porcos! – Eu disse para sair dali e rápido, mas Atílio segurou meu braço.

– Isso é trabalho dos peões.

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