ANASTASIA
Já estou correndo, procurando por ele, porque não me responde. Me adentro na floresta até afastar alguns arbustos e chegar a uma lagoa escura… e então vejo o filhote.
— Ana, olha os ovos! — ele aponta para alguns ninhos na margem.
— Aidan, não faz mais isso comigo, você sabe que odeio — digo suspirando de alívio. — Aqui não é o palácio, não saia correndo assim sem pensar.
Me aproximo e ele pede desculpas.
Nos distraímos um pouco, mas observo ao redor… este lugar me arrepia a espinha por algum motivo.
Onde está Hakon?
Ele já devia ter vindo atrás de mim, mas olho em todas as direções e não o vejo.
— Vamos, Aidan, vamos procurar o Alfa — pego sua mão, porque sinto que preciso sair logo daqui.
Damos alguns passos quando, de repente, Aidan para e olha para além, por um caminho pedregoso que circunda a lagoa e leva até umas pedras altas.
— Ana, tem algo lá. É… algo que está me chamando — ele aponta com o dedo na direção daquele caminho sinuoso que leva a um lugar desconhecido.
— Vamos, vamos ver — ele puxa meu braço, insistente, mas eu resisto.
Não sei por quê, mas estou com medo.
“Hakon, onde você está?”, tento me comunicar com meu companheiro, mas ele não responde.
O pior é que sei que o vínculo não está rompido nem fechado. Ele pode me ouvir... e está escolhendo não responder.
— Vamos, mas ao menor sinal de perigo, Aidan, você precisa correr e me obedecer — o aviso, apertando firme sua mão.
Então seguimos pela margem daquelas águas paradas e escuras.
Não se ouve nem o som de um pássaro, nada… é como se toda a vida tivesse sido drenada dali.
— É ali, Ana, vamos — ele me apressa ainda mais, seus passos pequenos demonstram ansiedade.
Uma enorme gruta se abre na encosta da montanha, parecendo a boca de um lobo.
Acendo uma chama Centuria na palma da mão — para iluminar ou atacar.
Com o coração batendo loucamente, dou um passo para dentro daquele lugar.
Espero, de verdade, não estar errada em confiar em Hakon.
*****
HAKON
Observo-os da escuridão enquanto avançam pela entrada da caverna.
Camuflei meu cheiro com folhas especiais do pântano para que não me sigam. Preciso que o destino os conduza, não eu.
Mas meu coração b**e forte, com um pressentimento de que estou certo.
O filhote encontrou sozinho a caverna e agora, no meio deste labirinto escuro, ele se guia como uma bússola até aquele lugar.
Não em direção ao perigo — jamais os deixaria ir para lá —, mas para o outro lado. Para aquela caverna.
Meus olhos brilham na escuridão e escalo algumas rochas para vê-los entrando.
— Ana, é aqui — diz a voz infantil, e vejo o rosto surpreso da minha fêmea ao encarar a enorme parede de gelo no fundo da caverna.
— O que é isso? Espera, Aidan, não se aproxime, pode ser perigoso — ela o adverte, mas o lobinho parece enfeitiçado.

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