Resumo do capítulo Capítulo 38 de Além do horizonte
Neste capítulo de destaque do romance Romance Além do horizonte, Paula Tekila apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.
Atílio havia saído bem cedo juntos com os peões para buscar o gado, Jamile estava na escola com Luíza. Amélia cuidava dos afazeres junto com Matilde, Guadalupe acordou bem cedo e estava dobrando as roupinhas do bebê, quando sentiu uma forte dor abdominal.
Guadalupe
Eu sinto que chegou a hora, logo hoje que Atílio e nenhum dos outros homens está aqui.
– Amélia, Amélia! – Gritei sorrindo e sofrendo ao mesmo tempo e logo ela chegou no quarto já aos gritos.
– O que foi menina?
– Chegou a hora, meu filho vai nascer.
– Fique calma Guadalupe, vou chamar Matilde.
Me sentei na cama, entreguei esse momento a Deus e sei que ele não irá me desamparar. Matilde logo apareceu...
– Sua barriga abaixou demais em pouco tempo! – Matilde falou com uma expressão preocupada.
– E isso não é normal? Ai ai, Deus a dor está ficando insuportável. – Eu perguntei enquanto chorava e me revirava na cama.
– Infelizmente não filha, aqui eu não posso fazer o seu parto.
– Como não pode aqui?
– Vou te levar para a minha cabana Guadalupe, lá eu posso usar as coisas que tenho e trazer seu filho ao mundo com mais segurança.
– Não vou permitir que a tire desta casa, isso é loucura! – Amélia respondeu preocupada com aquela sugestão e Guadalupe logo aceitou.
– Desde que meu filho nasça com vida, eu não me importo com onde possa ser o parto.
Matilde pediu ao único peão que tinha ficado na casa, para que me levasse na carroça até a casa dela. Lá ela disse que havia uma cama especial e com perneiras para deixarem minhas pernas elevadas e abertas para facilitar a saída do bebê, Amélia não saiu do meu lado um só momento.
– Chegamos Lupe, fique calma. – Matilde disse me ajudando a entrar e eu sentia muita dor.
Me colocaram naquela cama e Matilde abriu minhas pernas, eu estava com muita dor e medo, não queria estar sem Atílio naquele momento tão importante das nossas vidas.
– Vá com ele na carroça Amélia, busque Atílio. Por favor traga ele para mim!
– Não conseguirei chegar a tempo Lupe.
– Não importa, avise a ele que estou aqui. Rápido! – Eu implorei aos gritos, senti o cheiro das ervas que Matilde preparava e não sei se para mim ou para o bebê.
Fiquei muito tempo gritando e pedindo a Deus que nosso filho viesse ao mundo saudável, sentia Matilde passar o pano úmido em minha testa limpando o meu suor. Uma dose forte e intensa de dor e força, invadiram meu corpo e meu próprio grito de desespero foi a última coisa que ouvi.
– Princesa, está me ouvindo? – Ester chamava.
– Mamãe? – Senti ela tocar minha mão, não havia mais dor.
– Como está se sentindo Lupe?
– Feliz, feliz por dar ao homem que eu amo a maior felicidade desse mundo. – Ouvi o intenso choro da minha mãe. – A senhora está emocionada? Onde está o meu filho, eu já posso pegar ele no colo?
– Me deixem falar com ela, por favor! – Matilde entrou e pediu que minha mãe nos deixasse a sós.
– Fala de uma vez, ele não é um bebê perfeito? Não importa, eu vou amar ele do jeito que for.
– Seu bebê, infelizmente nasceu morto Guadalupe!
Eu não podia acreditar que depois de tanto sofrimento, eu ainda ficaria com as mãos vazias, gritei gritei até minha garganta doer. Senti as mãos de Atílio me conterem em um abraço quente e só ele era capaz de me dar um pouquinho de paz.
– Eu daria a minha vida para não te ver sofrer assim, eu juro!
