Lis sabia o quão insana estava ao fechar os olhos mantendo a imagem do corpo de Michael em sua mente mesmo conhecendo as consequências ao se manter próxima a ele. Sempre que fechava os olhos, ela ainda conseguia lembrar das mãos dele em seu pescoço. Levantou da cama suspirando ao olhar para a parede sem saber ao certo o que fazer em uma situação como aquela, e antes que pudesse recobrar a sua consciência, saiu da cama e foi em direção a porta. Ela precisava de alguém para conversar e a única disponível estava no um andar a baixo. Assim que chegou na sala, estancou surpresa ao ver Michael segurando um copo com uísque enquanto sorria ao lhe encarar. Ele estava vestindo uma blusa preta e seus cabelos estavam despenteados.
Ela pensou em ignorá-lo, mas viu ser impossível no momento em que ele bebeu todo o liquido de uma vez, colocou o copo no chão e começou a andar em sua direção. E no instante seguinte, se viu prendendo a respiração até ele a encurralar na parede.
— Para onde pretende fugir? – Sua voz denunciava a quantidade de álcool que ingeriu e ao fazer uma careta, a jovem se viu desviando o olhar, tentando não encará-lo. Para ela, os olhos de Michael assemelhavam-se a um oceano em meio a tempestade. Profundos, belos e perigosos. Ela o odiava, mas ainda assim ele tinha algo que a fazia se sentir incomodada. Desconfortável.
E em um movimento controlador, o príncipe colocou a sua perna entre as de Lis para evitar que fugisse assim que abaixou a sua cabeça. Seus olhos estavam na mesma altura. Sorriu perigosamente ao aproximar os lábios de seu ouvido.
— Sabe o que mais odeio? – perguntou e diante de seu silêncio continuou a falar mesmo sentindo as mãos dela em seu peito, com o intuito de afastá-lo – A sua falsa expressão inocente. Eu vi como está flertando com todos, e minha vontade é de matá-la. Quero lhe destruir. Quero que fique em pedaços, Lis Muller.
Lis não precisava escutar dele para descobrir o que ele pretendia fazer com ela, contudo por algum motivo, se viu hesitando. Jamais alguém a odiara daquela forma.
O seu estômago embrulhou ao piscar e perceber a inevitável verdade: Michael jamais a deixaria viver em paz e muito menos acreditaria nela. Seus dedos tocavam o tecido da camisa dele com força e no instante seguinte se viu recordando das cicatrizes dele.
—Está bêbado? – Ela questionou ao erguer o olhar.
— É assim que está conquistando eles?
—Não – Negou diante da pergunta e no segundo seguinte, tocou o rosto dele com a ponta dos dedos, esperando que ele se afastasse, o que não aconteceu.
—Não me toque – Grunhiu em resposta sem tirar os olhos dela ou retirar a mão dela de seu rosto. – Não quero ser tocado por alguém como você. Alguém que flerta com todos em busca de dinheiro e posição.
E com um tímido sorriso na face, Lis se viu perguntando.
— Me ver flertando com seu irmão e com Sebastian lhe incomoda? – Indagou tentando soar firme quando sentia vontade de fugir dele. Fugir da forma como ele parecia controla-la.
— Nada do que faz me afeta – Michael respondeu sem se afastar – Só quero lhe destruir lentamente. Já viu alguém ser destruído ou alguém que perdeu toda a esperança de viver? Eu sei que não, mas eu sim. E eu quero ver tudo isso em você.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Amor Sombrio