ALFA RAVEN de Escrava a Rainha romance Capítulo 188

NARRADORA

Vincent sentiu como se uma pedra tivesse saído de seu peito, mas ainda havia muito a fazer.

Apesar de que, a cada dia, ele precisasse de mais paciência para fingir e presenciar as atrocidades daquelas pessoas sem poder fazer quase nada para impedi-las.

Desde que Theodor o encontrou por acaso trabalhando numa ferraria e lhe falou de um magnífico plano para se vingar de Cedrick, ele largou tudo e se uniu às fileiras… mas apenas para espionar.

Jamais trairia Cedrick. Nem mesmo pelo que aconteceu entre eles.

Fez aquilo pensando no bem-estar do amigo. Queria que Cedrick chegasse ao topo, como sempre sonhou. Que mudasse o reino dos lobisomens para melhor. Mas depois entendeu que estava errado, que abusou da amizade de Cedrick e tomou liberdades que não lhe pertenciam.

Ainda assim, nunca teve coragem de voltar. Esperava que com essas ações Cedrick pudesse perdoá-lo — e também fazia isso para protegê-lo à sua maneira.

Quando Vincent se virou e viu o rosto deformado pelo ódio daquela brux4 psiquiátrica maldit4 e de seu “Alfa”, como aquele imbecil gostava de se chamar, ele soube que algo daria muito errado… e algum inocente pagaria pela frustração deles.

Possivelmente, os pobres reféns da matilha… ou o povo sobrevivente nas casas.

— Acho que mesmo assim deveríamos procurá-los — disse de repente, chamando a atenção daqueles dois desgraçados.

— Não dá pra atravessar a névoa… mas talvez tenham conseguido escapar por outro lado…

— Você é idiota ou o quê?! — Theodor rugiu.

— QUEM É QUE SOBREVIVERIA AQUELE PRECIPÍCIO DA MORTE?! Quer se jogar lá pra ver se tem alguma saída?!

Levantou-se com os olhos cheios de raiva reprimida.

— Te vejo bem calmo sabendo que seu pior inimigo escapou das suas mãos! Será que no fundo você ficou feliz com a morte dele ou tá triste pelo seu amiguinho Alfa?

Caminhava em direção a Vincent querendo briga, e o Beta nem se deu ao trabalho de responder às ironias idiotas dele.

Mas se tentasse atacá-lo, ali acabaria aquela aliança falsa.

— Espera, idiota! — a bruxa cortou de repente a tensão no ar.

— Vincent tem razão. Não sabemos exatamente o que existe no fundo desse abismo.