NARRADORA
Dalila caminhava seguida por Raven e Cedrick rumo ao seu salão privado — ou melhor, ao santuário de suas poções de bruxa, ervas frescas e coisas estranhas de experimentação espalhadas por todos os lados.
— Estava me procurando? — Dalila perguntou ao moreno enorme que esperava no corredor em frente à sua porta.
— Sim, sim, bati e, como vi que não estava, já ia embora... — Vincent ficou um pouco confuso ao ver a comitiva atrás da Sacerdotisa.
— Era algo muito urgente? — Dalila abriu a porta e entrou direto.
— Não, posso voltar depois...
— Vincent, entra com a gente. É sobre a Raven — Cedrick o atualizou e os três então ocuparam o santuário de Dalila.
Ela logo desenhou seu círculo de runas mágicas, com o cenho franzido e preocupação evidente.
Todos estavam tensos, até mesmo Vincent, que já tinha sido informado por Cedrick do problema.
— Amor, Cedrick… minha mão está doendo — Raven tocou suavemente o antebraço dele, pedindo que a soltasse um pouco.
Cedrick a segurava como uma âncora mortal, como se tivesse medo de que ela desaparecesse a qualquer instante.
— Me desculpa — ele soltou a pressão na hora, subiu a mãozinha dela e beijou o dorso com carinho.
— Vai ficar tudo bem. Para de se preocupar tanto, está com a cara toda enrugada feito um velho — Raven acariciou sua bochecha com a barba curta, mas Cedrick apenas a olhava com obsessão nos olhos azuis intensos.
— Eu estou com medo — confessou o enorme Alfa num sussurro. Ele enfrentava qualquer inimigo com coragem, mas perder aquela mulher poderia destruí-lo.
Depois da história trágica de seu tio com a Centúria, o amor intenso de Cedrick e sua proteção se elevaram a outro nível.
— Nada vai me acontecer. Não agora que conseguimos ficar juntos. A Deusa não pode ser tão cruel com a gente — Raven colou sua testa à dele, tentando passar confiança.
Uma confiança que ela mesma não sentia por dentro, pois a verdade era que estava se sentindo estranha.
Toda sua magia de fogo estava sendo drenada aos poucos. No começo achou que fosse cansaço, imaginação… mas agora tinha certeza de que havia algo errado.
— Bem, fique no centro do círculo. Vamos começar. Não, não, Rei, o senhor não pode ficar com ela. Fique aí com o fortão moreno — Dalila organizava tudo, mesmo com os nervos à flor da pele.
— Raven, tenta chamar seu Alfa de fogo de novo — pediu, e Raven obedeceu.
Sua testa suava, os dentes cerrados de esforço, empurrava sua magia pra fora, uma e outra vez… mas nada respondia.
— Se me fizer entrar aí de novo, porra, vou te arrancar pela orelha na base da bastonada! — Dalila se conectava com a consciência do lobo de fogo, que só respondia com uma expressão de tédio, como se dissesse:
"Essa velha acha que o cajado dela é mortal? Só não queimei por falta de tempo."
— Alfa, faça seu lobo tirá-lo de lá. Vamos, esse safado está escondendo alguma coisa — ela se virou para Cedrick.
Eamon não hesitou. Entrou direto na mente da companheira.
Tudo lá dentro era vapor e fogo ardente, temperaturas abrasadoras… mesmo assim, Eamon atravessou a barreira e entrou para confrontar o Alfa de Fogo Centúria.

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