NARRADORA
Silvana observava do alto de uma colina as enormes letras flamejantes desenhadas com magia acima do castelo.
Podiam ser vistas de longe, era uma mensagem, e ela sabia muito bem que era direcionada a ela.
“Mortimer está aqui”
Era o que dizia, uma isca clara para atraí-la. E é claro que estava interessada — achava que ele estava morto, mas agora tinha esperanças. E se ele estivesse vivo, ela o reconquistaria.
Aquele homem era dela.
Será que aquela maldita também sobreviveu?
Não, não, não. Ela mesma se encarregou de sugar até a última gota da magia de fogo daquela vadia! Eles não podiam estar felizes e juntos!
Os olhos vermelhos de Silvana fitavam o castelo, onde ao longe, as defesas estavam sendo reforçadas.
Era bom que aquelas mulheres de fogo estivessem preparadas, porque já que tiveram a ousadia de atraí-la, agora teriam que lidar com as consequências dos próprios atos.
Ela libertaria os homens-gelo do jugo em que viviam. Eles só estavam confundidos por causa daquelas cadelas.
Virou-se e desceu a colina, caminhando até o pequeno exército escondido que Theodor tinha conseguido reunir — mais de cem lobos fortes e sedentos por sangue.
As Centúrias e os soldados que restaram no castelo não eram tantos assim, então aqueles guerreiros, somados ao seu poder com as flores, seriam suficientes para esmagá-las.
— Vamos, parem de preguiça e mandem chamar os que ainda estão espalhados! — gritou, em cima de uma rocha.
— Afiem suas garras e preparem bem os dentes! Em breve atacaremos o castelo da Rainha Centúria e acabaremos com aqueles malditos!
Eles deveriam gritar com fervor logo em seguida, mas ficaram em silêncio, confusos, trocando olhares entre si.
— Feiticeira, onde está o nosso Alfa? — um dos mais corajosos finalmente perguntou.
— O Alfa de vocês está desempenhando outras funções e deixou o comando comigo. Têm algum problema com isso? — respondeu, afiada e ameaçadora.
Claro que eles tinham um maldito problema! Ela era uma mulher, bruxa poderosa ou seja lá o que fosse, mas estavam lutando exatamente para não serem mais controlados por uma rainha.
No entanto, antes mesmo que alguém abrisse a boca, o som das plantas se arrastando por todos os lados, cercando o grupo, os fez ficar em silêncio imediatamente.
— N-não, nenhum problema...
Bom, isso era só temporário. O Alfa logo estaria de volta.

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