Amor Sombrio romance Capítulo 21

Michael limpou o sangue com o dorso de sua mão sem ao menos esboçar qualquer reação além de encarar seu irmão friamente ao se levantar do chão. Olhou para Lis de relance, a qual permanecia impactada pela cena a sua frente. Ela não havia conseguido se mover.

— Está sendo muito idiota para me bater – Michael falou ao sorrir sem desviar o olhar para Augusto – Deveria devolver o que recebi, sabia? – Andou em direção a Augusto parando ao sentir um par de mãos agarrar a sua canela com força – E ainda precisa de uma mulher indefesa para te defender. Patético. – Resmungou ao olhar para Lis que permanecia segurando-o. – Está agindo como se eu fosse matar meu próprio irmão – Com um movimento, a empurrou, libertando-se. – Acha mesmo que fingir me bater para protege-la vai funcionar? – Indagou segurando-se para não avançar quando Augusto começou a sorrir.

— Me conhece bem demais, irmãozinho – Sorriu ao olhar para Lis – Eu fiz isso, mas quem pode me culpar? Fui enviado para ser sua babá, evitar escândalos e o encontro tentando machuca-la. Ela iria para o hospital, começariam a perguntar coisas e não iria demorar para tudo surgir, entende? Estou protegendo a nossa familia. E não me importo em ser um falso ou lunático para isso.

Lis se levantou do chão mantendo a sua cabeça baixa enquanto respirava o mais profundamente que conseguiu. Sorriu em meio ao desespero antes de olhar desafiadoramente em direção aos irmãos, e não hesitou ao andar em direção a Michael.

Com toda a sua força, esmurrou o rosto de Michael.

— Nunca mais ouse me tocar, se fizer isso juro que o matarei – Disse fria ao encará-lo. Mesmo que Michael não tenha esboçado qualquer reação de dor, Lis se viu aliviada e em seguida voltou a sua atenção para Augusto – Não se atreva a me usar para seus jogos de família. Eu realmente quero acabar com todos vocês – Revelou ao passar por eles, contudo Michael segurou em seu braço a impedindo. – O que é?

Michael a encarou por longos minutos até puxá-la em direção ao seu quarto, ignorando as palavras de Augusto e as tentativas de Lis sobre se libertar. E assim que a empurrou para dentro do quarto, trancou a porta.

— É assim que pretende fazer? – Lis perguntou ao cruzar os braços em frente ao corpo. – E imagino que vá me atacar.

Contudo, o segundo príncipe limitou-se a se escorar na porta.

— Por qual motivo o defendeu? – Perguntou sério ao encará-la. – Augusto não faz nada que não o beneficie.

Impaciente, a jovem se viu passando a mão pelos cabelos e em seguida colocou as mãos no quadril.

— Se alguém, não importa o motivo, me salve, preciso fazer o mesmo por ela. Isso é o básico. É bom senso.

— Não iria mata-la – Resmungou ao virar o rosto por alguns segundos.

— Apenas me machucar. Você é realmente louco.

— Sim, e por isso deveria se manter afastada – A aconselhou ao andar em sua direção parando a poucos centímetros – Deveria estar assustada agora, gritando e implorando para que eu a deixe ir.

—Sim, eu deveria, mas aprendi que quando alguém diz para outra pessoa se afastar é por desejar o inverso. E é somente por isso que ainda não fiz nada com você – Revelou segurando-se para não sorrir diante da expressão incomoda que o príncipe fez, e não demorou para dar um passo a frente, colocando o seu corpo com o do príncipe – O que te machucou tanto? Você está destruído ao ponto de enxergar apenas a escuridão.

— O que está falando? – Murmurou perplexo.

— Estou apenas jogando conversa fora, eu acho – Sorriu levemente – Mas não pense que eu continuarei sendo boazinha por estar tendo empatia. Eu não gosto de ser ferida e muito menos sentir dor.

A mão do príncipe foi em direção ao rosto da jovem, acariciando-o levemente.

— O que realmente fez para o meu pai?

—Nada – Respondeu séria – Eu não fiz nada e também desejo saber o motivo dele ter me escolhido.

A mão de Michael foi em direção ao pescoço dela, acariciando-o levemente, percorrendo a sua extensão.

— Você parece ser mais inteligente do que aparenta – Confessou ao se afastar dela, colocando as mãos dentro do bolso. Ele temia tocá-la novamente. Michael temia olhar para os olhos da jovem – Saia do quarto.

— Como quiser – Murmurou ao ir até a porta, mas antes de abri-la, falou alto o suficiente para que ele escutasse – Mesmo que a gente se odeie, se precisar de ajuda para conversar, eu o escutarei – Em seguida abriu a porta, deparando-se com Augusto que não hesitou ao passar por ela, entrar no quarto e trancar a porta.

Augusto olhou em volta para ter a certeza de que tudo estava em seu lugar e então olhou para o seu irmão, o qual parecia abalado.

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