Igor chegou em sua bela mansão, Guadalupe estava totalmente voltada para cuidar daquela criança e nada mais nesse mundo importaria. Atílio foi para a cabana de Matilde logo depois de sepultar o bebê, parou o carro e saiu junto com o padre.
– Precisamos conversar, filho. Que bom que está aqui padre! – Ester mal sabia como começar a falar.
A aflição e medo era evidentes no rosto dela, alguma grande angústia feria seu coração.
– Aconteceu alguma coisa com a Lupe? – Atílio perguntou pressentindo algo errado e Ester foi obrigada a contar a verdade.
– Ela se foi, Igor veio aqui com o filho dele nos braços.
– Lucília morreu a alguns dias. – O padre revelou e Ester ficou surpresa.
– Mas ele disse que havia morrido nesta mesma noite e que procurava por uma ama de leite.
– Ela morreu a uma semana e eu mesmo lhe dei a extrema unção! – O padre diz, deixando-a mais preocupada ainda com a filha.
– Guadalupe se foi com aquele verme? – Atílio perguntou e se levantou furioso, agora tinha a certeza de que o rival havia usado o filho e aquela morte, para tirar vantagem da situação.
– Fique calmo, não ganha nada agindo por raiva. – Ester se colocou na frente dele.
– Vou mata-lo e tirar minha esposa de lá.
– Ela decidiu ir com ele, pelo que parece. – O padre tentou ajudar, mas com sua frase deixou Atílio ainda mais bravo.
– Ela não está em seu juízo normal para decidir coisa alguma! – Atílio falou e seu sangue parecia ferver dentro das veias.
Atílio
Nenhuma força neste mundo seria capaz de me fazer mudar de ideia, entrei no carro e fui para casa buscar minha arma.
– Papai o que houve, onde está Guadalupe? – Jamile percebeu a fúria em seu olhar e se colocou na frente dele perguntando.
– Com Igor, ela me trocou por um bastardo e maldito órfão! – Atílio respondeu com lágrimas de dor e fúria.
– Não estou entendendo nada filho.
– Vai entender quando souber da morte daquele animal Amélia.
Dirigi transpirando, saber que ela estava naquela casa me deixava sem ar. Tinha que ser agora, precisava ser agora!
– Igor, vim buscar minha mulher e só saio daqui com ela. – Gritei até minha veia quase saltar do pescoço.
– Vá embora ou meto uma bala na sua testa! – Adalberto barrou minha entrada.
– Onde está seu patrão? De novo ele vai se esconder atrás de você?
Guadalupe
Era Atílio, ele veio me levar de volta. Não posso prender a vida dele a minha, sem esperanças de ter herdeiros saudáveis. Deixar ele, será a maior prova de amor que posso dar mesmo que doa em mim.
– Fique com ele! – Igor pegou o bebê dos meus braços.
– Vai para casa? Achei que tivesse se decidido por ficar com Benjamin.
– Não para casa com ele, vou dar a Atílio a liberdade para que possa ser feliz. Chame seu funcionário, peça que me ajude a ir lá fora e você, por favor não interfira!
– Prometo que será como você quiser Guadalupe. Adalberto! – Igor chamou o empregado dele.
– Ele está aqui patrão, Atílio veio buscar a moça e está armado.
– Leve-me até ele.
– Faça o que ela mandou. – Igor deu a ordem e Adalberto concordou.
– Sim senhor.
Demos alguns passos lentos, senti o sol tocar minha pele. Estávamos fora da casa, Atílio me abraçou forte.
– Eu sabia que você não faria isso comigo princesa, preciso de você e do seu amor e juntos vamos encontrar uma solução para esse sofrimento.
– Estou aqui para te dizer adeus, quero que você seja feliz e vá sem olhar para trás.
– Você está fora de si Guadalupe, só pode estar! Vou te levar para um médico e vai ficar bem.
– Não, não estou louca. Eu quero ser mãe desse bebê e sei que com o tempo você vai aceitar minha decisão.
– Eu vou matar ele, juro por Deus que mato! – Atílio gritava inconformado.
– Se fizer isso, vai perder sua liberdade. Vá para casa, se me ama vá embora e seja livre.
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