HAKON
Caminhamos com tochas pelas margens de uma lagoa estagnada e de águas turvas nesta pequena ilha. Diante dos meus olhos, a enorme e estreita gruta que leva à caverna subterrânea.
— Fiquem aqui fora como sempre. Qualquer coisa, fiquem prontos e alertas — ordeno aos vinte guerreiros, que assentem e formam uma linha de defesa voltada para a caverna.
Aqui, não se trata de se proteger do que pode entrar, mas do que pode sair.
Apenas Carlisse e eu nos aventuramos naquele lugar escuro, úmido e sufocante.
O ar é pesado e difícil de respirar.
Nos movemos em silêncio e com pressa até chegar a uma galeria mais ampla, que se divide em duas cavernas escuras como bocas de lobo.
Sigo para a direita sem hesitar e, um pouco mais adiante, eu a vejo.
Uma enorme parede de gelo espesso no fundo da gruta, um escudo que nos protege do que está além.
— Carlisse, porra... isso está pior do que nunca. Por que demorou tanto pra me avisar? — olho preocupado para as rachaduras profundas no gelo, que está se quebrando e enfraquecendo, quase despedaçando.
— Aconteceu de repente, parece que foi por causa de um impacto muito forte — responde, acendendo as tochas nas paredes que nos dão melhor iluminação.
Me aproximo do gelo para ver os danos, estendo a mão e toco a magia fria, sentindo o quanto ela está enfraquecida.
— Alfa, afaste-se!
Meu Beta grita e olho para cima, vários metros acima da minha cabeça, uma sombra enorme me observa do outro lado, e quase posso sentir seus olhos cruéis como os de um predador caçando sua presa.
BOOM! BOOM!
Ela se lança contra a barreira de repente, fazendo tudo tremer.
Vemos a silhueta se mover — escura, gigantesca e grotesca — com muitos metros de altura, muito maior que nossos lobos, mais poderosa que toda a matilha.
Algo capaz de trazer morte e destruição a todo o reino... e nem sequer é a única do outro lado.
— Vamos! Prepara o recipiente cerimonial! Rápido, Carlisse, ou estamos mortos! Porra, porra!
Rujo, correndo até o altar diante da parede que se agita, com as rachaduras crescendo e estalando, quebrando nossa última esperança.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: ALFA RAVEN de Escrava a Rainha