Além do horizonte romance Capítulo 40

Guadalupe

Não estava sendo nada fácil recomeçar tudo, aprender a andar por aquela nova casa e ter que lidar com Igor e com os outros empregados da casa pois alguns não me aceitavam no lugar de Lucília tão pouco tempo depois de sua morte, mas esse era o preço que eu tinha que pagar para ser mãe.

Ele sempre tem me respeitado como ama de Benjamin e nunca se aproximou de mim tendo outras intenções, mas eu sei que Igor cedo ou tarde vai se aproximar e querer algo mais íntimo.

– Guadalupe, sua mãe está aqui e quer te ver. – Célia uma das empregadas, avisou para a moça.

– Traga ela aqui, por favor! – Eu gosto tanto de cantar para ele dormir, mas dentro de mim vivas e ainda existem dúvidas e muitos questionamentos. Eu senti meu bebê no ventre, ativo e cheio de vontade de vir ao mundo até pouco tempo antes do parto, mas só Deus sabe o real motivo de tudo isso ter acontecido.

– Filha? Como você está? – Ester perguntou.

– Bem mamãe, estou feliz que a senhora esteja aqui.

– Na primeira vez que vim, você não quis me receber Lupe. Não entendo por que quer nos fazer sofrer assim!

– Me perdoe por isso, tudo estava muito recente e eu quis evitar mais confusões. Quer segurar ele um momento?

Ester – Claro que sim.

Mamãe pegou ele dos meus braços, sei que isso poderia encher o coração dela assim como fez comigo. Talvez assim, ela pudesse entender a minha escolha se um dia conseguisse ter amor por ele.

– Ele é um belo rapaz, não se parece com o pai e tampouco com a finada mãe.

– Eu nunca imaginei que um amor maior do que o que eu tenho por Atílio pudesse existir.

– Esse bebê não é seu filho Guadalupe, quando se der conta de ter perdido o amor dele eu sei que você vai sofrer.

– Ele não é meu filho de sangue mãe, mas ainda assim é meu. Atílio merece ser feliz e espero que consiga uma boa mulher que o faça feliz.

– Aprendi a amar Atílio como meu filho, sofro ao ver como ele vivido. – Ester disse fazendo com que eu me emocionasse, mas precisava parecer forte.

– Isso vai passar, tudo isso vai passar um dia mamãe!

– Dona Ester, bom dia. – Igor a cumprimentou.

– Bom dia Igor, já estou de saída. Apenas vim saber como minha filha está.

– A senhora já vai?

– Sim Lupe, aqui está o bebê. Tenho que ir cuidar dos afazeres. – Ela me entregou Benjamin.

Igor

Ester não disfarçava o quanto me odiava pelo que estou fazendo, não entendo por que tanto rancor. Só quero dar a filha dela o que ela precisa para ser feliz a alcancei antes que cruzasse a porta para sair de minha casa.

– Não me trate dessa forma tão fria dona Ester! – Eu pedi, mas ela não está disposta a abrir o coração para me aceitar como genro.

– O que está fazendo com a minha filha e com Atílio, não é certo.

– E o que eu deveria ter feito, deixar meu filho sofrer de fome e Guadalupe com as mãos vazias?

– Não tente me enganar como fez com ela Igor, sei que sua esposa e filho morreram a dias e o estava alimentando com alguma outra moça da região. Fez isso de caso pensado, sempre quis minha Guadalupe e estava esperando uma oportunidade como essa.

– Se sabe disso dona Ester, aconselho a senhora a não cruzar meu caminho. Veja como sua filha está realizada com meu herdeiro no colo, se for contra ela assim como Atílio, vai perder o amor de sua filha!

– Um dia ela vai se dar conta do que você fez, estarei esperando por ela e sei que Atílio também. – Ester gritou aquela afronta comigo e saiu, por mais que eu não quisesse me abalar com as coisas que ela me disse era impossível. Atílio sempre vai ser o homem que ela ama, mas eu sempre serei o pai do filho que ela escolheu amare assim vamos seguir até o final dos nossos dias. Voltei para o quarto, ela estava chorando e sequei suas lágrimas.

– Por favor não sofra mais Lupe, Atílio não te ama como eu posso te amar. Vamos construir um sentimento e eu juro a você que farei tudo para que seja feliz.

– Eu vou seguir em frente! – Guadalupe me disse e eu peguei suavemente em sua mão.

– Estou indo para a cidade, você precisa que eu te traga alguma coisa?

– Não, pode ir tranquilo.

Atílio

Mergulhei minha mente no trabalho, passei a cuidar pessoalmente de tudo o que envolvia a fazenda. Sebastião é meu braço direito no trabalho e a fazenda estava prosperando mais do que nunca, fomos para a cidade encomendar alguns insumos.

– Bom dia vizinho! – Não pude acreditar que aquele maldito estava falando comigo.

– Por favor patrão, não entre na provocação dele. – Sebastião disse se colocando entre nós dois.

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