Assim que Esteban dá o sinal, ao pronunciar a frase combinada para Melanie, invadimos a mansão onde está sendo realizada a cerimônia de casamento. Há várias pessoas dentro da propriedade e quando arrombamos o portão principal somos recebidos a balas pelos capangas de Hector Guzmán, o maldito que está obrigando meu anjo a se casar com ele, mas antes que isso acontecesse entramos já revidando as rajadas de balas desferidas pelos capangas de Hector, mas levamos vantagem no tiroteio porque estamos em maior número.
Quando entramos, todos descem dos carros e saem em disparada, cada equipe para um lado da propriedade. Eu vou em busca do meu anjo que identifico assim que olho na direção em que se encontra a tenda ornamentada para realização do casamento. Ela está linda em um vestido branco ao lado do seu avô, meu anjo está muito assustada, então corro até onde ela está sem me preocupar com os tiros que cortam o ar por onde passo, mas meu coração sofre uma falha ao ver Hector se aproximar dela e pegá-la como escudo, apontando uma arma para sua cabeça.
─ Solte-a! ─ Ordeno assim que consigo alcançar o local onde estão.
─ Solte você a arma, doutorzinho, ou eu atiro na cabeça dela! ─ Ameaça com a arma presa à cabeça do meu anjo.
─ Solte sua prima, Hector. É uma ordem! ─ Esteban grita tentando persuadir o maldito.
─ Tsc, tsc, tsc... o senhor ainda acha que tem poder sobre mim, vovô? Tudo isso está acontecendo por sua culpa! ─ Ele grita histérico com a arma fazendo mais pressão ainda contra a cabeça de Melanie que faz uma careta de dor fazendo com que me sinta mortalmente impotente diante da situação. ─ Se o senhor tivesse me dado a parte dessa estúpida aqui para que eu tomasse conta, hoje eu não precisaria fazer isso. ─ Ele aponta a arma para a tenda montada para o casamento. ─ Mas não! O senhor não quis me dar o poder que era meu de direito e, ao invés disso, seguiu controlando tudo e me limitando a um mero capacho seu, tendo que reportar tudo que fazia, mas sinto lhe informar, vovô, pois eu não o fazia. Ao invés disso, montei meu próprio império e meu próprio exército de soldados fiéis. Mas mesmo assim ainda precisava da parte dessa estúpida para que assim que comandasse todo o Cartel eu banisse o senhor e todos aqueles que o seguem fielmente. Eu seria um deus do tráfico e mataria todos aqueles que se opusessem a mim, inclusive o senhor.
─ Moleque insolente! Como ousa?! Eu praticamente te criei, seu fedelho mimado! ─ Esteban se exalta, mas contorno a situação por perceber que Hector também está muito alterado e pode a qualquer momento provocar uma tragédia.
─ Calma, Esteban! Não aceite provocação. Depois que libertar sua neta das garras desse patife você poderá acertar as contas com ele. Calma! ─ Sussurro ao ouvido dele que assente compreendendo meu receio.
Mas nada me preparou para o que aconteceu a seguir.
Melanie aproveita a distração da discussão entre Hector e Esteban e dá uma cotovelada nas costelas de Hector que dá um passo para trás gemendo de dor, porém, quando ele se afasta um pouco do corpo dela, Melanie se vira e dá uma joelhada no meio das pernas de Hector que cai no chão com as mãos entre as pernas. No entanto, quando Melanie vem correndo em minha direção, ele pega a arma caída ao seu lado e atira na direção dela.
─ Não! ─Mas antes que a bala atinja meu amor, eu entro na frente do tiro. A bala rasga meu braço causando uma dor excruciante.
─ Ethan, não! ─ Ela se ajoelha ao meu lado aos pratos assim que percebe o que aconteceu.
─ Eu vou te matar, sua vadia miserável! ─ Hector grita ainda no chão, porém, quando ele ergue a arma novamente para atirar em Melanie, tento me levantar, mas antes que o consiga, um barulho de tiro rasga o ar e o corpo de Hector jaz com um tiro no meio da testa.
Fico surpreso ao perceber que foi Esteban que atirou no próprio neto.
─ Família protege família sempre! Eu não tolero que um dos nossos saia contra os seus. ─ Ele guarda a arma no paletó e vira-se para nós. ─ Como você está, minha neta?
─ Estou bem, mas o Ethan está ferido. ─ Ela diz ajoelhada ao meu lado chorando e tremendo.
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