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ALFA RAVEN de Escrava a Rainha romance Capítulo 325

RAVEN

Ela nunca liga muito para os presentes, nem para os bolos. Nada a anima tanto quanto vir aqui.

É um canto afastado da floresta que rodeia o castelo.

Vejo como se aventura entre as árvores com curiosidade. Seu cabelo castanho-avermelhado solto, esvoaçando ao vento, uma tiarinha na cabeça e seu vestido rosa claro.

Procura entre os arbustos, se agacha, ergue o nariz… e a observo cheirar o ar.

Sigo-a de perto, meio escondida, e então a vejo chegar à clareira de sempre. Corre e revira tudo ao redor, até encontrar a caixinha no chão.

O presente deixado para ela — como todos os anos.

Ela o pega com um sorriso no rosto, mas nem sequer o abre, apenas olha ao redor, ansiosa.

Eu não sinto, nem cheiro nada… deve estar usando algum truque, mas Amber o percebe. Ela sempre o percebe.

— Oi, por que você nunca aparece, Duende? Tá com medo? Eu não vou te machucar — diz com sua vozinha infantil.

Já me perguntou várias vezes, e sempre repito a mesma mentirinha tola: que é um duende da floresta, que deixa um presente para ela todo aniversário.

No fim, como todos os anos, ela volta decepcionada e triste até mim. Mas logo se anima com o presente.

— Uau, olha só que pulseira linda a nossa Amber ganhou!

Tiro da caixinha uma pulseira delicada e refinada, uma verdadeira obra-prima.

Tem um coração maior no centro com entalhes intricados e o nome “Amber” gravado.

É feita de obsidar, aquele poderoso mineral — e só ele poderia ter feito isso.

Cedrick me contou que ele se tornou um dos nossos melhores ferreiros. Conseguiu dominar o mineral antes considerado impossível.

Achamos a fórmula secreta, graças a experimentos e aos diários pessoais de Mortimer, o ferreiro lendário.

Não apenas conseguimos extrair o obsidar, como também forjá-lo de um jeito que nem mesmo os Feiticeiros conseguem.

Nosso Continente se tornou o centro do comércio e do poder nos últimos anos. A forja de armas e artefatos atingiu outro nível.

A magia das Centurias e dos Homens de Inverno floresceu — e tudo isso, graças a muitos… mas principalmente, a Vincent.

— Gostou? Olha só, tem seu nome — digo enquanto coloco a pulseira, que fica perfeita nela.

— É muito linda, mamãe… mas o Duende… por que ele nunca aparece?

Ela volta a olhar para um ponto da floresta, e eu ergo o olhar também, vendo entre as folhas, do outro lado da clareira, um pelo negro se camuflando nas sombras e no verde.

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