NARRADORA
«Chamas vermelhas devastando a terra, fogo e destruição por onde passam, correntes que prendem a magia fria e consomem o inverno.”
“Um grupo, com cerca de cinquenta homens, corre desesperado pela névoa e na noite, caçados e perseguidos como animais selvagens, adentrando um território mortal e perigoso.”
“…Jonás, se agarra no galho! Não se desespera ou vai afundar mais rápido!… Não soltem ele!… Aahhh!… O Druida também caiu no pântano!… Deusa, até quando esse martírio? Tem piedade de nós!”
“Homens fortes e selvagens surgiram das trevas do pântano e os ajudaram a sobreviver.”
“…só posso protegê-lo por um tempo, não quero problemas com as Centurias, me desculpe…”
“No entanto, uma noite, enquanto todos dormiam, um rugido vindo de outro mundo fez os corações deles tremerem de medo.”
“Acordem rápido! Vamos defender a matilha!”
“Sangue e luta. Massacre dos mais fracos.”
“Os corpos mutilados de mulheres e filhotes afundando no pântano… Conseguiram conter as criaturas, mas o custo foi alto demais. E ao rastrear sua origem, o pânico foi absoluto.”
“Alfa do Pântano, posso ajudá-lo com minha magia de inverno, mas em troca… tenho minhas condições.”
“Duas mãos se apertaram, e uma aliança foi feita.”
“Diante da imensa gruta escura que só pressagiava morte, o Druida dos Homens do Inverno erguia, com seu poder, uma enorme parede de gelo.”
“Ela subia, subia, selando o portal. Porém… olhos escarlates o caçavam na escuridão, e uma boca ensanguentada, cheia de dentes pontiagudos, saltou para devorá-lo!»
— AAAAAHHHHHHH! — Aidan gritou, despertando bruscamente da cama.
Seu corpo suado e trêmulo, com lágrimas caindo de seus olhos azuis.
A porta se abriu na mesma hora e um enorme Alfa entrou, seguido de sua companheira.
— Aidan, filho, o que aconteceu? — Cedrick estendeu os braços para pegá-lo no colo.
— Papai, tem bichos maus! Tem bichos maus!
Soluçando e chorando sem parar, ele ainda estava preso ao mundo dos pesadelos.
Seus bracinhos apertavam forte o pescoço de Cedrick, que só conseguia acariciar suas costas e tentar acalmá-lo.
— Bebê, foi só um sonho ruim. Olha, aqui não tem bichos, está tudo bem.
Raven acariciava os cabelos platinados e úmidos do filho, com o coração apertado, olhando preocupada nos olhos do companheiro.
Aidan nunca tinha se comportado assim, tão assustado e aterrorizado.
Levaram-no para o quarto deles e o acolheram entre os dois, lhe dando segurança, até que adormeceu novamente, com os cílios úmidos e as bochechas coradas.
— Cedrick, o que será que foi tão terrível pra deixá-lo assim?
Raven, de lado, com o filhote agarrado a ela, perguntou ao seu companheiro.
— Não sei. Amanhã, quando estiver mais calmo, vamos perguntar. Vai ficar tudo bem, minha fêmea. Vamos descansar.
Ele os abraçou contra o peito, protegendo os dois dos monstros dos pesadelos… mas proteger dos monstros da realidade… isso seria bem mais difícil.
*****
Vincent, como de costume, era outra alma atormentada pelos sonhos sombrios.
Caminhava pelas muralhas, observando a lua, tentando silenciar as preocupações em sua mente.
A Bruxa Centuria havia colhido seu sangue e o examinado por completo, prometendo investigar o que estava acontecendo com ele.
Isso é o que ele mais queria saber: o que diabos estava acontecendo com seu corpo?
Foi então que uma sombra furtiva chamou sua atenção.
Alguém escapava do palácio, escondido nas trevas. O instinto de Vincent se acendeu.
Em silêncio, desceu com agilidade das muralhas e seguiu a figura escorregadia até os arredores da floresta.

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