AMBER
“Valentine, eu... não tenho muita certeza disso. Quer dizer, esse vestido parece ser uns dois números menores que o meu.”
Estou me olhando no espelho de corpo inteiro, no quarto onde estou hospedada como convidada da família real dos Feiticeiros.
Tudo aqui é feito em grande escala, dourado, caro e glamouroso, como esse vestido vermelho, azul e preto que estou usando.
É lindo, mas ousado demais pro meu gosto pessoal.
Lisa me disse que as feiticeiras jovens se vestem assim, confiantes e sofisticadas.
Camadas e mais camadas esvoaçantes de cetim vermelho caem sobre minhas botas de couro preto que vão até os joelhos, um espartilho azul-marinho apertado marca sensualmente minha cintura fina e até aí eu poderia aceitar, mas o pior vem por cima.
Mangas bufantes de tule semitransparente cobrem meus braços, mas na área do peito, só tem umas taças de cetim e renda vermelha, presas no meio por um broche lindo... e cobrem... praticamente nada.
Toc, toc, toc.
Alguém b**e na porta me fazendo pular e, sem nem abrir, já sei que é ele.
“Lá vem o nosso moreno gostoso, eu digo que a gente deve testar esse vestido e fazer ele implorar de joelhos. Essas tetonas que a vó do lado paterno nos deu têm que servir pra alguma coisa.”
Me responde Valentine e eu engulo seco, mesmo assim, crio coragem como sempre, seguindo as loucuras da minha loba interior.
— A...
“Espera Amber, não esquece as botas!”
“Ah, verdade!”, me abaixo correndo pra soltar todos os cadarços ao longo da bota alta.
“Ai Deusa, o que seria da minha humana atrapalhada sem mim? Ia ficar pra titia a vida inteira.”
“Cala a boca, Valentine, que você me deixa ainda mais nervosa.”
— Entra! — grito enfim, me virando pro espelho e ajeitando o cabelo que está solto e selvagem.
Finjo que retoco meus lábios vermelhos e a maquiagem que Lisa fez, mas não ouço nada atrás de mim.
Então olho pelo reflexo do espelho e vejo que ele está paralisado me olhando da porta, os olhos intensos viram amarelo-lobuno e o cheiro da excitação dele chega até meu nariz.
“Pra mim esse vestido é nota dez, pega um lenço pra limpar a baba desse macho sensual”, Valentine sorri com orgulho, como se fosse ela usando o vestido.
— Vai ficar a noite toda parado aí na porta ou nem consegue mais ficar no mesmo espaço que eu? — digo com confiança.
Não importa que por dentro eu também esteja comendo ele com os olhos, por fora vou fingir e vamos ver quem é mais falso dos dois.
Ele usa uma roupa simples, calça escura com botas altas e uma túnica azul-marinho longa, com bordados pretos nas mangas e na barra até as coxas.
Discreto e até meio sem graça, mas pra mim, esse moreno alto, protetor e feroz é o mais lindo de todos os Continentes.
— Amber, você ainda... ainda não se trocou? — ele diz, e vejo como ele luta pra não desviar os olhos pro meu decote.
— Pode me ajudar a amarrar a bota? Tô tonta de tanto abaixar a cabeça — respondo.
Vai ser do meu jeito, meu querido Beta, dessa vez você não vai ter chance.
Ele se aproxima devagar como se fosse cumprir uma missão impossível.
Para na minha frente, olha nos meus olhos e depois desce o olhar por todo meu corpo, me fazendo arrepiar de prazer, enquanto se ajoelha aos meus pés.
Um joelho no chão e o outro dobrado, a mão se estende pra pegar minha bota e meu coração tá disparado feito louco dentro do peito.
Ter ele tão perto assim, ajoelhado aos meus pés, me dá a ilusão de que esse guerreiro incrível tá se rendendo a mim, ao nosso amor, mas não é o caso.
Abro uma fenda lateral que o vestido tem por baixo de tantas camadas e levanto minha perna, apoiando a ponta do sapato na coxa dele.

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