NARRADORA
— Meu irmão se apaixonou por uma loba de outra matilha e, ao se unir a ela, acabou se tornando o Alfa da matilha dela… bom, daquela que foi destruída — Clárens suspirou com tristeza.
— Meu pai ficou furioso e o expulsou, mas pouco tempo depois, eu também fugi ao me apaixonar por outro lobo e fui viver com meu irmão.
— A vida no pântano é dura, meu pai não quer se abrir para o resto do reino, diz que estamos mais seguros isolados, mas eu acho que, se eu voltar, se conversar com ele e contar sobre esse perigo, sobre o que nos fizeram, sobre meu irm… não… — a voz de Clárens se quebrou por um instante.
— Eu… vou tentar trazê-los para ajudar, alteza. Os lobos da minha matilha vivem só para lutar, são muito fortes.
E claro que Cedrick sabia disso.
Por isso ninguém mexia com eles. Levavam uma vida meio selvagem, não pagavam tributos e mandavam as ordens do rei “tomarem no cu”, simples assim.
Eram guerreiros ferozes, sem medo da morte, implacáveis e protegidos por aquele pântano sombrio. Eram praticamente invencíveis.
— Clárens, mas sua matilha fica longe… e ainda tem o tempo de preparo… Cedrick… — Raven não via aquilo com muita esperança.
— Posso ir correndo na minha forma de loba, sou muito rápida. Só… não posso prometer que meu pai vai aceitar, ele é muito teimoso. Mas tentar não custa nada, majestade. Se eles se unirem a vocês, podem ter uma chance — disse ela.
No fim das contas, não havia muitas opções. Clárens partiu em busca de sua matilha, levando também seu filhote.
Quando a Centuria que a ajudou a passar pela barreira protetora pelos fundos do castelo contou isso a Raven, ficou a dúvida: será que Clárens tinha apenas mentido para fugir com o filho agora que as coisas estavam difíceis?
— Que seja o que o destino quiser… não há mais nada que possamos fazer — suspirou Raven, olhando para o céu que já anunciava uma noite de tempestade.
*****
— Ei, fortão, vem cá e me ajuda com essas caixas pesadas! — uma voz chamou Vincent pelas costas, enquanto ele observava os guerreiros treinando.
Ele se virou e viu uma anciã acenando para ele.
Caminhou até ela e realmente pegou duas caixas no chão para ajudá-la.
— Onde eu coloco? — Vincent olhou nos olhos meio avermelhados dela, sábios e antigos.
— Vem, vem por aqui — Dalila o guiou, e nem precisava “inspecionar” para sentir a intensa magia sombria vindo dele.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: ALFA RAVEN de Escrava a Rainha