NARRADORA
— Pela Deusa, teria sido melhor se Dalila estivesse aqui — Cedrick se arrependia de não ter trazido junto, nessa viagem, aquela senhora ranzinza… mas que salvava vidas.
Tinha mil perguntas e questionava tudo, movido pelo medo.
Sentir Raven sofrer fazia seu coração se apertar. Daria qualquer coisa para ser ele quem estivesse sentindo essa dor em seu lugar.
— Não se preocupe, Vossa Majestade, sou uma parteira experiente. Já trouxe ao mundo todos os leões do clã. E não vai dar tempo de chamar sua maga.
Uma leoa idosa, de caráter gentil e pelos brancos, disse tentando acalmá-lo.
— O senhor pode esperar lá fora...
— Não! Eu vou ficar aqui com ela, não vou sair de perto da minha mulher!
Cedrick rugiu e subiu na cama, apoiando-se no encosto para sustentar Raven contra seu peito.
Com um pano na mão, enxugava sua testa suada e acariciava seu ventre com a outra, sussurrando para a filhinha que ajudasse a nascer.
— Rainha… — a matrona nunca havia feito um parto com um macho presente.
— Deixa, não sabemos bem como os lobos nascem. Ele pode ajudar. Vamos...
*****
ALGUMAS HORAS DEPOIS...
Os gritos ecoavam do quarto da Rainha Raven, enquanto ela fazia força com tudo o que tinha para dar à luz sua filha.
— Vamos, Vossa Majestade, já está quase! Só mais uma vez, com toda sua força!
E Raven obedeceu, empurrou com o que restava de energia em seu corpo trêmulo, soltando um grito rouco que saiu das profundezas de sua garganta.
— Aaaahhhh! — logo depois, outro grito, dessa vez da parteira.
— Tragam água fria na bacia, rápido!
— O que houve? O que está acontecendo?
— Cedrick, o que... o que está acontecendo com o bebê?
Raven perguntou, apoiada no peito dele, com lágrimas escorrendo pelos olhos, o corpo tenso, exausta após tantas horas de luta.
Ela sentia sua filha prestes a sair, mas no final não conseguia… e o sangue não parava de escorrer entre suas pernas.
Cedrick estava com o coração em frangalhos, desesperado ao ver os minutos e horas passarem enquanto Raven sofria cada vez mais.
A situação ficava cada vez mais perigosa.
— Queimei minhas mãos… a temperatura está muito alta, não consigo segurá-la, por mais que tente.
A parteira falou baixinho à Rainha, o cenho franzido.
Aquilo, sim, era um problema sério. Já tinham usado quase todo o gelo com panos frios para aliviar o calor sufocante.

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