Amor Sombrio romance Capítulo 18

Lis segurou-se para não gargalhar diante da expressão apática do príncipe assim que o médico afirmara a sua virgindade e por um segundo viu se questionando o motivo de ter feito aquilo. O motivo de estar se esforçando para mostrar o quão errado o príncipe estava.

Talvez eu só queira entende-lo.

Pensou ao entrar no carro ao seu lado em silencio. Michael não falara uma palavra desde que recebeu o veredito, e ainda assim mantinha a sua expressão impassível. E a última coisa que a jovem desejava era puxar conversa com ele mesmo sabendo que poderia tripudiar em cima de seus argumentos naquele instante.

— Deve ser a primeira vez que encontra uma prostituta virgem, não é? – Lis se viu tripudiando em cima sem ao menos hesitar. – Como é a sensação de descobrir estar errado?

— Isso apenas mostra que não está fazendo orgias com todos no palácio – Respondeu sério ao continuar dirigindo tentando não olhar para a jovem sentada ao seu lado.

— Nunca vai dá o braço a torcer – Percebeu ao bufar levemente. – E como pretende me destruir agora? Sou inocente, príncipe sádico.

— Ninguém é inocente – Rebateu ao fazer uma curva muito fechada fazendo com que Lis o encarasse perplexa – Não sou suicida – Disse ao olhar de relance para ela, e por algum motivo Lis percebeu o modo como a voz de Michael havia modificado por um breve segundo.

Tristeza? Raiva? Ressentimento?

Que sentimento foi esse?

Questionou-se ao olhar para o retrovisor, estranhando o modo como um carro vermelho estava exageradamente perto deles.

— É normal o carro estar tão perto? – Perguntou ao olhar para Michael, estranhando o seu sorriso largo. – Quero dizer, ele está perigosamente perto – E assim que terminou de fala sentiu seu corpo ser empurrado para a frente devido ao impacto da batida. O carro vermelho havia batido na traseira do carro – O que esse idiota está fazendo? – Gritou.

— Ele está me divertindo – Michael sorriu exibindo suas covinhas ao acelerar, sempre olhando pelo retrovisor, enquanto desviava dos demais carros. A situação o deixava excitado, fazendo-o lembrar dos momentos em que esteve no exército. Dos momentos antes de tudo ruir. – Meu pai não deve ter falado, mas por sermos ricos ás vezes sofremos atentados.

— Atentados? – Repetiu assustada ao segurar o cinto de segurança com força. – Agora estou em perigo por ter ficado sua noiva. – Constatou perplexa.

— Achou que Sebastian estava ao seu lado para flertar? – Meneou a cabeça – Ele estava ao seu lado para protege-la. E por incrível que pareça não apenas de mim.

— Mas você não tem nenhum segurança.

— Meu pai acha que eu não preciso. Aquele desgraçado – Falou ao fazer mais uma curva fechada, enquanto retirou o celular do bolso. Com uma mão segurou o volante e com outra apertou uma tecla da discagem rápida – Sou eu, estou sendo seguido. Carro vermelho, placa XSD 09 SJU 78. Estou próximo a rodovia principal, entrando em um terreno, vou ativar a localização. – Desligou no segundo seguinte – Vamos ter companhia logo, mas acho que eu deveria brincar um pouco com a pessoa que está tão interessada ao ponto de me perseguir. – Parou o carro abruptamente ignorando os pedidos de Lis. Abriu a porta, estralando as mãos e sorrindo ao ver dois homens descerem do carro vermelho. – O que acha de vir me pegar? – Michael gritou ao olhar para os homens. Eles se entreolharam seguindo em direção ao príncipe. Lis continuou incrédula, sentada no carro até arrepender-se e sair. A cena era surreal.

O príncipe que ela achava ser indefeso segurava um dos homens pela gola da camisa, enquanto chutava o outro forte o suficiente para ele bater as costas contra o capô do carro. Ela viu assustada o modo como Michael sorriu ao esmurrar a cara do homem incontáveis vezes ainda segurando-o pela camisa. O que ele havia chutado, se levantou cambaleante ao ir em direção ao príncipe e antes que Lis pudesse gritar para lhe avisar, Michael já havia jogado o homem que segurava no chão.

A jovem não conseguia compreender em como a situação se transformara naquilo.

— Quem te mandou? – Michael perguntou mantendo a sua voz calma ao olhar o homem, gravando cada detalhe de seu rosto – Estou fazendo uma pergunta.

—Vá se foder – O homem gritou ao olhar para o seu companheiro, que permaneceu no chão com o rosto inchado – Vossa alteza é mais doente do que haviam falado – Disse sem conseguir desviar os olhos do companheiro – Onde aprendeu a ser brutal assim?

— A vida faz isso com as pessoas. Transforma em monstro – Sorriu ligeiramente ao avançar em direção ao homem, e antes que ele pudesse correr, Michael correu para segurá-lo pelo pescoço. – Você não vai fugir – Sorriu ainda mais chutar a perna do homem próximo ao joelho, forçando-o a se ajoelhar em frente ao capô do veículo vermelho. – Vai me falar? – O homem xingou novamente, fazendo Michael sorrir ainda mais divertido ao empurrar a cabeça do homem contra o capô, gargalhando ao ver um dente caindo assim que o homem cuspiu – E então? Posso fazer isso o dia todo, mas imagino que vai acabar sem dentes no processo. Não que eu me importe, é claro.

— Demônio – O homem vociferou assustado com a agressividade do príncipe. – Vá para o inferno.

— Depois de você – Empurrou a cabeça do homem novamente, pisando em sua perna com força. Michael se perguntava que membro deveria quebrar primeiro – Devo quebrar sua perna ou seus braços? Estou realmente tentado a quebrar tudo – Forçou o braço do homem para atrás sem se importar com seus gritos ao quebrar o braço. – E agora?

— Eu falo. Que droga! – Gritou em meio as lágrimas. Todo o seu corpo doía. – Me enviaram uma mensagem falando a hora e o carro que eu deveria seguir. Dizia que eu deveria seguir o carro e pegar o príncipe, e tinha um número de conta com dinheiro. Só isso – Gritou – Agora, por favor pare.

Michael olhou para o homem com extrema calma ao soltá-lo e em seguida, o chutou sem hesitar.

— Se eu vê-lo novamente, vou te matar, entende não é? – Ele assentiu amedrontado em posição fetal do chão. O príncipe aproveitou o momento para vasculhar os bolsos, e pegar o aparelho celular antes de ir em direção ao seu próprio carro.

— Que merda é essa? – Lis perguntou perplexa ao manter seus olhos na cena a frente. Michael havia destruído os dois homens facilmente.

— Chato – Michael disse ao abrir a porta do carro e olhar para Lis – Eu disse que já tinha matado pessoas, é bem fácil – Gargalhou ao vê-la empalidecer e dar um passo para trás – É melhor entrar no carro antes que alguém tire alguma foto.

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