Assim que o carro para, escuto as portas abrirem e, em seguida, sou arrastado para fora do veículo até entrarmos em algum lugar, pois escuto quando uma porta é aberta para em seguida ser fechada as nossas costas. O homem que me conduz faz com que me sente em uma cadeira para só então tirar o capuz que cobre minha cabeça. Pisco várias vezes para tentar me acostumar à claridade da luz que está sobre minha cabeça.
Olho ao redor e percebo que estou em uma sala fechada, em minha frente jaz uma cadeira vazia e, olhando para a porta, vejo um homem de braços cruzados guardando a saída.
─ Por que estou aqui? Quem são vocês e o que querem de mim? ─ Questiono sem receber nenhuma resposta em troca.
Alguns minutos se passam até que escuto uma batida na porta. O cara abre imediatamente a porta deixando um senhor que aparenta ter uns sessenta anos ou mais entrar na sala. Ele me olha, sem dizer uma palavra, e entra no ambiente arrastando sua bengala junto com ele a fim de apoiar o pé direito que possui um leve mancar.
Com seu andar lento, o senhor senta-se com certa dificuldade na cadeira a minha frente. Já acomodado o homem me olha nos olhos e começa:
─ Doutor Ethan Collins, primeiramente peço que me perdoe pelo jeito com que foi conduzido até aqui. Meus homens não são muito dados a delicadezas, apenas recebem uma missão e as cumprem.
─ Quem é o senhor e por que estou aqui?
─ Senhor Collins, sei que há alguns dias o senhor recebeu um telefonema informando o paradeiro da senhorita Melanie Evans, correto?
─ Correto. Mas o senhor ainda não me disse quem é e o que faço aqui.
─ Perdoe a minha falta de educação. Sou Esteban Guzmán, patriarca do Cartel de Sinaloa e avô de Melanie Evans.
─ Como assim, avô da Melanie?
─ Eu sou pai de Rosa Guzmán, mãe da Melanie. ─ Meu queixo cai com sua revelação.
─ Eu não sabia que meu An... que a Melanie tinha avô.
─ Até bem pouco tempo eu também não sabia da existência da minha neta, meu rapaz. Então a procurei como louco. Porém, como sabia que meu outro neto, o Hector, também estava atrás da Melanie, resolvi colocar um dos meus homens infiltrado junto dos capangas de Hector, pois sabia que ele tinha planos de sequestrar minha neta para obrigá-la a se casar com ele e, só assim, poder comandar todo o Cartel.
─ Então foi o senhor que me ligou para me informar o paradeiro da Melanie?
─ Não. Foi o homem que coloquei infiltrado que o fez com ordens minhas.
─ Por que isso? Não compreendo... Nós sequer nos conhecemos. ─ Digo ainda um pouco confuso com todas as revelações feitas.
─ Eu sei, meu rapaz, que você tem cuidado da minha neta e sei também que foi você que a colocou naquele convento. ─ Encolho-me na cadeira a simples menção do fato. ─ Eu não o julgo por este fato, pois sei que era jovem e que naquele momento foi o melhor a se fazer.
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