CEDRICK
— Sua majestade, todas as encomendas que me pediu estão prontas.
Estou sentado no trono, ouvindo o relatório do meu atual Beta em funções, nada mais nada menos que meu tio, o feiticeiro ferreiro.
Descobri algo interessante.
O antigo Rei não era tão invencível assim, ele simplesmente tinha um homem habilidoso nas sombras, que construía artefatos mágicos magníficos pra ele.
No entanto, a tarefa mais importante que pedi, ele não conseguiu cumprir.
Não conseguiu criar nada que me ajudasse a encontrar minha mulher, e esses meses sem ela têm sido como viver por viver.
— Certo, então me diga como funcionam — suspiro apertando a ponte do nariz com cansaço, praticamente se eu durmo quatro horas por dia é muito.
— Claro, eles são colocados sob a terra...
BAM!
— Sua majestade, me desculpe por entrar assim — um homem invade a sala de repente, nos interrompendo, e eu me endireito no assento com o coração disparado.
— Não importa, diga, Fiodor. Você a encontrou? — pergunto com esperança. Juro que, se ele disser que encontrou a Raven, me transformo agora mesmo em lobo e corro pra buscá-la.
Eamon se levanta de vez, empolgado, pra ouvir com atenção.
— Lamento, sua majestade, ainda não, mas tenho algumas pistas — responde com os olhos complicados, e toda minha ilusão se desfaz.
Ainda assim, é alguma coisa — e isso já é melhor do que a incerteza de não saber nada dela.
— Certo, me dê seu relatório — volto a me encostar no trono, sentindo como se mil anos tivessem caído sobre mim.
— Investigando e vasculhando, encontramos a companheira de um homem que morava na aldeia perto do palácio e que morreu de uma doença. Ela nos contou que o marido um dia chegou histérico, dizendo que tinha testemunhado um assassinato na floresta.
— A suposta assassina era uma mulher com as características da Lua...
— Da Rainha — o corrijo, porque não me importa o que digam os outros. Raven é, e sempre será, a única Rainha que reconhecerei.
— Perdão, majestade. A mulher tinha as mesmas características da Rainha Raven, e eu tenho certeza de que era ela, porque o homem estava apavorado, segundo a esposa, dizendo que a assassina era uma Centúria, que queimou um homem com seu poder de fogo. Além disso...
Ele fez uma pausa que não gostei nem um pouco.
— Além disso, o quê? — pergunto com frieza.
— O homem também comentou que ela estava com outro lobo, um homem com características parecidas com... com o Alfa da matilha Lagoa Azul — diz com a cabeça baixa, sem me encarar, e eu aperto os dentes de tanta raiva, os punhos brancos sobre os braços do trono, quase rachando a madeira.
Ela fugiu sozinha, eu sei.

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