Amor Sombrio romance Capítulo 14

Lis não conseguiu conter a surpresa ao ser guiada com a cadeira de rodas – algo que foi totalmente contra – pela saída subterrânea do hospital. Havia diversos repórteres gritando coisas desconexas em sua direção ao mesmo tempo em que tirava fotos mesmo que seu rosto estivesse coberto por uma máscara e um capuz enfeitasse a sua cabeça. Para ela, toda aquela roupa estava a escondendo, contudo percebeu ser insignificante. Os seguranças que Philipe havia providenciado estavam mantendo-os distantes.

O terceiro príncipe não esboçava nada ao coordenar os seguranças enquanto avaliava a situação a sua volta. Em poucos minutos, Lis estava segura dentro do veículo de Philipe.

— Você é realmente bom em controlar essas coisas – Acabou falando assim que Philipe sentou ao seu lado, Sebastian na frente e o carro avançou para longe dos repórteres. – Fiquei impressionada.

— Coisas assim não deveriam impressionar as mulheres – Philipe falou sem encará-la. O seu tom de voz neutro a fez sorrir levemente – Disse algo engraçado? – A olhou sério.

— Apenas pensei que se sorrisse, poderia soar como um flerte – Confessou ao olhar para Philipe buscando alguma reação anormal, mas ele se manteve frio – De qualquer forma, pode me deixar em um hotel ou outro lugar. Não precisa me levar para a sua casa.

—Acredito que compreendeu algo erroneamente. Meus motivos para mantê-la em minha propriedade é abafar quaisquer notícias negativas sobre minha família ou meu irmão doente. Não interprete errado meus motivos, senhorita Muller.

— Lis, por favor, me chame de Lis – Pediu educada com um sorriso na face.

— E é com isso que se preocupa – Meneou a cabeça incrédulo. – Posso perguntar algo honestamente recebendo uma resposta tão honesta quanto? – Lis assentiu pasma. – Para ser escolhida pelo rei, fez algo para receber tal tratamento?

— Acho que sua família não entendeu algo. Eu não estou sendo beneficiada com esse noivado, pelo contrário. A cada segundo que passo como noiva de seu irmão sou intimidade por ele, agredida e ainda estou doente por culpa dele. Eu quero fugir de tudo isso, Philipe Stone.

Philipe nada disse ao analisar a resposta dela em silêncio. Contudo, assentiu algum tempo depois voltando a sua atenção para o caminho que o motorista percorria. Philipe tentativa compreender as ações de seu pai, sem sucesso após Lis ser escolhida como a esposa de Michael, o príncipe mais problemático dentre eles.

Talvez, ele a odeio ao ponto de desejar que Michael acabe com a vida dela.

—Já fez algo contra a família real?

— Se fez algo, não me interessa, estou apenas curioso pelos motivos do meu pai. O rei não costuma ser benevolente e muito menos propenso a aceitar pessoas sem qualquer ligação com a nobreza.

Lis hesitou antes de negar com um aceno de cabeça, chamando a atenção do príncipe. Philipe a encarou por alguns instantes antes do motorista anunciar a sua chegada. Curiosa, Lis olhou surpresa para a pequena casa de um andar. O lugar não era luxuoso como imaginara.

— Meu pai é rico, não eu – Philipe falou assim que olhou para a face da jovem – Sou um contador e por isso compro o que posso pagar.

—Isso é incrível – Ela respondeu ao olhá-lo com admiração – Todos deveriam ser como você, Philipe. – Algo no tom de voz da jovem fez o príncipe sentir o seu rosto levemente avermelhado, desviando o olhar em seguida. Ele estava constrangido por ter sido a primeira vez que alguém o elogiava daquela forma por algo tão simples.

— Obrigado – Agradeceu ao sair do carro tentando o modo como seu rosto estava corado.

***

Lis olhou para tudo sem conseguir evirar o sorriso na face. A decoração da casa do terceiro príncipe conseguia ser simples e aconchegante. Não havia quadros ou esculturas caras, mas sim fotografias dele com amigos e uma com seus irmãos. Os móveis eram de cores neutras e todos pareciam confortáveis.

— Estou apaixonada pela sua casa – Lis falou com sinceridade para Philipe, o qual se mantinha ao seu lado, a acompanhando em todos os cômodos em que ela entrava. Sebastian havia optado por olhar a vizinhança a fim de ter certeza que os repórteres não os seguira, enquanto os seguranças de Philipe se maninham do lado de fora. – É tudo tão lindo. – O príncipe concordou tentando não se sentir incomodado.

— Ficará aqui – Abriu a porta da suíte principal exibindo uma cama em tamanho king size, guarda roupa embutido, um tapete azul, estante repleta de livros e uma pequena mesa próxima a janela.

— É o seu quarto? – Perguntou ao andar pelo quarto, inebriada pelo aroma suave e levemente doce do lugar. – Talvez seja o perfume dele.

— Sim, não tenho dois quartos. O melhor em sua condição é descansar em um lugar confortável.

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