CEDRICK
Abraço minha fêmea contra o peito, deitados de lado sobre as roupas secas, perto do fogo que ela mesma criou e que nunca se apaga.
Nunca imaginei que o laço de companheiros se sentisse assim… tão completo, tão satisfatório.
É como se minha alma incompleta tivesse finalmente encontrado sua metade perdida.
Inspiro o cheiro da sua nuca, onde minhas feromônias agressivas anunciam a qualquer um que essa fêmea me pertence e é só minha. Minha Raven, minha rainha, depois de tantos tropeços do destino.
No entanto, apesar dessa loucura que acabamos de fazer, não estamos nem um pouco a salvo.
Observo ao redor… esta caverna subterrânea, esse lugar encantado que se tornou nosso refúgio, mas precisamos sair daqui, e o perigo logo estará espreitando lá fora novamente.
Nosso filhote nos espera, e me preocupa sua segurança.
Mesmo sabendo que Raven confia plenamente na bruxa do clã dela e nas proteções que ela criou, aquela mulher me dá uma sensação muito ruim.
Tiro o braço debaixo da cabeça dela com cuidado e a ajeito sobre as roupas no chão onde estamos deitados.
A ouço murmurar coisas desconexas nos sonhos. Não quero deixá-la sozinha, agora mais do que nunca meu instinto me obriga a ficar perto da minha fêmea sensível e recém-marcada. Mas há algo que preciso fazer.
Tiro o colar do pescoço dela e a cubro com minha camisa. Beijo seu ombro nu e a observo mais uma vez, pra me certificar de que está bem.
Ela está exausta, e espero que minha “magia fria” a refresque por um bom tempo depois do calor do cio.
Me adentro na escuridão, tentando não acordá-la, por um corredor claustrofóbico e úmido que sai da pequena caverna e se conecta a outras.
Caminho um pouco, mas não muito longe. Na escuridão, ativo o feitiço do colar, que me permite me comunicar com meu tio.
Isso consome muito do meu poder, então tem que ser rápido.
“Cedrick! Você está em perigo?” — ele fala logo na minha mente, angustiado.
“Agora não, tio, mas minha situação não é nada boa. O tempo é curto, vou ser rápido…” — e conto pra ele sobre a emboscada e o encontro com aquela mulher, que aparentemente tem ligação com o passado dele.
“Não… não… não… Silvana?! Como assim ela voltou?” — ele responde, e o pânico na voz dele não me anima nem um pouco. Voltou de onde?
“Vocês têm que voltar imediatamente, Cedrick! Você precisa voltar, não enfrente essa feiticeira!”
“Como vou voltar agora?! Essa passagem que você me deu serve só pra uma pessoa, e eu não vou deixar minha mulher pra trás!” — lembro a ele.
“É verdade… merda! Preciso de mais magia desse lado pra trazer os dois, não tenho energia suficiente pra duas pessoas!”
“Cedrick, peça pra ele buscar minha Sacerdotisa, ela pode ajudá-lo.” — de repente, a voz de Raven invade meus pensamentos.
Não tenho segredos com ela. Minha mente esteve aberta o tempo todo por causa do nosso vínculo de companheiros recém-formado.
“Tio, procure a Sacerdotisa das Centúrias. Ela pode te ajudar.” — o guio, e pela conversa com Raven, ele parece ficar mais tranquilo por saber que aquela senhora rabugenta não vai usá-lo como cobaia assim que o vir.
“Tá bem, vou fazer isso porque foi você quem pediu. Vou dizer a senha que sua mulher me deu. Preparem-se. O colar vai brilhar assim que o portal estiver pronto.”

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