NARRADORA
— Eu... antes de tudo, estou muito feliz que vocês estejam bem e tenham conseguido sobreviver.
Cedrick falou emocionado, e sua sinceridade era sentida enquanto ele observava o homem ancestral, de cabelos brancos e uma barba discreta igualmente branca.
— Em segundo lugar, as coisas mudaram. Eu sou o atual Rei do reino...
— Um homem do inverno? Você acha que sou um idiota? As Centúrias jamais permitiriam uma coisa dessas! — Aaron já começou a desconfiar.
Era bom demais pra ser verdade.
— Não estou mentindo, Druida. Suponho que seja o bruxo do clã.
— Sou sim.
— Ótimo — Cedrick assentiu, organizando as ideias.
— Sei do seu ódio e rancor pelas Centúrias, mas as coisas não são mais assim. Eu sou o Rei Alfa. Meu nome é Cedrick, e minha Rainha, Raven, é uma Alfa Centúria.
— Nós nos amamos. Ninguém me obrigou, ninguém me escravizou. Ninguém quer prender vocês. Esses tempos sombrios acabaram.
— A nova geração de Centúrias só quer viver em paz. Não sei como vocês vivem aqui, nem sequer sei onde fica esse lugar, mas arrisquei tudo para romper a barreira, só para procurá-los e pedir que voltem para casa.
Cedrick disse todas essas palavras, mas a expressão de desconfiança permanecia no rosto de Aaron.
Era difícil acreditar. Séculos não foram suficientes para eliminar o medo em seus corações.
— Você é o Alfa atual do Pântano. Posso sentir minha magia no seu sangue. Como conseguiu burlar meu feitiço e atravessar essa barreira sem quebrar a outra? — perguntou de repente a Hakon, que permaneceu em silêncio, sempre alerta.
— Encontrei outro Druida dos Homens do Inverno que tirou a maldiçã0 — respondeu sem muitos detalhes.
A verdade é que ele não tinha nenhum carinho por aquele homem que quase destruiu sua vida com aquele feitiç0 de merd4 que lançou sobre os homens de sua linhagem.
— Aidan, Dalila, venham! — Cedrick se virou e os chamou.
Ninguém havia se movido do lugar, e à medida que o poderoso fogo Centúria se aproximava, os guerreiros escondidos se tensionavam, prontos para lutar até a morte.
Mas o que mais reagia era Aaron, porque um sentimento desconhecido começou a revolver em seu peito — e não era exatamente por encontrar seu sucessor naquele pequeno filhote.
A ancestral Centúria saiu da caverna de mãos dadas com o menino e caminhou com decisão.
Dalila apertou o punho ao lado de seu longo vestido azul, fitando com seus olhos vibrantes os olhos azul-céu do homem à sua frente.
Tanto tempo fugindo do destino para encontrá-lo em um lugar tão remoto.
Nunca procurou seu companheiro destinado, nem pensou que o encontraria.
No entanto, o delicioso aroma de mar gelado e impetuoso o denunciou.
O druida dos Homens do Inverno era seu companheiro.

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