HAKON
— Não vou embora sem minha mulher — rosnei, desesperado e furioso.
Meu lobo e o dela se enfrentavam. Ela é forte, muito forte, e é a primeira vez que não tenho certeza de que venceria. Mas não vou deixá-la. Ninguém vai me separar da minha fêmea.
— Concordo que vocês precisam conversar, mas agora não é o momento. Essa não é a sua matilha — ele me mostrou os dentes, e os olhos me encaravam perigosamente.
— Este é o meu reino, e mesmo que você não aceite, eu sou o Rei. Te ordeno que saia agora do meu castelo.
Ele nem sequer estava usando o comando do Rei Alfa, mas mesmo assim, senti o peso da sua ordem.
Mas comigo, não é tão simples…
— Não sem ela. Anastasia é minha e vou levá-la comigo. É só isso que quero. Não vim aqui pra começar uma guerra, alteza — respondo entre os dentes, e vejo a porta do salão se enchendo de guerreiras Centúrias.
— Vá embora! Não vou com você, nem agora, nem nunca! Não vou dividir meu companheiro com ninguém e, de um jeito ou de outro, vou quebrar esse maldito laço entre nós!
A voz da minha fêmea ecoa atrás das costas do Rei Alfa.
Sinto sua tristeza crua e meu coração se parte. Como tudo mudou tão de repente?
— Ana…
— VAI EMBORA, PORRA! — ela grita, e todos os lobos de fogo das Centúrias saem e me cercam.
Sinto o ar me sufocar e a magia poderosa queima os pelos do meu lobo, que rosna dentro desse círculo da morte onde me colocaram.
E nem foi o Alfa Centúria que saiu ainda…
Posso morrer aqui. Disso eu tenho certeza.
— Alfa Hakon, pense bem no que está disposto a perder por sua companheira. Depois, se Anastasia desejar, ninguém vai impedi-los — fixei meus olhos de novo no Rei.
— Mas se vocês não se entenderem, se ela não quiser, nada nem ninguém a tirará do meu castelo.
— Acredite, não quer entrar em guerra com a gente, alteza — dou um passo à frente, mesmo diante do perigo, rosnando e desafiando.
— Não venha me ameaçar na minha cara, ou talvez eu não te deixe sair vivo daqui — ele responde perigoso, e nossas auras colidem. Vontades de Alfas.
Mas ele é o Rei — e não só de nome.
Eu estou desesperado. Essa é a verdade.
Só quero falar com ela, mas… o que eu vou dizer?
Que não posso deixar de ser o Alfa, que preciso de um herdeiro homem, que não é só a minha matilha que está em risco?
Agora que a conheci, mais do que nunca quero proteger o mundo dela.
Nesse momento, com a tensão no ar, chega a mensagem que eu menos queria ouvir.
“Alfa, sei que disse para não ser interrompido, mas me desculpe. O Beta enviou um recado urgente. ‘Há mudanças no gelo.’”
Não pode ser. POR QUE AGORA?! PORRA!!
"Tô indo agora! Preparem todos. Temos que voltar!"
— Tudo bem. Eu vou embora. Mas não por suas ameaças. Isso não acaba aqui — respondo e começo a andar rumo à saída. Mas paro perto dela, que não me olha.
— Ana, eu não vou desistir. Nunca. As coisas não são tão simples quanto você pensa…
— Não sei o que tem de complicado em parar de foder outras mulheres. Seja homem e admita que é só um libertino sem vergonha que não quer abrir mão disso…
Ela levanta o olhar, cheio de ódio, e isso me dilacera a alma. O jeito como me trata…
Aperto os punhos até quase quebrar os dedos.
Quero cometer a loucura de arrastá-la comigo, mas sei que meu lado selvagem não vai resolver nada desta vez.
— Nunca vou aceitar sua rejeição. Você é minha fêmea, queira ou não, nunca vai se livrar de mim.
Minha impotência escapa por todos os poros enquanto saio daquele salão cheio de perigo e morte, indo encarar de novo a própria vida.

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