Antologia Erótica romance Capítulo 11

Esse capítulo contém incesto, que pode ser incômodo para algumas pessoas.

Dei um sorriso cúmplice ao meu irmãozinho do outro lado da mesa, em sua rebeldia costumeira. Bem, Theo era só cinco anos mais novo que eu, uma diferença muito pequena agora que crescemos, mas quando Theo nasceu era tão pequeno que na minha inocência não pensei que um dia se tornaria homem e tão diferente do meu padrasto.

- Eu posso ir com ele - tomei iniciativa antes que nossos pais decidissem que Theo não iria a festa.

- Não preciso de babá.

- Não vou ser sua babá, você já é maior, só vou pra dirigir caso você beba e quero me divertir um pouco antes de voltar para o trabalho.

Eu estava fazendo trabalhos esporádicos para o uma revista de viagens ao redor do mundo de modo que não passava um tempo com Theo desde que me formei.

- Nem pensar - ele retrucou.

- Você só vai se ela for - meu padrasto deu o veredito.

- Vou me arrumar, estarei na porta em uma hora.

Theo não pareceu muito satisfeito, ir a uma festa com a irmã mais velha quando acabou de completar a maioridade pode ser mesmo vergonhoso.

Tentei parecer mais nova, nada de vestido justo e curto ou saltos scarpin. Vesti uma camiseta longa como vestido, tênis e uma mochilinha de couro, desci as escadas já com as chaves do carro na mão, Theo bufou.

- Para com isso, vai ser divertido.

- Não é melhor vestir uma calça?

- Com esse calor?

Ele torceu o nariz e saiu na frente, um minuto depois eu dava partida, Theo passou o caminho todo olhando para minhas pernas, então bufando e revirando os olhos.

Saber do seu ciúme de irmão fez eu me sentir acolhida. Eu estava indo para me divertir, a intenção era dançar e conversar mas nada de ficar no pé dele.

Com o silêncio do trajeto comecei a reparar um pouco mais em Theo.

Ele era bonito, desde sempre, mas agora era um homem, seus ombros largos iam de um lado ao outro do banco e sua atitude rebelde chamava muita atenção.

A casa não tinha uma garagem espaçosa ou uma rua marcada então parei bem ao lado da vegetação, ainda do carro era possível ver a casa cheia de adolescente. Theo desceu do carro e bateu a porta.

- Se agir como um babaca, volta no porta malas.

Mas ele já tinha se afastado, não digo que todos os caras pararam para me ver, mas recebi alguns olhares quando passei pela porta, inclusive do único adulto ali. Um ruivo de uns vinte e cinco anos.

Peguei um copo grande de papel e o enchi em um barril de cerveja, os adolescentes riam e pulavam em um ritmo totalmente fora da música.

- Se divertindo?

- Claro - levantei o copo acima da cabeça - uhul.

Ele riu.

- Sou Marcos.

- Jane Doe. Gosta de festa de colegiais?

- Não, só estou garantindo que não quebrem a casa. E você?

- Acompanhando meu irmão - olhei em volta até achar Theo no sofá cercado por algumas pessoas, mas sério e me olhando com uma cara furiosa - o nervosinho ali no meio.

- Não se parecem tanto.

- Na verdade é só meio irmão.

- Essa cara dele é ciúme, eu tenho uma única irmã, entendo bem isso.

Marcos era bonito, divertido e educado. Eu olhava para Theo vez ou outra e até notei que ele havia saído do meu campo de visão mas estava tão entretida com Marcos que não me importei.

Isso até um garoto subir na mesa da cozinha e gritar 'Briga'.

Marcos ficou alerta e saímos para a frente da casa, dezenas de garotos montaram um círculo, passamos por eles com dificuldade, cheguei a frente bem a tempo de ver um cara muito maior acertando o nariz de Theo.

- Para! - gritei me colocando entre os dois e Marcos se apressou em segurar o valentão - Theo, você está bem?

Ele estava sangrando mas não me deixou olhar, me empurrou para longe.

- Me deixa em paz.

- Entra no carro, agora.

Ouvi algumas risadinhas, mas Theo me obedeceu, bateu a porta com toda força quando entrou.

- Quer que acompanhe você?

- Não, Marcos. Tem muito o que controlar aqui.

Entrei no carro e dei partida.

- Porque não fica com ele, é o que você quer.

- Não começa - dirigi por alguns minutos na estrada até sentir que a raiva já tinha corroído o suficiente então parei no acostamento - por que se meteu naquela briga?

- Não precisa fingir que se importa - ele mantinha o olhar para o lado de fora de sua janela.

- Claro que me importo, agiu como idiota e agora é motivo de piada e ainda está machucado.

- Sério, Jane. Só está brava porque acabei com a chance de você parar na cama daquele cara.

- Não fala assim comigo. O que eu faço não é da sua conta.

- Ia ficar com ele?

- Provavelmente, sim.

Ele olhou para mim com uma expressão triste que apertou meu coração.

- Não percebe como isso me machuca?

- Theo?

- Vamos pra casa.

Fiquei mal por ele, Theo era um menino doce e gentil quando queria, mas não sabia falar sobre o que sentia.

- Não antes de dizer que me ama - eu sorri.

Geralmente ele se recusava e só dizia depois de um ataque de cosquinha que podia durar vários minutos, mas dessa vez ele me olhou nos olhos, tão sério que fez meu sorriso sumir.

- Eu te amo.

- Também te amo - respondi sentindo cada uma daquelas palavras e me surpreendendo com o que elas representavam no meu coração.

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