NARRADORA
— Digo o mesmo. Já se olhou no espelho pra achar que é tão irresistível assim? — Dalila apontou para ele com seu cajado e a testa franzida.
Co cof
Cedrick tossiu ao lado, lançando um olhar disfarçado para a Centúria.
Será que o objetivo não era fazer amizade?
— Acho que já encontramos o primeiro casal gelo e fogo — Hakon bufou ao lado.
— As coisas mudaram. Sei que não acredita em nós, mas olhe — este é seu sucessor, um filhote do inverno que eu mesmo trouxe ao mundo com minhas próprias mãos.
— A mãe dele é uma Centúria. A maior prova de que não estamos mentindo — Dalila apontou para Aidan.
Então Aaron fixou os olhos nele. É claro que o reconhecia. Um Homem do Inverno nascido de uma Centúria?
Era inacreditável. Só o amor verdadeiro poderia ter feito isso.
— Venha cá, filhote. Não tenha medo. Deixe-me ver você de perto — agachou-se, abaixando a postura e chamando Aidan com um gesto.
Cedrick o pegou pela mão e o levou até o Druida.
— Tão poderoso... é incrível. E você também carrega a herança de outro bruxo, não é? Onde está o seu lobo do inverno? — ele olhou o pequeno príncipe com olhos intensos e curiosos.
Aidan também o observava. Sentia-se tão próximo daquele antigo homem do inverno.
Aaron pensou que sua magia morreria com ele, que jamais teria um Druida a quem guiar ou ensinar.
E ali estava: o herdeiro de seu poder.
— O lobo dele está consertando a sua maldit4 barreira, aquela que você usou pra nos chantagear — Hakon falou por trás, com evidente irritação.
— Druida, por favor, uma chance. Apenas... nos dê uma chance pra mostrar a verdade. Temos muitas coisas pra conversar — Cedrick pediu.
— Eu tenho minha própria forma de ver a verdade.
Aaron respondeu e colocou a mão na testa de Aidan, fechando os olhos.
Assim como Dalila, ele também viu o novo reino, e uma emoção desconhecida vibrou em seu peito.
Era verdade. As Centúrias já não eram como antes.
Seu clã... seu clã tinha esperança!
Nunca confessou, mas vir para este continente não tinha sido a melhor decisão — e muitas vezes se arrependeu.
Os lobos do inverno eram, no máximo, uns 40 — e definhavam ano após ano.
Aqui não havia lobas.

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