Sebastião logo soube pelos outros peões o que Celina havia feito e que ela tinha sido levada para a prisão.
– Não posso acreditar que ela tenha sido capaz de algo assim! – Amélia exclamou apavorada e Sebastião respondeu.
– Sim Amélia, já até disseram que Igor morreu.
– E Atílio já sabe disso? – Amélia perguntou.
– Não, estou indo procurar por ele. Deve estar pelo pasto com os outros e depois, vou ter que dar a notícia para Raul Fontes.
Sebastião cavalgou a procura de Atílio e alguns minutos depois o encontrou, claro que ele não sabia de nada do que estava acontecendo.
– Patrão, eu vim para lhe trazer notícias nada boas.
– Aconteceu alguma coisa com Jamile ou com Guadalupe? – Atílio perguntou para Sebastião e já esperava pelas piores notícias.
– Indiretamente sim, Celina foi armada até a fazenda de Igor e tentou matar Guadalupe.
– Não posso acreditar que ela tenha sido capaz disso.
– Igor se colocou na frente dela e recebeu um tiro no peito, ele está morto. – Sebastião revelou e Atílio respirou aliviado.
– Antes ele, do que ela!
– Mas onde o senhor vai patrão? – Sebastião perguntou.
– Falar com Guadalupe.
– Sua esposa foi levada pelo delegado.
– Ela que pague pelo que fez. – Atílio falou colocando o chapéu e saindo de lá.
Sebastião
Deus, Atílio não tem noção do que está dizendo. Raul vai culpa-lo por tudo!
Atílio
Que Deus me perdoe, mas essa tragédia pode me dar a chance que eu tanto preciso para ficar com ela para sempre. Cheguei na fazenda e haviam muitas pessoas do lado de fora comentando sobre o crime e até Gabriel já estava lá com Jamile e Héctor.
– Pai o que o senhor faz aqui? Não pode se expor assim, foi Celina que fez tudo isso. – Jamile queria tirar o pai de lá imediatamente.
– Foi ela e não eu, quero saber como Guadalupe está e dar meu apoio a ela.
– Não, fique aqui fora. Eu vou lá e falo com ela, não afronte os empregados de Igor! – Jamile avisou ao pai e Gabriel concordou que o melhor era que Atílio não entrasse naquela casa.
– Jamile está certa Atílio, vamos esperar aqui fora.
Jamile entrou, Guadalupe estava com o filho no colo e os empregados a amparavam enquanto o corpo era levado para fora.
– Lupe, sei que minha pergunta pode parecer tola, mas como você está?
– Graças a Igor estou viva e com meu filho nos braços Jamile.
– Eu nunca gostei de Igor e os motivos são óbvios, mas sou grata a ele por ter salvo sua vida!
– Celina perdeu a razão. – Guadalupe suspirou dizendo e agradecendo por estar viva.
– Ela sabe que meu pai nunca vai deixar de amar você. – Jamile sorriu e pegou na mão de Guadalupe.
– E muito menos eu a ele.
Guadalupe
Não posso contar a ela, não antes de dizer para ele. Sei que vai ficar feliz, apesar de todas as vezes, que chamou nosso filho de bastardo sem saber a verdade.
– Meu pai está lá fora Lupe!
– Ele veio?
– Sim, está preocupado com você.
– Mas temo por ele, os empregados e peões de Igor eram muito fiéis a ele. Peça para Atílio ir embora, diga que meu filho e eu estamos bem!
– Eu direi sim.
Jamile foi embora, Igor foi velado em sua casa por toda aquela noite e enterrado no cemitério local. Dona Ester e Leonel estavam ao lado da filha o tempo todo prestando as condolências.
Celina estava presa e quando Raul soube do que aconteceu se enfureceu e foi direto falar com o delegado.
– Maldito seja Atílio, sabe que minha filha perdeu a razão por causa do sentimento que tem por ele. – Raul estava furioso e o delegado respondeu.
– Sinto muito senhor Raul, essas razões não atenuam o crime da sua filha.
– Sou um homem rico delegado, não faz sentido que minha filha fique presa!
– Não seria, se ela tivesse matado um pobre coitado qualquer, mas ela matou Igor Antunes. – O delegado deixou bem claro que seria difícil libertar a jovem da cadeia.
– Eu pago, diga quanto quer para libertar Celina?
– A lei não tem preço senhor Fontes.
– Quero falar com ela delegado.
– Carcereiro o acompanhe. – O delegado pediu.
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