Esmeralda estava a cada dia pior, sua saúde muito debilitada e já nem andava mais. Em seu leito de morte pediu a Jamile que fosse atrás de seu destino e buscasse encontrar o pai.
– Eu não consegui te deixar estabilizada na vida, pelo menos com um marido que possa cuidar de você. – Jamile se ajoelhou ao lado da cama da avó e segurou sua mão enrugada e fria.
– A senhora não vai morrer vó, por favor não me deixe sozinha nesse mundo.
Gabriel soube o que estava acontecendo e foi ver as duas.
– Venha até aqui filho! – Esmeralda o chamou com a mão, ela pegou a mão dele e juntou a dela, sabia do grande amor que a neta tem por ele e o quanto isso daria força a ela para superar as dores. – Quero que jure para mim que vai cuidar dela, ou que pelo menos a levará até o pai.
– Eu juro que vou levá-la até o seu destino. – Gabriel prometeu.
Esmeralda morreu naquela mesma noite, Jamile ficou desolada e Gabriel a abraçou forte pois agora ela só tinha ele e aquela joia de família.
Gabriel
Você vai me trazer tudo o que eu mais quero dessa vida, amor e vingança.
Longe dali...
Celina é uma jovem de 22 anos, irmã de Leandro e muito liberal para sua época. Sempre teve um amor enorme por Atílio desde a infância pois ele, foi o primeiro homem de sua vida.
Recebeu o telegrama e o pedido para ir até lá e conhecer a vila e ajudar na compra da mansão, arrumou as malas e foi. Já estava descendo do trem na estação e havia se informado sobre o local da fazenda.
Todos os homens da cidade reparam em sua beleza, afinal andava sempre com os melhores trajes e exalava libertinagem por onde passava.
– Pode me levar até a fazenda de Atílio? – Celina pediu a um jovem que passava.
– Posso lhe conseguir um chofer para a senhorita.
– Faça isso, por favor.
Algumas horas depois, ela finalmente conseguiu um carro que a levasse até lá. Eram tantas malas que parecia estar indo para ficar de vez, viu como aquelas terras eram bonitas...
Atílio e Guadalupe estavam almoçando com Leandro, o assunto ainda era Luíza. Guadalupe com medo pela amiga, Atílio torcendo para que tudo desse certo e o primo tomasse jeito e Leandro, com outros planos para as moças daquele lugar.
– Me perdoe por perguntar mais uma vez Leandro, mas já se decidiu sobre ficar por aqui definitivamente?
– Como eu disse anteriormente Guadalupe, meu pai insiste que eu finque raízes e estou encurralado.
– Acho que devia fazer o pedido de noivado a Luíza de uma vez, antes que alguém se adiante e você perca sua chance. – Atílio deixou o primo avisado.
– Então significa que ela tem um outro pretendente?
– Ela é uma moça bonita, claro depois de Lupe...ela é a mais bela da região e não faltam rapazes querendo ter uma família com ela. – Amélia também fazia parte das pessoas que queriam muito unir esse casal.
– Não sei se seria uma boa ideia os dois se casarem. – Guadalupe surpreendeu a todos com sua frase e Atílio logo questionou.
– Mudou de ideia princesa, achei que quisesse que os dois se acertassem?
– Não sei se Leandro a faria feliz!
Leandro
Guadalupe só pode estar enciumada por saber que estou a cortejar sua amiga, não posso perder as esperanças de ter essa mulher e Celina precisa estar aqui para tirar Atílio do meu caminho e tudo irá ficar em seu devido lugar.
– Lupe tem razão, não sei se quero me amarrar a um matrimônio agora. – Leandro sorriu e levou a colher até a boca.
– Como eu disse uma vez, amar e ser amado é a melhor coisa desse mundo e só vai compreender isso se você se permitir tentar! – Atílio disse sorrindo e beijou da esposa, Amélia ouviu baterem e foi abrir a porta e viu aquela jovem cheia de malas e adornos e logo reconheceu de quem se tratava aquela visita.
– Amélia! – Celina exclamou.
Amélia
Não posso acreditar que ela esteja aqui, essa menina é muito perigosa e ainda mais pelo que teve com Atílio no passado.
– Vai ficar aí parada Amélia? Vamos, me ajude com a bagagem.
Sebastião viu aquela bela moça e estava ainda paralisado com sua beleza, não sabia de quem se tratava.
– Já que está aí me ajude e leve as malas de Celina para cima, por favor. – Amélia pediu para Sebastião e ele estava encantado com a beleza daquela jovem da cidade.
Ela olhou para aquele homem forte e rústico sorrindo, sua força e a facilidade com que pegou todas aquelas malas a deixou impressionada.
– Todos estão a mesa e chegou na hora do almoço!
– E pelo cheiro parece ótimo. – Celina sorriu e olhou para Amélia enquanto as duas iam para se juntar a eles.
Ambas chegam até a sala de jantar, Leandro sorriu ao ver sua irmã ali bem antes do que esperava.
– Eis minha bela flor do campo! – Leandro sorriu.
– Leandro! – Ele se levantou e ela correu para os braços dele dando um forte abraço fraternal.
– Celina está aqui. – Atílio anunciou para Guadalupe.
– E quem é ela Atílio?
– Minha prima e irmã mais nova de Leandro.
Guadalupe
Não sei por que aquela voz, os sorrisos não me deixaram nada alegre. Era como se o meu coração não quisesse dar boas-vindas a ela, só não sei por que me sinto assim.
– Não vai me dar um abraço primo? – Celina abriu os braços olhando para Atílio.
– Venha princesa, vamos cumprimenta-la. – Atílio me disse e fomos de braço dado até lá, percebi pelo movimento do corpo de Atílio que ela o abraçou.
Naquele momento...
Celina interrompeu o sorriso ao perceber que Guadalupe não a acompanhava com o olhar.
– Ela é? – E não se conteve ao fazer a pergunta.
– Cega! – Guadalupe respondeu para ela.
– Me desculpe, não quis ser rude.
– Não foi Celina, me chamo Guadalupe.
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