– A culpa é minha Atílio eu não sou perfeita, por isso ele também não era. Não deveria ter se casado comigo, eu só te fiz sofrer nessa vida.
– Eu te amo princesa, por favor não se culpe dessa forma.
– Eu quero pegar ele nos meus braços, nem que seja para me despedir.
– Pegue ele Matilde! – Atílio pediu a ela.
Senti o colocarem em meus braços, envolto em uma manta, pequenino e frio.
– Você era parte de mim, como eu vou viver com essa dor, que parece que vai me matar dentro para fora? – Eu só conseguia me lamentar e clamar a Deus por forças.
Do lado de fora do quarto, Jamile, Luíza, Sebastião e os pais de Guadalupe choravam ao ouvir seus lamentos. Nada daquilo parecia ser justo.
Ester ficou a sós com a filha, tentou confortá-la e depois foi conversar com todos que esperavam por notícias.
– Eu agradeço a todos por estarem aqui prestando condolências a mim e minha filha, mas devem ir para casa agora. Guadalupe quer ficar sozinha com sua tristeza. – Ester disse para todos e eles entenderam que aquele momento era de solidão e eles respeitaram, Atílio ia entrar no quarto, mas Ester o impediu.
– Ela precisa ficar sozinha Atílio.
Igor
Ela abaixou o vestido e guiou a cabeça do bebê até seu seio, meu filho tinha fome e não só do leite dela, mas do seu calor e cheiro de mãe. Era a cena mais linda que meus olhos já contemplaram, doce, terna e pela primeira vez em minha vida, eu tinha um herdeiro que iria viver. Passei o resto da madrugada naquela cadeira, meu filho não esboçava nenhum som e dormia em paz nos braços dela.
Ester ficou entrando e saindo do quarto, sei que ela estava com medo de que Atílio chegasse e nos visse.
Guadalupe adormeceu também, estava cansada, mas eu precisava voltar para a fazenda e encontrar alguém que pudesse cuidar do pequeno Benjamin.
– Eu agradeço de todo o meu coração, mas preciso ir agora. – Eu disse para Guadalupe e Ester ia pegar a criança.
– Vou pegar o bebê!
– Ele é meu, por favor não tente levar ele de mim. – Ela o segurou forte junto ao seu corpo.
– Ele é filho de Igor, eu sabia que isso não te faria bem. Temos que entregar para ele agora filha.
– Ele vai sofrer, me aceitou como mãe...e me escolheu. Igor por favor, me deixe ser ama dele é tudo o que eu peço.
– Deus! Não Lupe, você vai poder dar outros filhos para seu marido. Não procure problemas com Atílio. – Ester tentava por tudo fazê-la reconsiderar.
– Eu só quero ser mãe! É só o que eu quero nessa vida, vou morrer se me impedir de amar esse bebê. – Guadalupe gritava e as lágrimas banhavam seu rosto, claro que não negaria isso a ela, jamais poderia.
– Se você quiser, se de verdade quiser. Ele pode ser seu! – Respondi olhando dentro dos lindos olhos dela, que não podiam me ver.
– Vai me dar o seu filhinho? – Ela me perguntou com voz embargada.
– Pensei em dividir o amor dele, com você.
Ester
Não posso acreditar no que estou ouvindo, a perda dos dois estava formando um elo. Atílio iria sofrer muito e sei que Guadalupe ao sair dessa depressão, iria se dar conta do que estava fazendo com a própria vida.
– Me leve com você! – Guadalupe pediu a ele e eu fiquei apavorada.
– Não, não e não filha.
– Se Atílio me ama de verdade, irá entender minha decisão mamãe.
Igor buscou seu carro e levou minha filha com ele, aquilo era o começo de uma guerra ainda maior que estava por vir.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Além do horizonte
Amei este livro,super indico a leitura.Parabéns à autora Paula Tekila.Super emocionante :)🥰...